EFEMÉRIDE
– James Mercer Langston Hughes, poeta, novelista, dramaturgo, contista e
colunista norte-americano, morreu em Nova Iorque no dia 22 de Maio de 1967, vítima de
cancro na próstata. Nascera em Joplin, no Missouri, em 1 de Fevereiro de
1902.
A
sua fama é devida, em grande parte, à implicação que teve no movimento cultural
Renascimento do Harlem, que abalou o Harlem nos anos 1920.
Os
pais divorciaram-se e o pai emigrou para Cuba e depois para o México, fugindo
ao racismo de que era vítima nos Estados Unidos. Depois da separação dos pais,
Langston foi viver com Mary, uma das suas avós, que habitava no Kansas. Depois
do falecimento da avó, juntou-se com uns amigos da família durante dois anos.
Todo este período da sua vida não foi particularmente feliz, mas influenciou
consideravelmente o futuro escritor. Mais tarde, voltou para junto da mãe. Na
escola secundária de Cleveland, participou num jornal estudantil e escreveu as
suas primeiras novelas, poesias e peças de teatro.
Em
1919, esteve com o pai no México, por um curto período, mas a tensão entre
ambos levou-o a várias tentativas de suicídio. Depois de terminar o curso
secundário em Junho de 1920, foi de novo ter com o pai para o convencer a
financiar os seus estudos na Universidade de Columbia. As opiniões dos
dois divergiam: Langston queria ser escritor; o pai queria vê-lo seguir uma
carreira de engenheiro. Apesar de tudo, chegaram a um acordo, sendo decidido
que ingressaria na Columbia, estudando paralelamente engenharia. Em
1922, decidiu deixar a Universidade, não podendo suportar o racismo dos
seus colegas. Foi desde aí que passou a preferir as alegrias das ruas de
Harlem, negligenciando os estudos.
Para
viver, executou pequenos ofícios até ser admitido como membro da tripulação de
um paquete que, em 1923, fazia o circuito das costas da África Ocidental e da
Europa.
Depois
de uma curta estadia em Paris, regressou aos Estados Unidos, juntando-se de
novo à mãe, que estava em
Washington. Voltou a executar pequenos trabalhos, tornando-se
finalmente assistente pessoal do professor Carter G. Woodson da Associação
Para o Estudo da Vida e da História do Povo Afro-Americano. Langston
passava no entanto o seu tempo a escrever. Acabou por abandonar o cargo, para
ir ocupar um lugar modesto num hotel, onde encontrou o poeta Vachel Lindsay. Impressionado
com os poemas que ele lhe mostrou, Vachel interessou-se pela sua publicação, se
bem que alguns já tivessem sido publicados em diversos periódicos e outros
fizessem parte de uma recolha em vias de finalização.
Os
estudos na Universidade de Lincoln, na Pensilvânia, que ele começara no
fim dos anos 1920, culminaram com o seu doutoramento em Literatura.
Interessado por viagens, multiplicou também as suas
expedições através do Mundo, se bem que se sentisse profundamente e sobretudo
um “homem do Harlem”.
Em
1926, publicou a sua primeira recolha de poemas “The Weary Blues”. Foi
uma figura fundamental do movimento Renascimento do Harlem, que fez
então surgir uma série de artistas negros. Escreveu no semanário político “The
Nation”, ainda em 1926, o texto “The Negro Artist and the Racial
Mountain”, que muitos consideram como um Manifesto de Engajamento
Artístico Negro.
Langston
descreve na maioria das suas obras a vida dos proletários negros, as suas
alegrias, desilusões e esperanças, tudo num ambiente de jazz e de blues. Ele
disse mais tarde «Procurei compreender e descrever a vida dos negros nos
Estados Unidos e, também, de um modo mais superficial, a vida de todos os
humanos». Com o seu trabalho, Hughes procurava mostrar a importância de uma
“consciência negra” e de um nacionalismo cultural que devia unir os homens em
vez de os separar. Este orgulho foi retomado por numerosos homens de letras, como
Nicolás Guillén, Léopold Sédar Senghor e Aimé Césaire, entre outros.
Depois
da publicação de múltiplas recolhas de poesias, de peças de teatro, de ensaios
e de guiões para cinema, L. Hughes escreveu ainda, encorajado pelos amigos,
duas autobiografias: “The Big Sea” e “I Wonder as I Wander”.
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