EFEMÉRIDE
– Luiz Goes, de seu nome completo Luís Fernando de Sousa Pires de
Goes, médico, poeta, compositor e cantor português, morreu em Mafra no dia 18
de Setembro de 2012. Nascera em Coimbra, em 5 de Janeiro de 1933. É
considerado um dos expoentes máximos da canção de Coimbra.
Por
influência de um tio, começou muito cedo a interpretar canções de Coimbra. Aos
catorze anos já cantava em público; na adolescência chegou a ser acompanhado
por Artur Paredes, uma das maiores referências da guitarra portuguesa; e aos 19
anos gravou o seu primeiro disco.
Nos
seus tempos de estudante, cruzou-se com muitas figuras ilustres, entre as quais
José Afonso, Manuel Alegre, Miguel Torga, Bernardo Santareno e Yvette Centeno.
Integrou o Orfeão de Coimbra, na categoria de barítono solista, tendo
percorrido o Brasil integrado neste agrupamento. Participou também noutras
formações académicas, nomeadamente no Teatro dos Estudantes da Universidade
de Coimbra, na Tuna e no Coral da Faculdade de Letras.
No
final da década de 1950, formou o Coimbra Quintet, juntamente com
os músicos António Portugal, Jorge Godinho, Manuel Pepe e Levi Baptista,
gravando o álbum “Serenata de Coimbra” (1957), que será – ainda hoje – o
disco de música portuguesa mais vendido de todos os tempos. O grupo seria
dissolvido mais tarde, em virtude da mobilização militar dos seus componentes.
Em 1958, licenciou-se em Medicina na Universidade de Coimbra e
exerceu a profissão de médico estomatologista até à sua reforma, em 2003. De 1963 a 1965, prestou serviço
militar na Guiné, como Alferes Miliciano Médico, fixando depois residência em
Lisboa.
Foi
autor de 25 canções estróficas e 18 baladas, algumas delas com mensagens
subliminares de oposição ao regime salazarista.
Entre
outros espectáculos de grande relevo, destacam-se as suas actuações no Congresso
da Cultura da Língua Portuguesa na Universidade de Georgetown
(Estados Unidos), no aniversário das Nações Unidas (Suíça) e na
homenagem a Beethoven (Áustria). Isto, além de participações em programas
televisivos em diversos países (Portugal, Brasil, Espanha, França, Suécia,
Áustria, Estados Unidos e África do Sul).
Em
1998, foi editado o livro “Luiz Goes de Ontem e de Hoje”, da autoria de
Carlos Carranca. Em 2003, a
editora Emi-Valentim de Carvalho lançou uma caixa de quatro CDs com
a sua obra completa.
Luiz
Goes defendeu sempre que não existia um fado, mas sim uma canção de Coimbra.
Foi condecorado com a Ordem do Infante Dom Henrique, no grau de Grande
Oficial (Junho de 1994), com a Medalha de Ouro da cidade de Coimbra
(Julho de 1998), com a Medalha de Mérito Cultural da Câmara Municipal de
Cascais e com o Prémio Amália Rodrigues 2005.
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