EFEMÉRIDE
– Arthur Koestler, jornalista, romancista, ensaísta e activista político judeu
húngaro, radicado no Reino Unido, nasceu em Budapeste no dia 5 de Setembro de
1905. Morreu em Londres, em 1 de Março de 1983.
Nascido
Kösztler Artur, de pai húngaro e mãe vienense, ambos judeus, tiveram de fugir
da Hungria após a queda do governo comunista de Béla Kun, para escapar da acusação
de colaborantes do governo bolchevique húngaro.
Refugiado
em Viena, matriculou-se na Escola Politécnica, estudando simultaneamente
Filosofia e Literatura na Universidade da capital
austríaca. Muito mais tarde, interessou-se igualmente pela Parapsicologia,
lendo Freud e Jung, entre outros.
Abandonou
os estudos em 1926, para se juntar aos pioneiros sionistas na Palestina. De
volta à Europa, dedicou-se principalmente ao jornalismo, através do qual
adquiriu enorme experiência humana, social e política.
Em
1929, como correspondente dos jornais do grupo Ullstein, de Berlim,
mudou-se para Paris e, em 1931, tornou-se o único jornalista a participar na
expedição polar do conde Zeppelin. Nesse mesmo ano, aderiu ao Partido
Comunista. No ano seguinte, esteve na União Soviética e, em 1936, foi
enviado a Madrid, pelo “New Chronicle”, para cobrir a Guerra Civil
Espanhola. Tendo participado activamente na defesa de Málaga, foi preso
pelas tropas de Franco e condenado à morte, sendo salvo por intervenção inglesa
e através de uma troca de prisioneiros.
Foi
transferido para França, onde esteve num campo de refugiados. Decidiu alistar-se
na Legião Estrangeira, para escapar à deportação para a Alemanha nazi.
Em 1938, rompeu com o Partido Comunista, mudando-se para Londres, onde
adquiriu cidadania inglesa e se dedicou à actividade de escritor, produzindo
obras de forte cunho psicológico, onde mesclou a criação com as experiências
vividas. A mais notória delas é “Darkness at Noon” (“O zero e o
infinito”), uma crítica contundente ao estalinismo, que lhe valeu a animosidade
de escritores como Jean-Paul Sartre, Simone de Beauvoir e Albert Camus.
Depois
da guerra, Koestler, que tinha conquistado uma grande notoriedade
internacional, ficou fascinado pela criação do Estado de Israel, que viria a
descrever de modo magistral no livro “A Análise de um Milagre”.
Em Novembro
de 1960, participou nas experiências de Timothy Leary com LSD, em Harvard. Afligido
pelos efeitos da droga, refugiou-se na casa de Timothy, onde permaneceu até
voltar à normalidade. Todavia, isso não o impediu de tornar a usar LSD,
com Ann Arbor, na Universidade do Michigan, descrevendo essa segunda
experiência como «uma viagem ao mundo de fantasia de Walt Disney».
Koestler
foi casado com Dorothy Asher (1935/50), Mamaine Paget (1950/52) e Cynthia
Jefferies (1965/83). Em 1972, foi feito Oficial da Ordem do Império
Britânico.
Na
tarde de 1 de Março de 1983, em sua casa, Arthur Koestler e a esposa Cynthia
ingeriram várias colheradas de mel misturadas com quantidades mortíferas de barbitúricos.
Aos 77 anos, ele estava terrivelmente afectado pela doença de Parkinson e por
uma leucemia. Na sua carta de despedida, deixou escrito: «Depois de haver
sofrido uma deterioração física mais ou menos constante durante os últimos
anos, o processo chegou agora a um estado agudo, com complicações adicionais
que recomendam buscar a auto-libertação, antes que me encontre incapaz de tomar
as medidas necessárias». Cynthia limitou-se a escrever: «Sem dúvida, não
poderia viver sem Arthur».
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