EFEMÉRIDE
– Raúl Reyes, de seu verdadeiro nome Luis Edgar Devia Silva,
guerrilheiro colombiano, membro do secretariado, porta-voz e assessor do Bloco
do Sul das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC),
nasceu em La Plata ,
Huila, no dia 30 de Setembro de 1948. Morreu em Santa Rosa de Yanamaru,
Equador, em 1 de Março de 2008.
Raul
Reyes ingressou na Juventude Comunista Colombiana aos 16 anos. Mais
tarde, filiou-se ao movimento sindical enquanto trabalhava numa fábrica de
leite da Nestlé, na província de Caquetá. Em pouco tempo, tornou-se
autarca da sua cidade natal em representação do Partido Comunista Colombiano,
chegando a membro de seu comité central, antes de se unir às FARC.
Viajou
pela Europa do Leste na década de 1970, regressando à Colômbia nos anos 1980.
Casou-se com Gloria Marín, filha do líder das FARC, Manuel Marulanda
Vélez (“Tirofijo”).
Raúl
Reyes adquiriu notoriedade pública ao participar, como representante das FARC,
no processo de negociação de 1999 entre este grupo armado e o governo
colombiano, então presidido por Andrés Pastrana.
Dizia-se
que Raúl Reyes operava na fronteira sul da Colômbia, especialmente em Putumayo,
Huila e Caquetá, nas proximidades da fronteira com o Equador. A possível
presença de Reyes em território equatoriano fez com que, em 2006, o presidente
colombiano Álvaro Uribe fizesse acusações às autoridades equatorianas, que por
sua vez negaram qualquer tipo de relação com as FARC.
Raúl
Reyes era considerado o porta-voz internacional das FARC e negociou a
libertação de reféns da guerrilha sob intermediação do presidente da Venezuela.
A
última aparição pública de Raúl Reyes foi num vídeo feito em Setembro de 2007,
quando recebeu a senadora colombiana Piedad Córdoba no seu acampamento,
enquanto esta desempenhava o papel de mediadora da paz.
Foi
morto no nordeste do Equador, juntamente com outros dezasseis guerrilheiros
colombianos, num ataque aéreo e terrestre ao seu acampamento, realizado pelo
exército da Colômbia. O local exacto onde se encornava teria sido detectado ao
atender, no seu telefone/satélite, uma chamada de um representante francês, que
queria negociar a libertação da refém Ingrid Betancourt.
O
corpo de Reyes foi transportado para a Colômbia e mostrado à imprensa. Por ter
configurado violação territorial sobre o Equador, a operação desencadeou uma
crise diplomática entre a Colômbia, o Equador e a Venezuela. Como resultado, os
presidentes do Equador (Rafael Correa) e da Venezuela (Hugo Chávez) cortaram
relações diplomáticas com a Colômbia, fechando as suas embaixadas em território
colombiano e movimentando tropas para as suas fronteiras sob a alegação de se
estarem a precaver contra novas incursões.
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