terça-feira, 13 de agosto de 2019

13 DE AGOSTO - CARLOS MALHEIRO DIAS


EFEMÉRIDE - Carlos Malheiro Dias, jornalista, cronista, romancista, político e historiador português, nasceu no Porto em 13 de Agosto de 1875. Morreu em Lisboa no dia 19 de Outubro de 1941.
Estudou no Liceu de Lamego, na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, onde iniciou o curso de Direito, e na Universidade de Lisboa, onde concluiu a licenciatura no Curso Superior de Letras.
Filho de pai português e mãe brasileira, repartiu entre os dois países a sua vocação para as letras. Foi para o Rio de Janeiro em 1893, iniciando a sua vida literária e colaborando em jornais da então capital brasileira.
A sua primeira publicação, o romance naturalista “A Mulata” (1896), sobre o baixo-mundo do Rio de Janeiro, cuja personagem principal é uma prostituta, foi recebido violentamente pela crítica, que o considerou um insulto para a época, tendo sido adjectivado de «livro infame, em que nada do Brasil escapara ao insulto» e uma verdadeira «enxurrada de lama».
Diante da reacção desfavorável, o autor voltou para Portugal, onde ingressou na política. Monárquico militante, foi deputado entre 1897 e 1910.
Com a proclamação da República Portuguesa (1910), exilou-se voluntariamente no Brasil, onde viveu até 1935. Quando do seu retorno em 1910, a comunidade portuguesa do Rio de Janeiro ofereceu-lhe, na conceituada Confeitaria Colombo, um jantar de homenagem e de desagravo pelas hostilidades ocorridas quando da publicação do seu primeiro e polémico romance. Compareceram políticos, escritores e representantes da classe conservadora, todos vaiados por um grupo de jornalistas, poetas e jovens intelectuais na Rua do Ouvidor, à porta da Colombo, inclusive Rui Barbosa que, embora recebido em respeitoso silêncio, ao entrar na confeitaria, ouviu o protesto do poeta Bastos Tigre, que lhe gritou: - Não sou tigre de tapete!».
A comunidade portuguesa no Brasil ofereceu-lhe, também, a residência onde viveu, em Lisboa, na Avenida do Brasil, perto do Campo Grande, e que hoje já não existe.
Em Junho de 1919, foi feito grande-oficial da Ordem Militar de Cristo, tendo sido elevado a grã-cruz da mesma Ordem alguns dias mais tarde.
Abandonou posteriormente a ficção e passou para a historiografia e temas cívicos e políticos. Coordenou a publicação da monumental “História da Colonização Portuguesa do Brasil” (1921), com reconhecida mestria, em que confluíram o realismo historicista e o neo-romantismo nacionalista. Fundou e dirigiu a famosa revista carioca “O Cruzeiro” (1928).
Além de ter sido director da revista “Ilustração Portuguesa” e co-director de “O Domingo Ilustrado” (1925/1927), colaborou em diversas publicações periódicas, nomeadamente em “Branco e Negro” (1896/1898), “Brasil-Portugal” (1899/1914), “Serões” (1901/1911), “Revista do Conservatório Real de Lisboa” (1902), “Atlântida” (1915/1920), “Contemporânea” (1915/1926), “Homens Livres (1923), “Lusitânia” (1924/1927) e “Feira da Ladra” (1929/1941).
Foi também um dos fundadores da Academia Portuguesa de História (1936), considerada sucessora da Academia Real de História Portuguesa. Foi membro-correspondente da Academia Brasileira de Letras, sucedendo a Eça de Queiroz. Romancista, contista e cronista, é considerado um dos maiores e mais talentosos escritores portugueses da geração seguinte à do autor de “O primo Basílio” (Eça).

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