Fazendo parte do grupo cultural e
político Távola Redonda, foi uma das vozes
líricas mais interessantes no início da década de 1950.
Na sua vida profissional, foi
secretário e colaborador na revista “Távola Redonda” (1950/1954),
publicação oficial do grupo referido acima, e redactor da revista “Graal”
(1956/1957).
Esteve, desde 1980 até à
aposentação, ligado à direcção literária da Editorial Verbo.
Era também um pedagogo, «alguém para quem uma das funções do teatro era a de
educar divertindo».
Ao lado
de um alto grau de exigência, haveria em Fernando de Paços um como que pudor de se exibir na feira literária, com todo o
seu ruído, vaidade e emulação.
Nem o seu interesse pelo teatro o
levou a subir ao palco. Autor de peças infantis e entusiasta de fantoches e
marionetas - era, certamente, a faceta lúdica de um homem reservado -,
escondia-se atrás da cortina.... A sua vocação não era a de publicista - era,
no mundo, a de monge contemplativo.
Era muito amigo dos escritores
Luiz Pacheco, de quem era vizinho e mesmo assim com quem trocava
correspondência, e de Florentino Goulart Nogueira, com quem colaborou na “Graal”
e depois na revista “Tempo Presente”.
Viana do Castelo foi a cidade
onde tirou o curso dos liceus. Filho de uma família numerosa, cedo foi habitar com os seus os pais e irmãos, numa casa
serrana com uma pequena quinta, a dois quilómetros de Viana do Castelo, em São
João d’Arga, a poucos metros de uma casinha onde, por algum tempo, vivera
Camilo Castelo Branco pelos anos 1850.
Na sua juventude, foi um
dinamizador de revistas, culturais como a revista “Seiva Nova”, na qual
colaborava com recensões, poesia, artigos sobre
literatura e contos nos anos de 1942/1943.
Veio viver para Lisboa no ano de
1953, a instâncias do poeta António Manuel Couto Viana, seu conterrâneo.
Foi secretário
dos fascículos de poesia “Távola Redonda” e, com Maria de Lourdes
Belchior, David Mourão-Ferreira, Goulart Nogueira e Luís de Macedo, e pertenceu ao corpo de redacção da revista “Graal”.
Igualmente começou por exercer
actividades culturais para a infância no “Diário de Notícias”, como
redactor da revista “Cavaleiro Andante” e editor da revista “João
Ratão”.
Foi ainda director da revista
infantil “Camarada” (1958/1965).
Participou com a sua dramaturgia
infantil no Teatro do Gerifalto dirigido pelo referido A. M. Couto
Viana.
Anos mais tarde, passou a
exercer, em exclusivo, o cargo de director da Editorial Verbo, sendo
amigo do proprietário Fernando Guedes.
Faleceu, numa modesta casa, em
Massamá, Queluz aos 79 anos. Era casado
com Amália Monroy de
Cabo.
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