quarta-feira, 8 de junho de 2022

8 DE JUNHO - MARGUERITE YOURCENAR

EFEMÉRIDE - Marguerite Yourcenar, pseudónimo de Marguerite Cleenewerck de Crayencour (Yourcenar é um anagrama de Crayencour), escritora bela, nasceu em Bruxelas no dia 8 de Junho de 1903. Morreu em Mount Desert Island, em 17 de Dezembro de 1987.

Marguerite Yourcenar foi educada de forma privada e de maneira excepcional: lia Jean Racine com oito anos de idade e o seu pai ensinou-lhe o latim aos oito anos e grego aos doze.

Em 1929, publicou o seu primeiro romance, Alexis ou o Tratado do Vão Combate(“Alexis ou le traité du vain combat”) inspirado em André Gide, escrito num estilo preciso, frio e clássico. Trata-se de uma longa carta em que um homem, músico renomado, confessa à sua esposa a sua homossexualidade e a sua decisão de a deixar.

Após a morte do seu pai, em 1929, Marguerite Yourcenar levou uma vida boémia entre Paris, Lausana, Atenas, as ilhas gregas, Constantinopla e Bruxelas. Nesta época, Marguerite Yourcenar apaixonou-se pelo escritor e editor André Fraigneau.

Na década de 1930, escreveu “Fogos” (1936), composto por textos com inspirações mitológicas ou religiosas, em que a autora trata de diversas formas o tema do desespero amoroso e dos sofrimentos sentimentais, tema retomado mais tarde em “Le Coup de grâce” (1939), romance curto sobre um triângulo amoroso durante a guerra russo-polaca de 1920.

Em 1939, publicou “Contos Orientais”, com histórias que fazem referência às suas viagens. Naquele mesmo ano, dez anos depois da morte de seu pai e com a Europa conturbada pela proximidade da Segunda Guerra Mundial, mudou-se para os Estados Unidos, onde passou o resto da sua vida, obtendo a cidadania norte-americana em 1947 e ensinando Literatura Francesa até 1949.

Até 1979, Yourcenar morou com Grace Frick, professora de Literatura Britânica em Nova Iorque.

As suas Mémoires d’Hadrien(“Memórias de Adriano”), de 1951, tornaram-na internacionalmente conhecida. Este sucesso seria confirmado com “L’Œuvre au Noir” (“A Obra ao Negro”, 1968), uma biografia de um herói do século XVI, chamado Zénon, atraído pelo hermetismo e a ciência.

Publicou ainda poemas, ensaios (“Sous bénéfice d’inventaire”, 1978) e memórias (“Archives du Nord”, 1977), manifestando uma atracção pela Grécia e pelo misticismo oriental patente em trabalhos como “Mishima ou La vision du vide” (1981) e “Comme l’eau qui coule” (1982).

Marguerite Yourcenar foi a primeira mulher eleita para a Academia Francesa de Letras, em 1980, após uma campanha e apoio activos de Jean d’Ormesson, que escreveu o discurso de sua admissão.

A Fundação Marguerite Yourcenar, sob égide da Fondation de France, foi criada em 1982, por iniciativa de Marguerite Yourcenar. Esta fundação tem como objectivo proteger a fauna e a flora selvagens, e contribuiu para a criação de uma reserva natural nos Monts de Flandre.

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