Marguerite Yourcenar foi educada
de forma privada e de maneira excepcional: lia Jean Racine com oito anos de
idade e o seu pai ensinou-lhe o latim aos oito anos e grego aos doze.
Em 1929, publicou o seu primeiro
romance, “Alexis ou o Tratado do Vão Combate” (“Alexis
ou le traité du vain combat”) inspirado em André Gide, escrito num estilo
preciso, frio e clássico. Trata-se de uma longa carta em que um homem, músico renomado, confessa à sua esposa a sua homossexualidade
e a sua decisão de a deixar.
Após a morte do seu pai, em 1929,
Marguerite Yourcenar levou uma vida boémia entre Paris, Lausana,
Atenas, as ilhas gregas, Constantinopla e Bruxelas. Nesta época, Marguerite
Yourcenar apaixonou-se pelo escritor e editor André Fraigneau.
Na década de 1930,
escreveu “Fogos” (1936), composto por textos com inspirações mitológicas
ou religiosas, em que a autora trata de diversas formas o tema do desespero amoroso e dos sofrimentos sentimentais,
tema retomado mais tarde em “Le Coup de grâce” (1939), romance curto
sobre um triângulo amoroso durante a guerra russo-polaca de 1920.
Em 1939, publicou “Contos
Orientais”, com histórias que fazem referência às suas viagens. Naquele
mesmo ano, dez anos depois da morte de seu pai e com a Europa conturbada pela
proximidade da Segunda Guerra Mundial, mudou-se para os Estados Unidos,
onde passou o resto da sua vida, obtendo a cidadania norte-americana em 1947 e
ensinando Literatura Francesa até 1949.
Até 1979, Yourcenar morou com Grace Frick, professora de Literatura Britânica em
Nova Iorque.
As suas “Mémoires
d’Hadrien” (“Memórias de Adriano”), de 1951, tornaram-na
internacionalmente conhecida. Este sucesso seria confirmado com “L’Œuvre au
Noir” (“A Obra ao Negro”, 1968), uma biografia de um herói do século
XVI, chamado Zénon, atraído pelo hermetismo e a ciência.
Publicou ainda poemas, ensaios (“Sous bénéfice d’inventaire”, 1978) e memórias (“Archives du Nord”, 1977), manifestando uma atracção pela Grécia e pelo misticismo oriental patente em trabalhos
como “Mishima ou La vision du vide” (1981) e “Comme l’eau qui coule”
(1982).
Marguerite Yourcenar foi a
primeira mulher eleita para a Academia Francesa de Letras, em 1980, após
uma campanha e apoio activos de Jean d’Ormesson, que escreveu o discurso de sua
admissão.
A Fundação Marguerite
Yourcenar, sob égide da Fondation de France, foi criada em 1982, por
iniciativa de Marguerite Yourcenar. Esta fundação tem como objectivo proteger a
fauna e a flora selvagens, e contribuiu para a criação de uma reserva natural
nos Monts de Flandre.
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