Filha de Camilo Mortágua,
histórico activista anti-salazarista, revolucionário, membro fundador e
operacional da LUAR, é irmã gémea da também dirigente e deputada do Bloco
de Esquerda Joana Mortágua e prima afastada da socialista Maria João
Rodrigues.
É licenciada e mestre em Economia,
pelo ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa, tendo terminado o
doutoramento em Economia na School of Oriental and African Studies
(SOAS) da Universidade de Londres.
Estreou-se como deputada na Assembleia
da República aos 27 anos, em 2013, por necessidade de substituição de Ana
Drago no círculo eleitoral de Lisboa, onde foi eleita.
A sua nomeação em Setembro de
2013 para os lugares cimeiros da lista de candidatos a deputados por parte da Comissão
Política do BE, foi contestada por um grupo de militantes, que
criticaram o «critério tecnocrata» que orientou a sua escolha,
nomeadamente o facto de ter conhecimentos de economia. Perante isto, o BE
confirmou que Mariana Mortágua foi considerada como o elemento que «melhor
serviria os interesses do partido na Assembleia da República, em virtude dos
seus conhecimentos na área da Economia», algo que se vinha «a fazer
sentir desde a saída de Francisco Louçã».
Ganhou posteriormente particular
visibilidade na política portuguesa, após o seu desempenho no inquérito
parlamentar a Zeinal Bava e a Ricardo Salgado, no âmbito da ruína do banco BES.
Foi reeleita deputada nas Eleições
Legislativas de 2015, que deram ao Bloco de Esquerda a sua maior
votação de sempre.
Integrou a Comissão de
Economia e Obras Públicas, a Comissão de Orçamento, Finanças e
Administração Pública e a Comissão Eventual para Acompanhamento das
Medidas do Programa de Assistência Financeira a Portugal.
Foi de novo reeleita deputada em Outubro
de 2019. Actualmente, integra apenas a Comissão de Orçamento e Finanças.
Em Setembro de 2016, afirmou: «Do
ponto de vista prático, a primeira coisa que temos de fazer é perder a vergonha
de ir buscar a quem está a acumular dinheiro». «Não podemos ter vergonha
de ter uma política social deste género».
Em Abril de 2022, o Ministério
Público instaurou um inquérito crime a Mariana Mortágua, por ter recebido o
subsídio de exclusividade pelo seu trabalho no Parlamento ao mesmo tempo
que desempenhou actividades remuneradas na comunicação social. Em 30 de Março
de 2022, o Ministério Público solicitou à SIC e ao “Jornal de
Notícias” os «recibos dos honorários pagos a Mariana Mortágua no período
compreendido entre Janeiro de 2015 e a data presente». O Global Media
Group (detentor do “Jornal de Notícias”) indicou que os recibos
emitidos pela deputada bloquista pela colaboração como colunista (que faz desde
2015) não configuravam remuneração de propriedade intelectual, mas prestação de
serviços em actividades de consultoria, científicas,
técnicas e similares.
Mortágua interessa-se por
diversas causas humanitárias, destacando-se os direitos das mulheres e os
direitos LGBT. Despertou para a causa do
feminismo na sua juventude, quando fez parte da Associação Jovem para a
Justiça e Paz (AJP), liderada pela feminista Teresa Cunha. É assídua
a sua presença em marchas de orgulho LGBT, acompanhada da comitiva do BE.
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