EFEMÉRIDE – Aimé Fernand David Césaire, poeta e político francês, faleceu em Fort-de-France no dia 17 de Abril de 2008. Nascera em Basse-Pointe, na Martinica, em 26 de Junho de 1913. Foi um dos fundadores do Movimento Literário da Negritude e foi um anticolonialista resoluto. A sua obra está marcada pela defesa das raízes africanas. Foi Presidente da Câmara de Fort-de-France durante 56 anos, entre 1945 e 2001.
Aimé Césaire tinha sete irmãos e era filho de um funcionário público e de uma costureira. O avô tinha sido o primeiro professor negro na Martinica e a avó, contrariamente a muitas mulheres da sua geração, sabia ler e escrever, tendo podido assim ensinar os netos, mesmo antes de eles entrarem na escola.
De 1919 a 1924, frequentou a escola primária de Basse-Pointe, obtendo depois uma bolsa para o Liceu Victor Schoelcher em Fort-de-France. Em 1931 foi para Paris, como bolseiro do governo francês, ingressando no Liceu Louis-le-Grand onde, logo no primeiro dia, encontrou Léopold Sédar Senghor, poeta e futuro Presidente do Senegal, de quem se tornou amigo por toda a vida.
Em Setembro de 1934, juntamente com outros estudantes das Antilhas, das Guianas e também com alguns Africanos, fundou o jornal “L'Étudiant noir”. Foi nas páginas desta publicação que apareceu pela primeira vez o termo “Negritude”. Este conceito, forjado por Aimé Césaire em reacção à opressão cultural do sistema colonial francês, visava rejeitar o projecto francês de assimilação cultural e promover a África e a sua cultura.
Em 1935 entrou na “École Normale Supérieure”, só voltando à sua terra natal em 1939, já licenciado, casado e com alguns poemas e ensaios publicados.
Foi ensinar precisamente no mesmo liceu onde tinha estudado. A actividade cultural na Martinica era obra de elites, que privilegiavam as referências que chegavam de França. Em reacção a esta situação, o casal Césaire, ajudado por outros intelectuais locais, fundou em 1941 a revista “Trópicos”. A Segunda Guerra Mundial ia ter porém importantes reflexos na Martinica, onde foi instaurado um regime repressivo. A censura perseguiu a revista que só seria publicada, e com dificuldade, até 1943.
O conflito mundial marcou igualmente a passagem na Martinica do poeta André Breton, que descobriu a poesia de Césaire através do “Caderno de um regresso ao país natal”. Em 1944 “As armas miraculosas” marcaram a adesão de Aimé Césaire ao surrealismo.
O seu pensamento e a sua poesia influenciaram não só escritores francófonos, mas também outros intelectuais africanos e negros americanos, todos em luta contra o colonialismo e a aculturação.
Em 1945 foi eleito Presidente da Câmara, com o apoio dos comunistas que viam nele o símbolo da renovação. Simultaneamente foi eleito deputado, mandato que conservou sem interrupção até 1993.
Em 1947 fundou a revista “Presença Africana". Em 1950 publicou o “Discurso sobre o colonialismo”, em que comparou o nazismo ao colonialismo e que, 44 anos mais tarde, faria parte do programa do Bacharelato Literário Francês.
Aimé Césaire retirou-se da vida política em 2001, mas será sempre lembrado como uma personalidade incontornável da história da Martinica. É considerado um dos maiores poetas de língua francesa do século XX.
Teve funerais nacionais, com a presença do Presidente da República Francesa e de muitas personalidades de renome.
Aimé Césaire tinha sete irmãos e era filho de um funcionário público e de uma costureira. O avô tinha sido o primeiro professor negro na Martinica e a avó, contrariamente a muitas mulheres da sua geração, sabia ler e escrever, tendo podido assim ensinar os netos, mesmo antes de eles entrarem na escola.
De 1919 a 1924, frequentou a escola primária de Basse-Pointe, obtendo depois uma bolsa para o Liceu Victor Schoelcher em Fort-de-France. Em 1931 foi para Paris, como bolseiro do governo francês, ingressando no Liceu Louis-le-Grand onde, logo no primeiro dia, encontrou Léopold Sédar Senghor, poeta e futuro Presidente do Senegal, de quem se tornou amigo por toda a vida.
Em Setembro de 1934, juntamente com outros estudantes das Antilhas, das Guianas e também com alguns Africanos, fundou o jornal “L'Étudiant noir”. Foi nas páginas desta publicação que apareceu pela primeira vez o termo “Negritude”. Este conceito, forjado por Aimé Césaire em reacção à opressão cultural do sistema colonial francês, visava rejeitar o projecto francês de assimilação cultural e promover a África e a sua cultura.
Em 1935 entrou na “École Normale Supérieure”, só voltando à sua terra natal em 1939, já licenciado, casado e com alguns poemas e ensaios publicados.
Foi ensinar precisamente no mesmo liceu onde tinha estudado. A actividade cultural na Martinica era obra de elites, que privilegiavam as referências que chegavam de França. Em reacção a esta situação, o casal Césaire, ajudado por outros intelectuais locais, fundou em 1941 a revista “Trópicos”. A Segunda Guerra Mundial ia ter porém importantes reflexos na Martinica, onde foi instaurado um regime repressivo. A censura perseguiu a revista que só seria publicada, e com dificuldade, até 1943.
O conflito mundial marcou igualmente a passagem na Martinica do poeta André Breton, que descobriu a poesia de Césaire através do “Caderno de um regresso ao país natal”. Em 1944 “As armas miraculosas” marcaram a adesão de Aimé Césaire ao surrealismo.
O seu pensamento e a sua poesia influenciaram não só escritores francófonos, mas também outros intelectuais africanos e negros americanos, todos em luta contra o colonialismo e a aculturação.
Em 1945 foi eleito Presidente da Câmara, com o apoio dos comunistas que viam nele o símbolo da renovação. Simultaneamente foi eleito deputado, mandato que conservou sem interrupção até 1993.
Em 1947 fundou a revista “Presença Africana". Em 1950 publicou o “Discurso sobre o colonialismo”, em que comparou o nazismo ao colonialismo e que, 44 anos mais tarde, faria parte do programa do Bacharelato Literário Francês.
Aimé Césaire retirou-se da vida política em 2001, mas será sempre lembrado como uma personalidade incontornável da história da Martinica. É considerado um dos maiores poetas de língua francesa do século XX.
Teve funerais nacionais, com a presença do Presidente da República Francesa e de muitas personalidades de renome.
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