EFEMÉRIDE – Howard Robard Hughes, Jr., aviador, construtor aeronáutico, produtor/realizador de cinema e um dos homens mais ricos do mundo, morreu em Houston no dia 5 de Abril de 1976. Nascera em Humble, no Texas, em 24 de Dezembro de 1905. Ficou famoso por bater recordes mundiais de aviação, por construir aviões, por produzir o filme “Hell's Angels” e por se ter tornado dono de uma das maiores empresas aéreas norte-americanas, a TWA.
Howard foi um estudante muito dotado, com interesse especial por matemática, voos e mecânica. Cresceu influenciado e superprotegido pela mãe, que padecia de misofobia, o que a levava a isolar o filho de todos os germes ambientais, tendo um medo terrível de contágios.
Aos onze anos construiu uma bicicleta motorizada, um sistema de interfones e um aparelho de rádio com o qual comunicava com navios. Apaixonado pela aviação, teve as suas primeiras aulas de pilotagem aos catorze anos.
A mãe de Howard morreu em 1922, devido a complicações com uma gravidez extra-uterina, e o pai faleceu dois anos depois com um enfarte. Após ficar órfão, Howard tomou o controlo da companhia do pai em Houston, a “Hughes Tool Company”.
Em 1925 Hughes abandonou a Universidade Rice em Houston, casou-se e mudou-se para Hollywood, onde pretendia produzir filmes. Financiou três filmes de qualidade variável, vindo posteriormente a realizar um épico sobre pilotos da Royal Air Force na 1ª Guerra Mundial chamado "Hell's Angels". O filme custou 3,8 milhões de dólares, um autêntico recorde na época. Lançado em 1930, teve um enorme sucesso, estabelecendo recordes de bilheteira, o que não chegou todavia para recuperar o dinheiro dispendido.
Howard manteve a esposa isolada em casa, até que decidiram divorciar-se. A sua vida amorosa foi bastante agitada, tendo relações com estrelas de Hollywood como Ava Gardner, Katherine Hepburn, Ginger Rogers, Joan Crawford, Bette Davis, Olivia de Havilland, Lana Turner, Rita Hayworth, Janet Leigh e Elizabeth Taylor. Durante estes anos, Hughes manteve a sua paixão pelos aviões e, tal como acontecia com a indústria cinematográfica, também a indústria de aviação começava a firmar-se no Sul da Califórnia, um autêntico centro para novas tecnologias.
Howard, além de pilotar aviões, desenvolveu em 1935 o primeiro avião, o “Hughes H-1 Racer”, para a sua empresa “Hughes Aircraft Corporation”. O primeiro voo de Hughes com o H-1 foi um sucesso, batendo o recorde mundial de velocidade com 566 km/h. Em 1937 viajou de Los Angeles para Newark em 7 horas e 28 minutos, um novo recorde de costa-a-costa. Ainda no mesmo ano foi eleito "melhor aviador do mundo", ao conquistar o “Harmon International Trophy”. No ano seguinte, estabeleceu um novo recorde, desta vez ao viajar à volta do mundo em 3 dias 19 horas e 17 minutos, a bordo do Lockheed L-14 Super Electra Spirit of J&B. Durante esta viagem bateu também o anterior recorde de Charles Lindbergh entre Nova Iorque e Paris, fazendo-o em metade do tempo. Hughes atingia assim o topo da sua carreira e da sua popularidade.
Os anos da 2ª Guerra Mundial foram frustrantes para ele. Desenvolveu dois projectos para uso do exército americano. O avião espião XF-11 e o avião de carga Hércules. Ao testar o primeiro XF-11, Hughes quase ia morrendo ao cair com o avião perto de Beverly Hills.
O seu projecto mais famoso talvez tenha sido o H-4 Hércules: ao construir este gigantesco hidroavião, Hughes bateu mais um recorde, o do hidroavião com maior envergadura da história. Foi idealizado para ser usado na Segunda Guerra Mundial, como meio de transporte de tropas e equipamento através do Atlântico, para evitar as perdas causadas pelos submarinos alemães. Só foi completado porém depois do fim da guerra, voando apenas uma vez em Long Beach Harbor em 1947.
Em 1939 Hughes comprou 15 milhões de dólares em acções da TWA, tomando o controlo desta companhia. Ao entrar no mercado das companhias aéreas, Hughes contratou a “Lockheed Corporation” para desenvolver um novo avião comercial, o “Constellation”. Quando este aparelho foi finalizado, comprou 40 aviões.
Em 1956 adquiriu 63 Convair 800. Embora extremamente rico, Hughes teve que abandonar o controlo da TWA. Em 1966, um tribunal federal dos Estados Unidos forçou-o a vender as suas acções, devido a conflitos de interesses entre a TWA e sua própria companhia aérea (Hughes Aircraft). A venda da sua parte da TWA deu-lhe um lucro de 547 milhões de dólares. Durante os anos 1970, Hughes voltou ao negócio das companhias aéreas, comprando a companhia aérea “Air West” e posteriormente mudou-lhe o nome para “Hughes Airwest”.
As últimas três décadas da sua vida não foram porém famosas. Desde 1944, Hughes começara a ter um comportamento alarmante e uma fobia aos germes, o que o levou a um esgotamento nervoso. O seu medo dos germes ficou pior devido ao vício das drogas, entre as quais a Codeína (originalmente receitada para o alívio das dores provocadas pelas lesões sofridas no desastre de avião ocorrido anos antes) e o Valium. A obsessão com os germes, herdada da mãe, foi-se agravando ao longo dos anos. Desde o início da década de 1940, exigia a todos os que entrassem em contacto com as mesmas coisas que ele, o uso de luvas brancas. Em 1958 sofreu um segundo esgotamento.
As suas empresas começaram a sofrer um declínio. Em 1966 ainda comprou alguns canais de televisão e uma série de casinos em Las Vegas.
O seu comportamento era cada vez mais irracional e apesar de ter muitos momentos de lucidez, a sua saúde física tornou-se precária. Hughes passou o último capítulo da sua vida em Las Vegas e no México, física e mentalmente doente, absolutamente sozinho no mundo, se não se contar com os médicos e com os guarda-costas que o «protegiam da máfia». Sempre acamado, visionava filmes, vivia nu e não cortava a barba, nem o cabelo nem as unhas. Dirigia a totalidade dos seus negócios por telex e pelo telefone. O seu poder político seria tal que era considerado o homem mais poderoso do Mundo, aquele que poderia ditar as suas vontades a homens como John Kennedy, Lyndon Johnson ou Richard Nixon.
Em 5 de Abril de 1976 faleceu, após um dia em coma, vítima de paragem cardíaca ocorrida num avião que o transportava de Acapulco a Houston, para tratamento médico. Tinha perdido 10 cm de altura e pesava apenas 47 kg, estando de tal forma transfigurado que teve de ser identificado pelas impressões digitais e pelo testemunho do pessoal.
As décadas áureas da sua vida tiveram, em 2004, o tratamento adequado com o filme "O Aviador", de Martin Scorsese, com Leonardo Di Caprio no papel de Howard Hughes.
Howard foi um estudante muito dotado, com interesse especial por matemática, voos e mecânica. Cresceu influenciado e superprotegido pela mãe, que padecia de misofobia, o que a levava a isolar o filho de todos os germes ambientais, tendo um medo terrível de contágios.
Aos onze anos construiu uma bicicleta motorizada, um sistema de interfones e um aparelho de rádio com o qual comunicava com navios. Apaixonado pela aviação, teve as suas primeiras aulas de pilotagem aos catorze anos.
A mãe de Howard morreu em 1922, devido a complicações com uma gravidez extra-uterina, e o pai faleceu dois anos depois com um enfarte. Após ficar órfão, Howard tomou o controlo da companhia do pai em Houston, a “Hughes Tool Company”.
Em 1925 Hughes abandonou a Universidade Rice em Houston, casou-se e mudou-se para Hollywood, onde pretendia produzir filmes. Financiou três filmes de qualidade variável, vindo posteriormente a realizar um épico sobre pilotos da Royal Air Force na 1ª Guerra Mundial chamado "Hell's Angels". O filme custou 3,8 milhões de dólares, um autêntico recorde na época. Lançado em 1930, teve um enorme sucesso, estabelecendo recordes de bilheteira, o que não chegou todavia para recuperar o dinheiro dispendido.
Howard manteve a esposa isolada em casa, até que decidiram divorciar-se. A sua vida amorosa foi bastante agitada, tendo relações com estrelas de Hollywood como Ava Gardner, Katherine Hepburn, Ginger Rogers, Joan Crawford, Bette Davis, Olivia de Havilland, Lana Turner, Rita Hayworth, Janet Leigh e Elizabeth Taylor. Durante estes anos, Hughes manteve a sua paixão pelos aviões e, tal como acontecia com a indústria cinematográfica, também a indústria de aviação começava a firmar-se no Sul da Califórnia, um autêntico centro para novas tecnologias.
Howard, além de pilotar aviões, desenvolveu em 1935 o primeiro avião, o “Hughes H-1 Racer”, para a sua empresa “Hughes Aircraft Corporation”. O primeiro voo de Hughes com o H-1 foi um sucesso, batendo o recorde mundial de velocidade com 566 km/h. Em 1937 viajou de Los Angeles para Newark em 7 horas e 28 minutos, um novo recorde de costa-a-costa. Ainda no mesmo ano foi eleito "melhor aviador do mundo", ao conquistar o “Harmon International Trophy”. No ano seguinte, estabeleceu um novo recorde, desta vez ao viajar à volta do mundo em 3 dias 19 horas e 17 minutos, a bordo do Lockheed L-14 Super Electra Spirit of J&B. Durante esta viagem bateu também o anterior recorde de Charles Lindbergh entre Nova Iorque e Paris, fazendo-o em metade do tempo. Hughes atingia assim o topo da sua carreira e da sua popularidade.
Os anos da 2ª Guerra Mundial foram frustrantes para ele. Desenvolveu dois projectos para uso do exército americano. O avião espião XF-11 e o avião de carga Hércules. Ao testar o primeiro XF-11, Hughes quase ia morrendo ao cair com o avião perto de Beverly Hills.
O seu projecto mais famoso talvez tenha sido o H-4 Hércules: ao construir este gigantesco hidroavião, Hughes bateu mais um recorde, o do hidroavião com maior envergadura da história. Foi idealizado para ser usado na Segunda Guerra Mundial, como meio de transporte de tropas e equipamento através do Atlântico, para evitar as perdas causadas pelos submarinos alemães. Só foi completado porém depois do fim da guerra, voando apenas uma vez em Long Beach Harbor em 1947.
Em 1939 Hughes comprou 15 milhões de dólares em acções da TWA, tomando o controlo desta companhia. Ao entrar no mercado das companhias aéreas, Hughes contratou a “Lockheed Corporation” para desenvolver um novo avião comercial, o “Constellation”. Quando este aparelho foi finalizado, comprou 40 aviões.
Em 1956 adquiriu 63 Convair 800. Embora extremamente rico, Hughes teve que abandonar o controlo da TWA. Em 1966, um tribunal federal dos Estados Unidos forçou-o a vender as suas acções, devido a conflitos de interesses entre a TWA e sua própria companhia aérea (Hughes Aircraft). A venda da sua parte da TWA deu-lhe um lucro de 547 milhões de dólares. Durante os anos 1970, Hughes voltou ao negócio das companhias aéreas, comprando a companhia aérea “Air West” e posteriormente mudou-lhe o nome para “Hughes Airwest”.
As últimas três décadas da sua vida não foram porém famosas. Desde 1944, Hughes começara a ter um comportamento alarmante e uma fobia aos germes, o que o levou a um esgotamento nervoso. O seu medo dos germes ficou pior devido ao vício das drogas, entre as quais a Codeína (originalmente receitada para o alívio das dores provocadas pelas lesões sofridas no desastre de avião ocorrido anos antes) e o Valium. A obsessão com os germes, herdada da mãe, foi-se agravando ao longo dos anos. Desde o início da década de 1940, exigia a todos os que entrassem em contacto com as mesmas coisas que ele, o uso de luvas brancas. Em 1958 sofreu um segundo esgotamento.
As suas empresas começaram a sofrer um declínio. Em 1966 ainda comprou alguns canais de televisão e uma série de casinos em Las Vegas.
O seu comportamento era cada vez mais irracional e apesar de ter muitos momentos de lucidez, a sua saúde física tornou-se precária. Hughes passou o último capítulo da sua vida em Las Vegas e no México, física e mentalmente doente, absolutamente sozinho no mundo, se não se contar com os médicos e com os guarda-costas que o «protegiam da máfia». Sempre acamado, visionava filmes, vivia nu e não cortava a barba, nem o cabelo nem as unhas. Dirigia a totalidade dos seus negócios por telex e pelo telefone. O seu poder político seria tal que era considerado o homem mais poderoso do Mundo, aquele que poderia ditar as suas vontades a homens como John Kennedy, Lyndon Johnson ou Richard Nixon.
Em 5 de Abril de 1976 faleceu, após um dia em coma, vítima de paragem cardíaca ocorrida num avião que o transportava de Acapulco a Houston, para tratamento médico. Tinha perdido 10 cm de altura e pesava apenas 47 kg, estando de tal forma transfigurado que teve de ser identificado pelas impressões digitais e pelo testemunho do pessoal.
As décadas áureas da sua vida tiveram, em 2004, o tratamento adequado com o filme "O Aviador", de Martin Scorsese, com Leonardo Di Caprio no papel de Howard Hughes.
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