EFEMÉRIDE – João Rui de Sousa, poeta, ensaísta e crítico literário português, nasceu em Lisboa no dia 12 de Outubro de 1928. Depois de ter concluído um curso de Técnico Agrícola na Escola Prática de Agricultura D. Dinis, e já a trabalhar num organismo de coordenação económica, onde desempenhou funções no sector da documentação e edições, licenciou-se em Ciências Históricas e Filosóficas na Faculdade de Letras de Lisboa.
Dirigiu em 1955, juntamente com António Carlos, António Ramos Rosa, José Bento e José Terra – todos eles ligados à revista “Árvore”, extinta compulsivamente pela PIDE (polícia política do regime de Salazar) em 1953 – a revista “Cassiopeia”, onde se estreou literariamente com dois poemas e o ensaio “A Angústia e o Nosso Tempo”. Poemas seus foram igualmente publicados nos “Cadernos do Meio-Dia” e em “Notícias do Bloqueio”.
Integra uma geração poética que assimila e supera as estéticas surrealista e neo-realista e que tende a recusar todo o tipo de tentação de facilidade, seja a nível rítmico, seja a nível da expressão imagética, vocacionando-se para a fixação do real num enquadramento de reflexão ontológica.
A partir de 1982 e até à sua aposentação em 1993, trabalhou como investigador na área de espólios literários da Biblioteca Nacional de Lisboa. Foi membro do Centro Português da Associação Internacional de Críticos Literários e júri de diversos prémios de poesia.
Os seus poemas só começaram a ser revelados em livro no início da década de sessenta, com “Circulação”. Colaborou em muitos jornais e revistas, nacionais e estrangeiros, e tem participado em recitais de poesia em diversos pontos do país. Está representado em mais de três dezenas de antologias e volumes colectivos.
Ao nível de actividade ensaística, e com predomínio da crítica de poesia, tem igualmente colaboração em cerca de vinte publicações periódicas, destacando-se: “Colóquio – Letras”, “JL – Jornal de Letras, Artes e Ideias”, “A Capital”, “O Tempo e o Modo”, “Seara Nova”, “Crítica”, “Folhas de Poesia”, “Bandarra”, “Cronos” e “Nova Renascença”, entre outras.
Em sessões públicas de vária índole ou sob a forma prefacial, tem feito a apresentação de muitos autores e de algumas das suas obras. Para além de estudos mais desenvolvidos e já recolhidos em publicações, nomeadamente sobre Cesário Verde e Mário Saa, teve responsabilidades na organização e na apresentação de volumes como “Fotobibliografia de Fernando Pessoa” (1988) e “Poesias Completas de Adolfo Casais Monteiro” (1993).
Em 2002, recebeu o Prémio da Associação Nacional de Críticos Literários, ex-aequo com o jornalista e escritor Baptista Bastos. Em 2012, foi distinguido por unanimidade com o Prémio Vida Literária da Associação Portuguesa de Escritores/Caixa Geral de Depósitos. Este prémio de consagração, no valor de 25 mil euros, tem sido atribuído – de dois em dois anos – a escritores de ficção, poesia e ensaio. Distinguiu até agora, entre outros, José Saramago, Miguel Torga, Eugénio de Andrade e Mário Cesariny.
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