EFEMÉRIDE
– Timothy Francis Leary, professor, psicólogo, neurocientista,
escritor, futurista e libertário norte-americano, ícone dos anos 1960 e
do hedonismo, nasceu em Springfield no dia 22 de Outubro de 1920.
Morreu em Beverly Hills,
em 31 de Maio de 1996. Ficou famoso por ser um defensor dos benefícios
terapêuticos e espirituais do LSD, uma substância psicadélica. Era amigo
pessoal de John Lennon. A canção “Come Together” dos Beatles foi inspirada
nele.
Estudou
no College of the Holy Cross, em Worcester, mas reagia mal à disciplina dos
jesuítas. Frequentou depois a Academia Militar de West Point, sendo
expulso ao fim de 18 meses. Licenciou-se em Psicologia na Universidade
de Alabama em 1943, doutorando-se na Universidade de Berkeley em
1950. Foi professor auxiliar em Berkeley de 1950 a 1955 e, seguidamente,
director de pesquisas da Fundação Kaiser (1955/58) e professor e conferencista
em psicologia na Universidade Harvard (1959/63).
De
férias no México, consumiu cogumelos halucinogénicos, uma experiência que mudaria
radicalmente o curso da sua vida. Logo que voltou a Harvard, começou as
pesquisas, juntamente com os estudantes, sobre o efeito do LSD. Afirmava
ele que esta substância, correctamente doseada, de preferência sob orientação
de um profissional, poderia modificar radicalmente o comportamento. Ele tinha
por finalidade, encontrar – graças à exposição da consciência – os melhores
tratamentos para o alcoolismo, para a reabilitação de criminosos e para a dinamização
da libido. Foi expulso de Harvard em 1963, após ter promovido uma
experiência psicotrópica com uma turma inteira de estudantes de psicologia (com
o consentimento destes, naturalmente).
Prosseguiu
então os seus trabalhos em Nova Iorque. Era
vigiado pelo FBI e acabou por estar preso durante vários anos por
«detenção de droga». Ao entrar na prisão, teve de fazer testes psicológicos
standards, aplicados aos detidos para a atribuição de tarefas. Tendo sido ele
quem criara aqueles testes, deu respostas que o predispuseram para trabalhar no
jardim da prisão, de onde – em 1970 – a Weather Underground Organization,
um movimento de esquerda radical, o ajudou a evadir.
Deixou
clandestinamente os Estados Unidos com destino à Argélia. O seu plano era
refugiar-se em companhia do “pantera negra” Eldridge Cleaver. Foi uma má ideia, pois Eldridge tentou
tomá-lo como refém. Conseguiu fugir para a Suíça. Acabou por ser novamente
detido por agentes do governo americano, agora no Afeganistão, e extraditado
para os USA em 1974, sendo libertado dois anos depois.
Mais
tarde, a administração americana fez do professor Leary um bode expiatório na
sua luta contra a contracultura, que abundava nessa época, encarcerando-o
mais uma vez pela sua veemente posição contra a proibição do LSD.
Nos
anos 1980, fascinado pelos computadores, Leary dedicou-se a este novo
mundo e teve imenso sucesso. Criou softwares de design e continuou a escrever
livros e a fazer conferências. Embora o seu interesse principal fosse então a
tecnologia, era ainda reconhecido como o guru do LSD.
Nos
meses que antecederam a sua morte, em consequência de um cancro da prostata
inoperável, escreveu um livro chamado “Projecto para morrer”, uma
tentativa de mostrar às pessoas uma nova perspectiva da morte e do morrer.
As suas últimas palavras foram «Why not?» (Porque não?).
Timothy
Leary faleceu, aos 75 anos, na sua própria cama, rodeado de amigos. De acordo
com o seu desejo, a cabeça foi retirada do corpo e congelada. O restante foi
cremado e, em Outubro de 1996, sete gramas das suas cinzas foram transportadas
pela nave espacial “Pegasus” e libertadas no espaço, juntamente com as
de outros cientistas.
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