EFEMÉRIDE – Violeta del Carmen Parra Sandoval, compositora, cantora, artista plástica e ceramista chilena, considerada a mais importante folclorista daquele país e fundadora da música popular chilena, nasceu em San Fabián de Alico no dia 4 de Outubro de 1917. Morreu em Santiago do Chile, em 5 de Fevereiro de 1967.
Fez os seus estudos até ao 2º ano do secundário, abandonando-os em 1934, para trabalhar e cantar com os irmãos em bares e circos, iniciando uma importante carreira musical.
Viveu em Valparaíso entre 1943 e 1945 e depois voltou para Santiago. Em 1952, começou a pesquisar as raízes folclóricas chilenas e compôs os primeiros temas musicais que a tornaram famosa. Em 1954, quando já tinha o seu próprio programa de rádio, começou um aprofundado estudo das manifestações artísticas populares.
Durante os anos de 1954/55, visitou a União Soviética, a Polónia, Londres e Paris, cidade onde residiu durante dois anos. Realizou gravações para a BBC , através das editoras Odéon e Chant du Monde. Em 1958, regressou a Santiago para começar a sua produção plástica. Percorreu também todo o país, compilando e difundindo informações sobre o folclore.
Em 1961, fez uma tournée pela Finlândia, URSS, Alemanha, Itália e França. Permaneceu mais três anos em Paris, percorrendo várias cidades da Europa, destacando-se as suas frequentes visitas à Suíça. Apresentou-se em várias salas do Quartier Latin e na rádio, expondo igualmente as suas tapeçarias no Museu do Louvre.
Em 1965, voltou ao Chile, viajou até à Bolívia e, ao regressar ao seu país, instalou uma grande tenda na comuna de La Reina, com o plano de a converter num centro de referência para a cultura folclórica do Chile. No entanto, a iniciativa não obteve grande sucesso. Emocionalmente abatida pelo fracasso do empreendimento e também pelo fim de um relacionamento amoroso, Violeta Parra suicidou-se em Fevereiro de 1967, justamente na tenda de La Reina.
Violeta Parra pode ser considerada como a mãe de canções comprometidas com a luta dos oprimidos e dos explorados, tendo sido autora de peças inolvidáveis, como a canção “Volver a los 17”, que mereceu uma antológica gravação de Milton Nascimento e Mercedes Sosa. Outra das suas canções, “La Carta”, foi cantada em momentos de grande exaltação revolucionária. As suas canções não são, no entanto, apenas marcadas por versos demolidores contra as injustiças sociais. O lirismo dos versos de canções como “Gracias a la vida” (gravada também por várias cantoras, entre as quais Joan Baez, Mercedes Sosa, Elis Regina e Colette Magny) alimentou o ânimo de gerações de revolucionários, em momentos em que a vida era questionada nos seus limites mais básicos.
Desde 1991, existe uma fundação presidida pela sua filha Isabel Parra, que tem por finalidade reunir e organizar as memórias e a obra de Violeta Parra. Em 2011, o chileno Andrés Wood realizou um filme sobre a sua vida, “Violeta se fue a los cielos”, baseado num romance com o mesmo título da autoria de um dos seus filhos (Angel Parra).
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