EFEMÉRIDE
– Jomo Kenyatta, de seu nome original Kamau wa Ngengi, político
queniano de etnia kikuyu, considerado o fundador da nação, nasceu em
Ngenda, Gatundu, então África Oriental Britânica, em 20 de Outubro de 1894.
Morreu em Mombaça no dia 22 de Agosto de 1978.
Estudou
na escola missionária escocesa de Thogoto e converteu-se ao cristianismo em
1914, sendo baptizado como John Peter Kamau, nome que ele posteriormente
modificou para Johnstone Kamau. Ingressou na política em 1924 e, em 1928,
começou a editar o jornal “Muigwithania” (“Reconciliador”).
Em
1929, foi para Londres, encarregado de tratar dos interesses dos kikuyu ligados
à posse de terras. Durante a sua estadia, escreveu diversos artigos para
jornais britânicos sobre o mesmo tema.
Regressou
ao Quénia em Setembro de 1930, começando a trabalhar em escolas kikuyu.
Em 1931, voltou ao Reino Unido, indo trabalhar no Woodbrooke Quaker College
em Birmingham.
Entre
1932 e 1933, estudou Economia em Moscovo. Em 1934, regressou a Londres para
estudar Antropologia Social na London School of Economics. Em
1938, publicou a sua tese “Ao pé do Monte Quénia”, já assinada com o nome
como ficaria conhecido – Jomo Kenyatta.
Durante
a Segunda Guerra Mundial, trabalhou numa herdade britânica em Sussex,
para escapar ao recrutamento pelo exército britânico. Leccionou na Associação
Educacional dos Trabalhadores e, em 1946, regressou ao Quénia. Nesse mesmo
ano, fundou a Federação Pan-Africana e tornou-se professor titular no Kenya
Teachers College. Em 1947, foi eleito presidente da União Africana do Quénia
(KAU), passando a receber ameaças de morte da parte de colonos brancos.
A sua
reputação junto do governo britânico foi prejudicada pelo seu envolvimento com
a rebelião Mau Mau. Preso em Outubro de 1952, foi acusado de, juntamente
com mais seis pessoas, “comandar e integrar" a Sociedade Mau Mau. O
julgamento durou cinco meses, sendo condenado a 7 anos de trabalhos forçados.
Foi libertado apenas em 1961, sob pressão dos dois partidos que sucederam à
antiga KAU: a União Nacional Africana do Quénia (KANU) e a
União Democrática Africana do Quénia (KADU). Em Maio de
1960, ainda preso, foi eleito presidente da KANU. Após a libertação, foi
admitido no Parlamento Legislativo, contribuindo assim para a criação da
nova Constituição queniana.
A KANU
ganhou 83 dos 124 lugares nas eleições de Maio de 1963 e, em Junho, Kenyatta
tornou-se primeiro-ministro do governo autónomo. Pediu então aos colonos
brancos que não deixassem o país e apoiou a reconciliação nacional. Manteve o
cargo de primeiro-ministro após a independência, declarada em Dezembro de 1963.
Um ano mais tarde, o Quénia tornava-se uma república, tendo Kenyatta como
presidente.
A
política de Kenyatta foi de continuidade administrativa, mantendo vários
funcionários civis coloniais nos seus antigos postos. Em Novembro de 1964, a KADU juntou-se
à KANU, formando um único partido.
Kenyatta
instituiu uma reforma agrária relativamente pacífica, conseguiu a admissão do seu
país nas Nações Unidas e concluiu acordos comerciais com o Uganda e a
Tanzânia. Seguiu uma política externa pró ocidental. A estabilidade atraiu
investimentos estrangeiros e ele tornou-se uma figura influente em toda a África.
No entanto, as suas políticas autoritárias despertaram críticas e dissidências.
Foi
reeleito em 1966 e, no ano seguinte, mudou a Constituição para ter mais
poderes. As suas forças de segurança ameaçavam os dissidentes e foram suspeitas
de ligação com o assassinato de diversos opositores. Voltou a ser reeleito em
1974, em eleições que não foram livres nem justas e nas quais concorreu
sozinho. Morreria quatro anos depois.
Figura
controversa, foi acusado pelos seus críticos de ter deixado o país à mercê de
rivalidades tribais. O Aeroporto de Nairobi, recebeu o seu nome, em sua
homenagem.
Deve-se
a ele esta afirmação curiosa: «Quando os missionários chegaram, os africanos
tinham a terra e os missionários tinham a Bíblia. Eles ensinaram-nos a rezar de
olhos fechados. Quando os abrimos, eles tinham a terra e nós tínhamos a Bíblia».
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