EFEMÉRIDE
– Ali Ibrahim “Farka” Touré, cantor e guitarrista maliano e um
dos músicos mais conhecidos do continente africano, nasceu em Kanau no dia 31
de Outubro de 1939. Morreu em Bamako, em 7 de Março de 2006, vítima de um
cancro que o afligia há vários anos.
O
pai era militar e morreu na 2ª Guerra Mundial. A família instalou-se em Niafunké,
localidade situada a 250 km
de Tombouctou. Não frequentou a escola e passava os dias a trabalhar no campo.
Já se interessava na época pela música e, mais particularmente, por certos
instrumentos, como o gurkel, pequena guitarra tradicional, e o njarka,
violão popular.
Mais
tarde, paralelamente à sua profissão (ele era então motorista), começou a tocar
e a cantar canções tradicionais. Encontrou depois o escritor Amadou Hampâté Bâ,
com quem percorreu o Mali à procura de músicas tradicionais.
Em
1960, fundou e dirigiu um grupo, com o qual tocou e cantou em vários festivais.
Em 1968, efectuou a sua primeira viagem fora do continente africano para actuar
no Festival Internacional de Sófia (Bulgária). Dois anos depois,
ingressou na orquestra da Rádio Mali, trabalhando simultaneamente como
engenheiro de som. Em 1973,
a orquestra acabou e Farka Touré começou uma carreira a
solo, dando concertos em toda a África Ocidental. O seu primeiro disco (“Farka”)
foi lançado em 1976. Nos anos 1980, efectuou tournées pela Europa, Japão
e Estados Unidos. Depois de vários álbuns com sucesso, gravou em 1993 “Talking
Timbuktu”, em dueto com o guitarrista americano Ry Cooder, disco que o
lançou na cena internacional e lhe proporcionou um Grammy Award.
Em
1997, anunciou que queria dedicar-se à agricultura na vila onde vivia. O seu
investimento principal foi o de fazer instalar bombas de água que bombeassem água
do Níger para irrigar os campos agrícolas. A sua contribuição para o
desenvolvimento local fez com que ele fosse eleito presidente da Câmara. Como
corolário desta sua acção, editou o álbum “Niafunké”, onde abordou – através
de canções de trabalho da terra – temas como a educação, a justiça e o apartheid.
Em
2005, gravou “In the Heart of the Moon”, álbum que obteve no ano
seguinte o Grammy Award de Melhor Álbum de Música Tradicional do Mundo.
Em Abril de 2005, criou uma fundação com o seu nome, com a finalidade de organizar
um festival bianual de jazz em Niafunké, e um centro de formação de jovens
artistas em instrumentos tradicionais locais. Quando faleceu, acabava de
terminar o seu trabalho naquele que seria o seu último disco e que foi editado
postumamente (“Savana”).
Várias
das suas músicas têm sido utilizadas como bandas sonoras de alguns filmes. A sua
música é considerada como um ponto de intersecção da tradicional música do Mali
e dos blues. Ali Farka Touré foi classificado como o nº 76 na lista dos 100
Melhores Guitarristas de Sempre pela revista “Rolling Stone”.
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