quinta-feira, 31 de outubro de 2013

31 DE OUTUBRO - ALI FARKA TOURÉ



EFEMÉRIDEAli Ibrahim “Farka Touré, cantor e guitarrista maliano e um dos músicos mais conhecidos do continente africano, nasceu em Kanau no dia 31 de Outubro de 1939. Morreu em Bamako, em 7 de Março de 2006, vítima de um cancro que o afligia há vários anos.
O pai era militar e morreu na 2ª Guerra Mundial. A família instalou-se em Niafunké, localidade situada a 250 km de Tombouctou. Não frequentou a escola e passava os dias a trabalhar no campo. Já se interessava na época pela música e, mais particularmente, por certos instrumentos, como o gurkel, pequena guitarra tradicional, e o njarka, violão popular.
Mais tarde, paralelamente à sua profissão (ele era então motorista), começou a tocar e a cantar canções tradicionais. Encontrou depois o escritor Amadou Hampâté Bâ, com quem percorreu o Mali à procura de músicas tradicionais.
Em 1960, fundou e dirigiu um grupo, com o qual tocou e cantou em vários festivais. Em 1968, efectuou a sua primeira viagem fora do continente africano para actuar no Festival Internacional de Sófia (Bulgária). Dois anos depois, ingressou na orquestra da Rádio Mali, trabalhando simultaneamente como engenheiro de som. Em 1973, a orquestra acabou e Farka Touré começou uma carreira a solo, dando concertos em toda a África Ocidental. O seu primeiro disco (“Farka”) foi lançado em 1976. Nos anos 1980, efectuou tournées pela Europa, Japão e Estados Unidos. Depois de vários álbuns com sucesso, gravou em 1993 “Talking Timbuktu”, em dueto com o guitarrista americano Ry Cooder, disco que o lançou na cena internacional e lhe proporcionou um Grammy Award.
Em 1997, anunciou que queria dedicar-se à agricultura na vila onde vivia. O seu investimento principal foi o de fazer instalar bombas de água que bombeassem água do Níger para irrigar os campos agrícolas. A sua contribuição para o desenvolvimento local fez com que ele fosse eleito presidente da Câmara. Como corolário desta sua acção, editou o álbum “Niafunké”, onde abordou – através de canções de trabalho da terra – temas como a educação, a justiça e o apartheid.
Em 2005, gravou “In the Heart of the Moon”, álbum que obteve no ano seguinte o Grammy Award de Melhor Álbum de Música Tradicional do Mundo. Em Abril de 2005, criou uma fundação com o seu nome, com a finalidade de organizar um festival bianual de jazz em Niafunké, e um centro de formação de jovens artistas em instrumentos tradicionais locais. Quando faleceu, acabava de terminar o seu trabalho naquele que seria o seu último disco e que foi editado postumamente (“Savana”).  
Várias das suas músicas têm sido utilizadas como bandas sonoras de alguns filmes. A sua música é considerada como um ponto de intersecção da tradicional música do Mali e dos blues. Ali Farka Touré foi classificado como o nº 76 na lista dos 100 Melhores Guitarristas de Sempre pela revista “Rolling Stone”.

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