EFEMÉRIDE
– António Joaquim Granjo, advogado e político português, foi
assassinado em Lisboa na noite de 19 de Outubro de 1921. Nascera em Chaves,
em 27 de Dezembro de 1881.
Republicano
desde a sua juventude, foi membro da Assembleia Nacional Constituinte,
eleito em 28 de Maio de 1911. Lutou durante a participação portuguesa na Primeira
Guerra Mundial e escreveu um livro sobre as suas experiências. Foi iniciado
na Maçonaria, com o nome simbólico de Buffon, tendo mantido ligações
a esta organização até ao final da sua curta vida.
Depois
do assassinato do presidente Sidónio Pais, António Granjo insurgiu-se contra a Monarquia
do Norte (1919) e a sua tentativa de instaurar um regime monárquico. Foi
presidente da Câmara Municipal de Chaves de Fevereiro a Julho de 1919,
sendo eleito no mesmo ano para a Câmara dos Deputados, pelo Partido Republicano
Evolucionista. Mais tarde, foi um dos fundadores do Partido Republicano Liberal.
Ministro
da Justiça durante o governo de coligação de Domingos Pereira, foi presidente do
Ministério (actual primeiro-ministro) em dois breves mandatos, de Julho a
Novembro de 1920, num governo liberal, e – novamente – para substituir Tomé de
Barros Queirós, de Agosto a Outubro de 1921.
Foi
assassinado na noite de 19 de Outubro de 1921, conhecida por “Noite
Sangrenta”, na sequência de uma revolução de cariz radical que o levara a
pedir a demissão do cargo de primeiro-ministro. Os seus assassinos foram
marinheiros e soldados da GNR integrantes de um movimento revolucionário
em curso, comandados pelo cabo Abel Olímpio, o “Dente de Ouro”. António
Granjo foi levado da casa de Francisco Cunha Leal, afecto ao Partido
Democrático, onde tinha tentado obter protecção, e levado para o Arsenal
da Marinha. À sua chegada, foi ferido com dois tiros no pescoço, tendo sido
tratado na enfermaria e recolhido a um quarto. Um grupo de revolucionários
entrou então no quarto, onde ele se encontrava gravemente ferido, crivando-o de
balas. Depois disso, um corneteiro da GNR ainda lhe cravou um sabre no
ventre.
Foram
igualmente assassinados, nessa noite, outros republicanos do 5 de Outubro de
1910, entre os quais os revolucionários Machado Santos e José Carlos da
Maia. Em comum, entre todos eles, o facto de terem sido opositores da corrente
radical que dominou a Primeira República, com excepção de poucos e
breves interregnos.
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