EFEMÉRIDE
– Carlos Manuel Brito Leal Queiroz, treinador de futebol português,
nasceu em Nampula, Moçambique, no dia 1 de Março de 1953. Jogou futebol nos
juniores do Clube Ferroviário de Nampula, frequentou o Liceu
Almirante Gago Coutinho e estudou Engenharia Mecânica na Universidade
de Lourenço Marques (hoje Maputo), até 1974.
Veio
para Portugal em 1975, ingressando no Instituto Superior de Educação Física de
Lisboa, onde obteve a licenciatura e o mestrado em Metodologia do treino
desportivo, além de leccionar.
Em
1984, foi adjunto do treinador Mário Wilson no GD Estoril Praia. Em
1987, foi convidado a integrar os quadros da Federação Portuguesa de Futebol
(FPF), para desempenhar o cargo de seleccionador nacional nas camadas
jovens. Carlos Queiroz, que fez muita pesquisa e investigação sobre os métodos
utilizados no estrangeiro, apostou forte na formação dos jovens jogadores que
tinha a seu cargo e foi o responsável pelo aparecimento de craques como Luís
Figo, Rui Costa, Vítor Baía, Paulo Sousa, Abel Xavier, Fernando Couto e João
Vieira Pinto, entre outros.
Até
1991, esteve à frente das selecções jovens, com as quais conquistou por duas
vezes o título Mundial Sub-20, em 1989 na Arábia Saudita e em 1991 em Portugal. Foi um
feito inédito, que marcou o futebol português, nomeadamente porque nessas
selecções alinhavam alguns jogadores que viriam a ser dos melhores do mundo e
que desde sempre foram acompanhados por Carlos Queiroz. Em Março de 1989, foi
feito Comendador da Ordem do Infante D. Henrique.
A
FPF quis aproveitar o talento de Carlos Queiroz e, a seguir à conquista do Mundial
Sub-20 de 1991, promoveu-o a líder da selecção principal. Mas nem tudo
correu bem e Portugal não se conseguiu apurar para o Mundial de 1994,
que teve lugar nos EUA. Queiroz abandonou a selecção e a federação, algo
desapontado. Ainda nesse ano, tentou uma experiência diferente como treinador.
No entanto, com Queiroz no comando, o Sporting CP apenas venceria a Taça
de Portugal correspondente à temporada 1994/95.
Alcançou
bastante fama a nível mundial, nomeadamente pela sua capacidade na formação de
jogadores, e isso valeu-lhe vários convites do estrangeiro. Treinou então a
equipa norte-americana do Red Bull New York e a japonesa do Nagoya
Grampus Eight. Nesse período, elaborou um plano detalhado destinado a
profissionalizar o desenvolvimento dos jogadores de futebol nos Estados Unidos,
plano esse que tem o nome de “Q-Report, Project 2010” . Em Julho de 1998, regressou ao comando de uma
selecção, no caso a dos Emirados Árabes Unidos, onde esteve cerca de um ano.
Enquanto
esperava por outro convite tentador, foi convidado por duas vezes para treinar
a selecção mundial da FIFA, para a qual são convocados alguns dos
melhores futebolistas do Mundo, e para ser consultor técnico da Federação de
Moçambique. O regresso ao activo aconteceu em Agosto de 2000, para orientar
a Selecção da África do Sul, que se conseguiu apurar para o Mundial
de 2002.
Em
2002, assumiu o cargo de treinador-adjunto de Alex Ferguson no Manchester
United, contribuindo para o título de Campeão de Inglaterra que o
clube conquistou. Em Junho de 2003, foi contratado pelo Real Madrid para
treinador principal da equipa espanhola, substituindo Vicente del Bosque. Numa
época bastante agitada, acabou por não conseguir impor a sua filosofia de
trabalho. Mesmo assim, venceu a Super Taça de Espanha 2003/04. Regressou
ao Manchester United, para continuar o seu trabalho com Ferguson,
ajudando a conquistar vários títulos da Liga Inglesa e, em 2008, a Liga dos
Campeões da UEFA.
Em
Julho de 2008, para ocupar a vaga deixada por Luiz Felipe Scolari, Carlos
Queiroz foi anunciado como treinador da Selecção Portuguesa, com o
principal objectivo de qualificar a equipa para o Mundial de 2010. Em
Novembro de 2009, qualificou a selecção de Portugal para o Mundial de 2010
na África do Sul, onde disputou a fase de grupos com a Costa do Marfim, Coreia
do Norte e Brasil. Fez uma campanha com dois empates a zero (Costa do Marfim e
Brasil), marcando golos apenas na partida com a Coreia do Norte (7-0),
terminando em segundo lugar e caindo, nos oitavos-de-final, frente à
selecção campeã europeia em título, a Espanha.
Depois
de várias polémicas, a FPF anunciou a rescisão de contrato com Carlos
Queiroz, em Setembro de 2010. Em Abril de 2011, foi apresentado oficialmente
como seleccionador de futebol do Irão com o objectivo de alcançar a
qualificação para o Mundial de 2014, a realizar no Brasil. Com a eliminação precoce na 1ª
fase, deixou o comando da equipa.
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