EFEMÉRIDE
– António Teixeira de Sousa, médico, escritor, deputado, par do reino,
ministro e líder do Partido Regenerador, nasceu em Celeiros no dia 5 de
Maio de 1857. Morreu no Porto em 5 de Junho de 1917. Presidiu ao último
governo da monarquia constitucional, sendo deposto pela revolução de 5 de
Outubro de 1910.
Frequentou
o Liceu de Vila Real a partir de 1874. Inscreveu-se em 1877 nos preparatórios
de medicina na Academia Politécnica do Porto, entrando no ano
seguinte para a Escola Médico-Cirúrgica do Porto, onde terminou o curso
em 1883, com uma dissertação sobre “Enervação do coração”. Recebeu o Prémio
Macedo Pinto, criado para galardoar o médico mais distinto que saísse
daquela instituição.
Foi
nomeado médico municipal de Valpaços, lugar que trocou no ano seguinte pelo de
director técnico do Estabelecimento Termal das Pedras Salgadas. Em 1895,
foi nomeado cirurgião ajudante do exército.
Accionista
da Empresa das Águas do Vidago, foi eleito procurador à Junta Geral
do Distrito de Vila Real, pelo concelho de Alijó, e como este lugar era incompatível
com o de médico militar, abandonou o exército no mesmo ano. Entretanto, exercia
a clínica termal nas Pedras Salgadas e em Vidago e publicou algumas obras sobre
termalismo.
Adepto
do Partido Regenerador, foi eleito deputado por Alijó em 1889, iniciando
uma carreira política em Lisboa, que o levaria à liderança do partido e à
presidência do ministério. Como membro destacado do partido, assumiu um
crescente protagonismo nos últimos anos da monarquia, sendo inspector da Companhia
de Tabacos de Portugal (1891/1900), administrador geral das Alfândegas
(1904) e governador do Banco Nacional Ultramarino (1909/10). Foi membro
e finalmente presidente do ministério, nos governos daquele partido.
Nos
governos regeneradores de Hintze Ribeiro exerceu os cargos de ministro da Marinha
e Ultramar (1900/03) e ministro dos Negócios da Fazenda (1904/06).
Eleito
líder do Partido Regenerador em Dezembro de 1909, quase de imediato formou
governo a convite do rei D. Manuel II. Governou de 26 de Junho a 4 de Outubro
de 1910 (102 dias), sendo deposto pela revolução republicana de 5 de Outubro.
Foi o último presidente do Conselho (actual primeiro-ministro) da monarquia
constitucional portuguesa.
Era
amigo pessoal de Afonso Costa, Bernardino Machado, Brito Camacho e França
Borges, sendo reputado um liberal “à antiga” e adepto confesso das liberdades
cívicas, de tal forma que, quando em Janeiro de 1908, foi jugulada uma
conspiração conjugada entre dissidentes progressistas e republicanos, o líder
progressista José de Alpoim procurou refúgio em sua casa. Afastado da vida
política pelo advento da República, faleceu em Lisboa um mês depois de
completar sessenta anos.
Encontra-se
colaboração sua no jornal humorístico “A Paródia” (1900/07). Para além
de várias obras sobre termalismo, foi autor das seguintes livros de
carácter autobiográfico e justificativo: “Para a História da Revolução”
(1912), “A Força Pública na Revolução” (1913) e “Responsabilidades
Históricas” (1917).
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