terça-feira, 5 de maio de 2015

5 DE MAIO - TEIXEIRA DE SOUSA

EFEMÉRIDE – António Teixeira de Sousa, médico, escritor, deputado, par do reino, ministro e líder do Partido Regenerador, nasceu em Celeiros no dia 5 de Maio de 1857. Morreu no Porto em 5 de Junho de 1917. Presidiu ao último governo da monarquia constitucional, sendo deposto pela revolução de 5 de Outubro de 1910.
Frequentou o Liceu de Vila Real a partir de 1874. Inscreveu-se em 1877 nos preparatórios de medicina na Academia Politécnica do Porto, entrando no ano seguinte para a Escola Médico-Cirúrgica do Porto, onde terminou o curso em 1883, com uma dissertação sobre “Enervação do coração”. Recebeu o Prémio Macedo Pinto, criado para galardoar o médico mais distinto que saísse daquela instituição.
Foi nomeado médico municipal de Valpaços, lugar que trocou no ano seguinte pelo de director técnico do Estabelecimento Termal das Pedras Salgadas. Em 1895, foi nomeado cirurgião ajudante do exército.
Accionista da Empresa das Águas do Vidago, foi eleito procurador à Junta Geral do Distrito de Vila Real, pelo concelho de Alijó, e como este lugar era incompatível com o de médico militar, abandonou o exército no mesmo ano. Entretanto, exercia a clínica termal nas Pedras Salgadas e em Vidago e publicou algumas obras sobre termalismo.
Adepto do Partido Regenerador, foi eleito deputado por Alijó em 1889, iniciando uma carreira política em Lisboa, que o levaria à liderança do partido e à presidência do ministério. Como membro destacado do partido, assumiu um crescente protagonismo nos últimos anos da monarquia, sendo inspector da Companhia de Tabacos de Portugal (1891/1900), administrador geral das Alfândegas (1904) e governador do Banco Nacional Ultramarino (1909/10). Foi membro e finalmente presidente do ministério, nos governos daquele partido.
Nos governos regeneradores de Hintze Ribeiro exerceu os cargos de ministro da Marinha e Ultramar (1900/03) e ministro dos Negócios da Fazenda (1904/06).
Eleito líder do Partido Regenerador em Dezembro de 1909, quase de imediato formou governo a convite do rei D. Manuel II. Governou de 26 de Junho a 4 de Outubro de 1910 (102 dias), sendo deposto pela revolução republicana de 5 de Outubro. Foi o último presidente do Conselho (actual primeiro-ministro) da monarquia constitucional portuguesa.
Era amigo pessoal de Afonso Costa, Bernardino Machado, Brito Camacho e França Borges, sendo reputado um liberal “à antiga” e adepto confesso das liberdades cívicas, de tal forma que, quando em Janeiro de 1908, foi jugulada uma conspiração conjugada entre dissidentes progressistas e republicanos, o líder progressista José de Alpoim procurou refúgio em sua casa. Afastado da vida política pelo advento da República, faleceu em Lisboa um mês depois de completar sessenta anos.
Encontra-se colaboração sua no jornal humorístico “A Paródia” (1900/07). Para além de várias obras sobre termalismo, foi autor das seguintes livros de carácter autobiográfico e justificativo: “Para a História da Revolução” (1912), “A Força Pública na Revolução” (1913) e “Responsabilidades Históricas” (1917).

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