O primeiro livro de Gorter
continha um longo poema épico de quatro mil versos intitulado “Mei” (“Maio”),
que marcou a sua reputação de grande escritor, desde a sua publicação em 1889 e
é hoje considerado como a obra fundamental da literatura impressionista
holandesa. Em 1890, publicou uma segunda obra, intitulada “Verzen” (“Versos”),
que contém uma série de pequenos poemas líricos e que também foi considerada
uma obra essencial.
Como o resto dos Tachtigers,
Gorter mantinha um grande interesse pela política de esquerda, tornando-se o
membro mais politicamente comprometido do grupo, através dos seus escritos sobre
a teoria socialista.
Em 1897, aderiu ao Partido
Social-Democrata dos Trabalhadores (SDAP) e, em 1909, participou na
cisão do SDAP, que deu origem ao Partido Social-Democrata (SDP)
neerlandês.
Em 1912, escreveu um novo poema
épico intitulado “Pan”, que descrevia como, depois da Primeira Guerra
Mundial, teria lugar uma revolução socialista global. Em 1917, recebeu a Revolução
Russa como o início daquela revolução socialista global. Rapidamente, porém,
se revelou como opositor às práticas de Lenine.
Em 1919, Gorter abandonou o SPD
que, desde 1918, tinha mudado o seu nome para Partido Comunista dos Países-Baixos
(CPN) e viajou para a Alemanha. Ali, integrou-se no Partido Comunista
da Alemanha (KPD) até 1920, quando dirigiu uma cisão de 50 000 militantes
que se opunham ao centralismo democrático aplicado na União Soviética por Lenine
e que imediatamente fundaram o Partido Comunista Operário da Alemanha (KAPD).
Quando o KAPD sofreu a sua cisão interna, entre o grupo de Berlim
e o de Essen, Gorter aderiu a este último, juntamente com líderes
destacados como Arthur Goldstein, Bernhard Reichenbach e Karl Schröder, e
liderou a integração da facção de Essen na Internacional Comunista Operária.
Herman Gorter faleceu aos 62 anos,
sendo consensual que, além de grande poeta, desempenhou um papel importante nos
primeiros anos do movimento comunista, nos Países-Baixos e na Alemanha.
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