Concluiu os estudos secundários
no Liceu Francês (Lyceé Français Charles Lepierre) e ingressou em
seguida no Instituto Superior de Ciências Económicas e Financeiras,
actual ISEG.
Activista na contestação à
ditadura, foi perseguido pela PIDE e, logo após a Revolução de 25 de
Abril de 1974, foi um dos fundadores do Movimento de Esquerda Socialista
(MES). Neste grupo, que desempenhou um relevante papel no período
subsequente à Revolução dos Cravos, militaram também Jorge Sampaio ou
Alberto Martins, que, tal como Ferro Rodrigues, viriam a aderir ao Partido
Socialista.
Licenciado em Economia,
fez carreira na função pública, sendo técnico superior do Gabinete de
Estudos Básicos de Economia Industrial e, ainda hoje, professor auxiliar
convidado no Instituto Universitário de Lisboa.
Afastado do MES, foi
convidado por Mário Soares a candidatar-se como independente nas listas do PS,
nas eleições legislativas de 1985. Em 1986, inscrevia-se formalmente no PS,
sendo reeleito deputado nas legislaturas seguintes. Com a vitória de António
Guterres nas legislativas de 1995, foi nomeado ministro da Solidariedade e
Segurança Social até 1997 e, posteriormente, ministro do Trabalho e
Solidariedade, pasta em que foi reconduzido na sequência das legislativas
de 1999. Em 2001, passou a ministro do Equipamento Social, cargo que
abandonou em 2002, na sequência da demissão de António Guterres.
Nesse mesmo ano, foi eleito
secretário-geral do PS. Nas eleições legislativas subsequentes, o seu
partido obteve 37,8%, perdendo para os 40,1% do Partido Social Democrata,
então liderado por José Manuel Durão Barroso. Em Junho de 2003, ainda sob a sua
direcção, o PS obteve o seu melhor resultado de sempre em eleições para
o Parlamento Europeu (44,5%, face a 33,3% do PSD). Em Julho de
2004, na sequência da crise política provocada pela decisão do presidente Jorge
Sampaio de nomear um novo governo sob a liderança do PSD, e subsequentemente
à ida de Durão Barroso para a presidência da Comissão Europeia, demitiu-se
da liderança do PS. Sucedeu-lhe José Sócrates, que defrontou com sucesso
as eleições legislativas de 2005, ganhando com maioria absoluta sobre o PSD
de Pedro Santana Lopes.
Em 2005, Ferro Rodrigues passou a
assumir o cargo de representante permanente de Portugal junto da OCDE,
em Paris. Deixou a OCDE em Abril de 2011, para ser candidato às eleições
legislativas desse ano. Uma vez eleito deputado, seria em seguida eleito pelos
seus pares vice-presidente da Assembleia da República e, após a eleição
de António Costa para secretário-geral, em Novembro de 2014, passou a presidir
ao Grupo Parlamentar do PS, substituindo Carlos Zorrinho.
Na sequência das legislativas de
2015, seria eleito, em Outubro do mesmo ano, presidente da Assembleia da
República Portuguesa, sob proposta do PS, que contou com o apoio de
toda a esquerda parlamentar, com 120 votos a favor, 108 contra e 2 votos em
branco. É, por inerência, membro do Conselho de Estado.
Tem recebido várias condecorações:
Grã-Cruz da Ordem de Mayo da Argentina (2003); Grã-Cruz da Ordem da
Liberdade de Portuga (2016); Grã-Cruz da Real e Ordem Espanhola de
Carlos III (2016); e Grã-Cruz da Ordem de Honra da Grécia (2017).
É casado com Maria Filomena Lopes
Peixoto de Aguilar, economista, de quem teve dois filhos: João Luís de Aguilar
Ferro Rodrigues, economista, e Rita Ferro Rodrigues, apresentadora de
televisão.
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