sexta-feira, 2 de julho de 2021

2 DE JULHO - ERNEST HEMINGWAY

EFEMÉRIDE - Ernest Miller Hemingway, escritor norte-americano, morreu em Ketchum no dia 2 de Julho de 1961. Nascera em Oak Park, em 21 de Julho de 1899.

Trabalhou como correspondente de guerra em Madrid durante a Guerra Civil Espanhola (1936/39). Esta experiência inspirou uma das suas maiores obras, “Por Quem os Sinos Dobram”. No fim da Segunda Guerra Mundial (1939/45), instalou-se em Cuba. Em 1953, ganhou o Prémio Pulitizer de Ficção e, em 1954, recebeu o Prémio Nobel de Literatura. Suicidou-se em Ketchum, Idaho, em 1961.

Ainda muito jovem, quando a I Grande Guerra (1914/1918) assolava o mundo, decidiu ir a Europa pela primeira vez. Hemingway havia terminado o segundo grau de estudos em Oak Park e trabalhava como jornalista no “The Kansas City Star”. Tentou alistar-se no exército, mas foi preterido por ter um problema na visão. Decidido a ir à guerra, conseguiu uma vaga de motorista de ambulância na Cruz Vermelha. Na Itália, apaixonou-se pela enfermeira Agnes Von Kurowsky, que viria a ser a sua inspiração para a criação da heroína de “Adeus às Armas” (1929) - a inglesa Catherine Barkley. Atingido por uma bomba, voltou para Oak Park que, no entanto, depois do que havia visto na Itália, se tornara monótona demais para ele.

Voltou então à Europa (Paris) em 1921, recém-casado com Elizabeth Hadley Richardson, o seu primeiro casamento, com quem teve um filho. Na ocasião, trabalhava para a revista canadiana “Toronto Star Weekly” e, no início de carreira, aproximou-se por outros principiantes: Ezra Pound (1885/1972), Scott Fitzgerald (1896/1940) e Gertrude Stein (1874/1946). Hemingway fazia parte da comunidade de escritores expatriados em Paris conhecida como “geração perdida”", nome inventado e popularizado por Gertrude Stein.

A vida e a obra de Hemingway têm intensa relação com a Espanha, país onde viveu quatro anos. Uma breve, mas marcante, passagem para o escritor americano, que estabeleceu uma relação emotiva e ideológica com os espanhóis. Em Pamplona, em meados do século XX, fascinou-se pela tauromaquia, chegando a tourear como amador, experiência que abordaria no seu livro “O Sol Também Se Levanta” (1926).

O seu segundo casamento (1927) foi com a jornalista de moda Pauline Pfeiffer, com quem viria a ter dois filhos. Em 1928, o casal decidiu morar em Key West, na Flórida. Em Key West, no entanto, o escritor sentiu falta da vida de jornalista e correspondente internacional. Ao mesmo tempo, o casamento com Pauline tornou-se instável. Nessa época, conheceu Joe Russell, dono do Sloppy Joe’s Bar e companheiro de farras.

Já na década de 1930, resolveu partir com o amigo para uma pescaria. Dois dias em alto-mar que terminaram em Havana, capital cubana, para onde passou a voltar anualmente na época da pesca ao marlim (entre os meses de Maio e Julho). Na cidade, hospedava-se no Hotel Ambos Mundos, em plena Habana Vieja, bairro mais antigo da cidade, que se tornou o lar do escritor e o cenário que comporia a sua história e a da própria ilha pelos próximos 23 anos. Duas décadas de turbulências que teriam, como desfechos, a revolução socialista e o suicídio do escritor.

Em Cuba, o escritor apaixonou-se por Jane Mason, que era casada com o director de operações da Pan American Airways. Hemingway e Jane tornaram-se amantes. Em 1936, novamente se apaixonou: desta feita pela destemida jornalista Martha Gellhorn, motivo do seu segundo divórcio, confirmando o que predissera o seu amigo, Scott Fitzgerald, quando eles se conheceram em Paris: «Você vai precisar de uma mulher para cada livro».

Assim, Hemingway partiu para Espanha, onde Martha já estava, e no meio da guerra, os dois viveram um romance que resultou no seu terceiro casamento. Ao cobrir a Guerra Civil Espanhola como jornalista do “North American Newspaper Alliance”, não hesitou em se aliar às forças republicanas contra o fascismo, o que viria a ser o tema do livro “Por Quem os Sinos Dobram” (1940), considerada a sua obra-prima. Quando a república espanhola caiu e a Europa vivia um prenúncio de um conflito generalizado, Hemingway voltou para Cuba com Martha.

Em Cuba, durante a Segunda Guerra Mundial, Hemingway montou uma rede de informantes com a finalidade de fornecer, ao governo dos Estados Unidos, dados sobre os espanhóis simpatizantes do fascismo na ilha. Também passou a patrulhar o litoral a bordo do seu iate “Pilar” na busca de possíveis submarinos alemães. Porém, a Agência Federal de Investigação americana via com desconfiança a colaboração de Hemingway, por considerá-lo um simpatizante do comunismo.

Em 1946, o escritor casou-se pela quarta e última vez: desta vez com Mary Welsh, também jornalista, mas tímida e disposta a viver ao lado de um Hemingway cada vez mais instável emocionalmente.

Ao longo da vida do escritor, o tema “suicídio” aparece em escritos, cartas e conversas com muita frequência. O seu pai suicidou-se em 1929, por problemas de saúde e financeiros.

Aos 61 anos e enfrentando problemas de hipertensão, diabetes, depressão e perda de memória, Hemingway decidiu pôr termo à vida. Era, também, portador de hemocromatose, a qual está relacionada com a depressão, hipertensão e diabetes.

Encontra-se sepultado no Cemitério de Ketchum, em Ketchum, no Condado de Blaine, em Idaho.

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