Formado em Ciências Económicas
e Financeiras pelo Instituto Industrial e Comercial de Lisboa, de
pensamento multifacetado, definiu-se filosoficamente como idealista e realista,
defensor do socialismo democrático no seio de um regime
parlamentarista.
Afirmou-se como figura cimeira do
pensamento político português no primeiro quartel do século XX, marcando
decisivamente a intervenção cívica durante a Primeira República Portuguesa,
cujos vícios generalizados e corrupção criticou duramente.
Integrou, para além da Renascença
Portuguesa, o grupo fundador da “Seara Nova” (1921) e o chamado Grupo
da Biblioteca (1919/1926). Trabalhou como bibliotecário, ascendendo a chefe
dos serviços técnicos da Biblioteca Nacional de Lisboa, da qual era
funcionário desde 1911, tendo ali colaborado directamente
com Jaime Cortesão quando este dirigiu a instituição.
Combateu o Sidonismo
(1918) e a Ditadura Militar (1926) que, em 1927, o condenou ao exílio em
Paris.
Regressou a Portugal em 1932, já acometido da grave doença mental que o levaria ao
internamento no Hospital Conde de Ferreira, no Porto, onde faleceu
vítima de febre tifóide.
Dedicou um
longo estudo filosófico à teoria do eterno retorno de
Nietzsche, obra em dois volumes só postumamente publicada.
Criador do “Guia de Portugal”,
viajou, registou, escreveu. Gostava do seu país. Raul Proença é avô de Raúl
Proença Mesquita, que hoje se afirma nas artes, na escrita e no pensamento.
Encontra-se colaboração da sua
autoria na revista “Pela Grei” (1918/1919) e em “Homens Livres” (1923).
Em30 de Junho de 1980, foi
agraciado, a título póstumo, com o grau de Grande-Oficial da Ordem da
Liberdade.
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