quarta-feira, 25 de maio de 2022

25 DE MAIO - JOSÉ MÁRIO BRANCO

EFEMÉRIDE - José Mário Monteiro Guedes Branco, cantor, músico e compositor português, nasceu no Porto em 25 de Maio de 1942. Morreu em Lisboa em 19 de Novembro de 2019. É descrito como «um dos nomes maiores da canção portuguesa».

Foi militante do Partido Comunista Português (PCP) e obrigado a exilar-se em 1963 pela ditadura do Estado Novo, até regressar de França em 1974 com a Revolução dos Cravos.

Filho de professores primários, cresceu entre o Porto e Leça da Palmeira, sendo marcado pelo ambiente luzidio e inspirador desta vila piscatória.

Iniciou o curso de História, primeiro na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, depois na Faculdade de Letras da Universidade do Porto, não o tendo terminado os estudos.

Expoente da música de intervenção portuguesa, começou por ser activo na Igreja Católica. Depois, aderiu ao Partido Comunista Português e foi perseguido pela PIDE, até se exilar em França, em 1963. Em 1974, regressou a Portugal e fundou o Grupo de Acção Cultural - Vozes na Luta!.

Como interveniente em concertos ou álbuns editados, como cantautor e/ou como responsável pelos arranjos musicais, José Mário Branco é autor de uma obra singular no panorama musical português.

Entre música de intervenção, fado e outras, são obras famosas os discos “Ser solidário”, Margem de Certa Maneira”, A noite” e o emblemático “FMI”, obra síntese do movimento revolucionário português com seus sonhos e desencantos. Esta última foi proibida pelo próprio José Mário Branco de passar em qualquer rádio, TV ou outro tipo de exibição pública. Não obstante este facto, “FMI” será, provavelmente, a sua obra mais conhecida.

O seu último álbum de originais, intitulado “Resistir é Vencer”, foi lançado em 2004, em homenagem ao povo timorense, que resistiu durante décadas à ocupação pelas forças da Indonésia logo após o 25 de Abril. O ideário socialista está expresso em muitas das suas letras.

Trabalhou com diversos outros artistas de relevo da música de intervenção e outros géneros, nomeadamente José Afonso, Sérgio Godinho, Luís Represas, Fausto Bordalo Dias, Janita Salomé, Amélia Muge, Os Gaiteiros de Lisboa e, no âmbito do Fado, com Carlos do Carmo, Camané e Katia Guerreiro. Do mesmo modo, compôs e cantou para o teatro, o cinema e a televisão, tendo sido elemento da companhia de teatro A Comuna.

Em 2006, com 64 anos, José Mário Branco iniciou uma licenciatura em Linguística, na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Terminou em 1º ano com média de 19,1 valores, sendo considerado o melhor aluno do seu curso. Desvalorizou a Bolsa de Estudo por Mérito que lhe foi atribuída, dizendo que é «algo normal numa carreira académica».

Em 2009, voltou às actuações públicas com dois concertos intitulados “Três Cantos”, juntando «referências não só musicais, mas também poéticas do que é cantar em português»: José Mário Branco, Sérgio Godinho e Fausto.

Faleceu aos 77 anos, de paragem cardio-respiratória, na madrugada do dia 19 de Novembro de 2019, em Lisboa.

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