domingo, 8 de maio de 2022

8 DE MAIO - GILLES VILLENEUVE

EFEMÉRIDE - Joseph Gilles Henri Villeneuve, piloto automobilista canadiano, morreu em Lovaina no dia 8 de Maio de 1982. Nascera em Saint-Jean-sur-Richelieu, em 18 de Janeiro de 1950.

Villeneuve nasceu na província do Quebec., filho de um afinador de pianos, e estreou-se no automobilismo em 1975, após uma breve e vitoriosa carreira como piloto de snowmobile em campeonatos do seu país. Foi campeão canadiano e norte-americano de Fórmula Atlantic, em 1976, e repetiu o título canadiano em 1977. Neste ano, numa corrida no circuito de Trois-Rivières que contou com a presença de pilotos da Fórmula 1, derrotou e impressionou positivamente o então campeão mundial, o inglês James Hunt, o que lhe rendeu um convite para disputar o Grande Prémio da Grã-Bretanha, em Silverstone, com terceiro carro da equipa McLaren.

Nesta prova, com um velho McLaren M23 - mesmo modelo com que o brasileiro Emerson Fittipaldi vencera o campeonato de 1974 - Gilles partiu na 9ª posição, entre os pilotos oficiais da equipa, Hunt e o alemão Jochen Mass, porém problemas mecânicos atrasaram-no e terminou a corrida em 11º lugar. A McLaren não convidou mais Gilles para as provas seguintes, mas a sua já crescente reputação e o seu estilo arrojado renderam-lhe um convite para ser piloto da equipa Ferrari, ainda em 1977, para ser companheiro do argentino Carlos Reutemann.

Gilles é muito lembrado pelo seu lendário duelo no Grande Prémio da França de 1979 contra o piloto francês René Arnoux da Renault. O arrojo de ambos os pilotos nesse confronto foi tão grande que René e Gilles chegaram a ficar lado a lado numa mesma curva a mais de 150 km/h. Após sucessivas ultrapassagens de ambos os pilotos, Gilles Villeneuve venceria o confronto e receberia a bandeirada em segundo, seguido do próprio Arnoux em terceiro. Após a corrida, o francês diria uma frase marcante: «Ele venceu-me, mas isso não me preocupa, pois sei que fui vencido pelo melhor piloto do mundo».

Foi ao volante dos carros vermelhos da equipe italiana da Ferrari que Gilles proporcionou aos espectadores da Fórmula 1 momentos de bravura e perícia que lhe fizeram ser comparado ao lendário Tazio Nuvolari e uma série de acidentes impressionantes, renderam-lhe o apelido de “piloto voador”. No maior deles, no Grande Prémio do Japão em 1977, Villeneuve bateu com o seu Ferrari 312T2 nº11 no Tyrrell P34 nº3 do sueco Ronnie Peterson e o carro do piloto canadiano foi lançado na direcção de dois espectadores que assistiam à prova em local proibido e que morreram.

Em 1979, a Ferrari substituiu Reutemann pelo sul-africano Jody Scheckter. A nova dupla garantiu o primeiro e o segundo lugares, com Scheckter campeão por antecipação, além do Campeonato Mundial de Construtores. A partir do ano seguinte, 1980, por promessa do próprio comendador Enzo Ferrari, a equipa passou a direccionar esforços em prol de Villeneuve, mas não foi capaz de se manter na frente das outras equipas.

Depois de duas vitórias e uma boa temporada em 1981, quando a Ferrari entrou para o grupo das equipas com motores Turbo, Villeneuve tornou-se o maior favorito para a temporada de 1982. No entanto, a Ferrari não deixou clara essa posição para o outro piloto da equipa, o francês Didier Pironi. No Grande Prémio de San Marino, a corrida contou com 7 equipas: Ferrari, Renault, Alfa Romeo, Tyrrell, Toleman, Osella e ATS, enquanto que as demais boicotaram por divergências políticas. Pironi ultrapassou Villeneuve nas voltas finais, não cumprindo o acordo entre os dois e a equipa, e venceu a prova. O facto abriu uma crise interna, já visível pelo piloto canadiano no pódio após a corrida. Acabou sendo o último grande prémio disputado por Villeneuve. Logo surgiram boatos de que ele, magoado com a Ferrari, pilotaria para a equipa Williams na temporada de 1983.

Em 8 de Maio de 1982, Gilles Villeneuve morreu após um acidente durante a sessão de qualificação final para o Grande Prémio da Bélgica em Zolder. No momento do acidente, Didier Pironi havia feito um tempo de 0,1s mais rápido que Villeneuve para o 6º lugar. Villeneuve estava a usar o seu último conjunto de pneus de qualificação; alguns dizem que ele estava tentando melhorar o seu tempo na última volta, enquanto outros sugerem que ele estava especificamente tentando superar o melhor tempo feito por Pironi. Entretanto, o biógrafo de Villeneuve, Gerald Donaldson, cita o engenheiro de corrida da Ferrari, Mauro Forghieri, dizendo que o canadiano, embora continuando com a sua maneira habitual, estava retornando às boxes quando o acidente ocorreu. Em caso afirmativo, ele não teria definido um tempo naquela volta.

O piloto Mass viu Villeneuve aproximar-se em alta velocidade e virou-se para a direita para não atrapalhar o canadiano. No mesmo instante, Villeneuve também virou para a direita para ultrapassar o carro mais lento. O Ferrari bateu na traseira do carro do alemão e foi lançado ao ar, a cerca de 220 km/h. O carro voou durante 100 m antes de cair no solo e se desintegrar. Villeneuve, ainda preso ao seu assento, mas sem o seu capacete, foi arremessado a mais de 50 m dos destroços.

Vários pilotos pararam e correram para o local. Entre eles, John Watson e Derek Warwick puxaram Villeneuve e viram o resto do canadense azul. O primeiro médico chegou em 35 segundos para descobrir que Villeneuve não estava a respirar. O piloto foi entubado e ventilado antes de ser transferido para o centro médico do circuito e, em seguida, de helicóptero, para o Hospital Universitário St. Raphael em Lovaina, onde uma fractura fatal do pescoço foi diagnosticada. Villeneuve foi mantido vivo em suporte vital, enquanto sua esposa Joann Barthe viajou de Monte Carlo para o hospital e os médicos consultaram especialistas em todo o mundo. Depois de Joann ter chegado, Gilles Villeneuve foi oficialmente declarado morto. Ele tinha 32 anos de idade.

Além da esposa, Gilles Villeneuve deixou um casal de filhos: Melanie e Jacques Villeneuve, que viria a ser campeão na Fórmula 1 na temporada de 1997.

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