Nascido nos Açores, Eduardo
Teixeira Coelho foi para o continente aos 11 anos, em 1930, tendo ingressado no
Instituto dos Pupilos do Exército, com o número 49 e frequentado o Curso
Complementar de Comércio até Agosto de 1944.
Publicou o seu primeiro trabalho
- uma sequência cómica em quatro vinhetas - no “Sempre Fixe” de 16 de
Abril de 1936. Trabalhou em publicidade e como ilustrador e, em 1943, tornou-se
um dos fiéis e mais marcantes colaboradores de “O Mosquito”, uma famosa
revista infantil portuguesa.
Foi ali que, segundo Leonardo de
Sá e António Dias de Deus (no “Dicionário dos Autores de Banda Desenhada e Cartoon em Portugal”), Coelho «alcançou a mestria total na ilustração de novelas com carácter
histórico, moderno ou fantástico».
Foi em “O Mosquito”
que, quase sempre a trabalhar com o argumentista Raul Correia, publicou algumas
das suas obras mais conhecidas, tais como “Os Guerreiros do Lago Verde”
(1945), “Os Náufragos do Barco sem Nome” (1946), “Falcão Negro”
(1946/1949), “O Caminho do Oriente” (1946/1948), “Sigurd, o Herói”
(1946), “A Lei da Selva” (1948), “Lobo Cinzento” (1948/1949), “A
Torre de D. Ramires” (1950), “O Defunto” (1950), “O Suave Milagre”
(1950), “Os Doze de Inglatera” (1950/1951) e “A Aia” (1952).
Com o fim de “O Mosquito”,
em 1953, desempregado e descontente com as
limitações que o regime do Estado Novo impunha ao seu trabalho, Eduardo
decidiu emigrar em 1954.
Passou pela Espanha, onde colaborou
na revista “Chicos”, e pela Inglaterra,
tendo-se fixado em França, onde colaborou com as revistas “Vaillant”, “Pif
gadget”, “Pipolin” e “Pirates”. Publicou sobretudo usando o
pseudónimo “Martin Sièvre” e trabalhou com os argumentistas Jean
Ollivier e Roger Lécureux, criando várias personagens localizadas no mundo viquingue.
Entre as séries mais conhecidas
deste período (algumas publicadas posteriormente em Portugal no “Mundo de
Aventuras”), encontram-se “Ragnar le Viking” (1955/1969), “Davy
Crockett” (1957), “Wango” (1957), “Yves Le loup” (1960/1961),
“Biorn le Viking” (1962/1968), “Cartouche” (1964/1966), “Robin
des Bois” (1969/1975), “Le Furet” (1975/1976), “Érik, le Rouge”
(1976/1977) e “Ayak, le Loup Blanc” (1979/1984).
O estilo de Eduardo Coelho,
inicialmente límpido e fluente, evoluiu, dizem Leonardo de Sá e António Dias de
Deus, gradualmente para uma forma mais estática e carregada de detalhes.
Radicou-se na Itália desde o
início da década de 1970, tendo recebido em 1973, no Salão
Internacional de Lucca, o prémio Yellow Kid, para o melhor desenhador
estrangeiro.
Redescoberto
em Portugal, com várias reedições e traduções, foi-lhe atribuído o Mosquito
Especial em 1986 e ainda o Grande Troféu do Festival Internacional da Amadora
em 1997.
Em 1998, de 23 de Outubro a 8 de Novembro,
esteve patente uma grande exposição dos seus originais, na Galeria dos Paços
do Concelho, na Amadora, com a sua presença.
Faleceu aos 86 anos de idade, em
Florença, cidade onde então residia.
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