sábado, 2 de junho de 2012

EFEMÉRIDE – António Alva Rosa Coutinho, almirante e político português da segunda metade do século XX, morreu em Lisboa no dia 2 de Junho de 2010. Nascera também em Lisboa, em 14 de Fevereiro de 1926.
Oficial da Armada, passou grande parte da sua carreira a bordo (e a partir de um certo momento, no comando) de navios hidrográficos. Nos anos 1960, numa missão de patrulhamento e pesquisa no rio Zaire foi capturado por guerrilheiros da Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA) e esteve alguns meses privado da liberdade.
Quando da Revolução dos Cravos, era capitão-de-fragata e foi um dos elementos da Armada designados para integrar a Junta de Salvação Nacional, datando de então a sua promoção a Vice-Almirante. Nos primeiros meses da nova situação, a sua actuação foi discreta, coordenando o Serviço de Extinção da PIDE-DGS e da Legião Portuguesa.
Em finais de Julho, após a demissão do último Governador-Geral de Angola, General Silvino Silvério Marques, Rosa Coutinho foi chamado a substituí-lo, na qualidade de Presidente da Junta Governativa de Angola. Confirmado membro da Junta de Salvação Nacional após os acontecimentos do 28 de Setembro de 1974, ganhou a qualidade de Alto-Comissário em Angola a partir de Outubro. Rosa Coutinho permaneceu no território até à assinatura dos Acordos de Alvor (Janeiro de 1975), entre o Estado Português e os três movimentos de libertação – FNLA, Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) e União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA). A sua actuação em Angola foi vista como favorável ao MPLA. Defendeu igualmente a integridade territorial de Angola, sendo contra o separatismo de Cabinda que era apoiado pelo Zaire.
A sua acção ao longo de 1975, próxima do Partido Comunista Português, valeu-lhe o epíteto de “almirante vermelho”. Nos primeiros meses do ano, teve o seu nome ligado à preparação de “legislação revolucionária”, no sentido de radicalizar o processo político iniciado em Abril do ano anterior, o que veio a concretizar-se após os acontecimentos do 11 de Março. Após esta data, ingressou no Conselho da Revolução, então criado.
Apesar da sua imagem “de esquerda” se acentuar, cumpriu integralmente as instruções do Presidente da República e Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas, General Francisco da Costa Gomes, no sentido de desmobilizar as forças navais da Margem Sul de Lisboa, quando do 25 de Novembro de 1975.
Afastado do Conselho da Revolução, passou à reserva pouco tempo depois, nunca mais voltando à ribalta político-militar.

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