EFEMÉRIDE – José Manuel Nobre Perdigão Queiroga, realizador de cinema português, nasceu em Évora no dia 12 de Junho de 1916. Morreu na Azambuja em 8 de Maio de 1980.
Estudou técnica cinematográfica, especializando-se nos campos da fotografia e da montagem. Entre 1936 e 1943, começou a trabalhar como assistente de operador em diversas produções. Depois, em plena Segunda Guerra Mundial, foi para os Estados Unidos, onde teve a oportunidade de trabalhar no sector de montagem dos estúdios da Paramount. Regressou a Portugal em 1946, na época forte do Estado Novo, começando a preparar o que viria a ser a sua primeira longa-metragem e um grande êxito do cinema português de então: “Fado — História duma Cantadeira” (1947), protagonizado por Amália Rodrigues. Cultivou o melodrama e produziu e realizou numerosos documentários, muitos deles fazendo de certo modo a apologia do regime.
Em 1951 realizou “Madragoa”, sobre conflitos de classe, e “Sonhar é Fácil”, cujo enredo, apontando a certa altura para a criação duma cooperativa popular, suscitou alguma controvérsia, levando mesmo um crítico a escrever, em tom depreciativo, que o filme «puxava para o socialismo».
A apologia dos valores simples da vida pontuou a generalidade dos seus filmes, nomeadamente em “Os Três da Vida Airada” (1952), “Planície Heróica” (1953), “O Milionário” (1962) e “Parque das Ilusões” (1963).
Em 1960, mereceu destaque a sua adaptação do clássico de Júlio Dinis “As Pupilas do Senhor Reitor”, por se tratar do primeiro filme português em cinemascópio.
Como produtor, teve papel importante na difusão de actualidades (“Imagens de Portugal”) que precediam, nessa época, a projecção de filmes nas salas de cinema de todo o país. Dedicou-se também à publicidade.
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