EFEMÉRIDE – José Lins do Rego Cavalcanti, escritor brasileiro, nasceu em Pilar, Paraíba, no dia 3 de Junho de 1901. Morreu no Rio de Janeiro em 12 de Setembro de 1957.
Fez os seus primeiros estudos no Colégio de Itabaiana, no Instituto N. S. do Carmo e no Colégio Diocesano Pio X, na então cidade de Paraíba, actual João Pessoa. Estudou depois no Colégio Carneiro Leão e Osvaldo Cruz no Recife. Desde esse tempo, era já bem patente o seu grande interesse pela literatura. É de 1916, por exemplo, o primeiro contacto de Lins com “O Ateneu”, de Raul Pompeia. Aos dezassete anos, travou conhecimento com a obra de Machado de Assis, através de “Dom Casmurro”.
Viu de perto os engenhos de açúcar perderem espaço para as fábricas, o que provocou muitas transformações sociais e económicas. Em 1920, matriculou-se na Faculdade de Direito do Recife. Neste período, além de colaborar periodicamente com o “Jornal do Recife”, fez amizade com Gilberto Freyre. Em 1922, fundou o semanário “Dom Casmurro”.
Ampliou depois os seus contactos com os meios literários de Pernambuco. Em 1926, partiu para Maceió, onde se reunia regularmente com Graciliano Ramos, Rachel de Queiroz e Aurélio Buarque de Holanda, entre outros escritores da época.
Era um prolífico contador de histórias. O seu romance de estreia, “Menino de Engenho” (1932), teve de imediato o bom acolhimento da crítica. Esta obra faz parte de uma série de cinco livros a que José Lins chamou Ciclo da cana-de-açúcar, numa referência ao papel que neles ocupa a decadência do engenho açucareiro nordestino. Seguiram-se: “Doidinho” (1933), “Bangue” (1934), “O Moleque Ricardo” (1935) e “Usina” (1936).
Quando partiu para o Rio de Janeiro em 1935, já tinha conquistado a crítica. Continuou a colaborar na imprensa, escrevendo para os “Diários Associados” e “O Globo”.
É atribuída a José Lins do Rego a invenção do Novo romance moderno brasileiro. O conjunto da sua obra é um marco histórico na literatura regionalista. Alguns críticos acreditam que o autor ajudou a construir uma nova forma de escrever, fundada na «obtenção de um ritmo oral» e tornada possível pela liberdade conquistada e praticada pelos modernistas de 1922. A sua obra-prima, “Fogo Morto” (só publicada em 1943), é uma das mais representativas obras da ficção dos anos 1930 e de todo o Modernismo.
Em 1937, publicou “Pedra Bonita” e, em 1953, “Cangaceiros”, que formaram o Ciclo do cangaço. Muitos dos seus livros foram adaptados para o cinema e traduzidos para alemão, francês, inglês e espanhol. Foi eleito para a Academia Brasileira de Letras em 1955.
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