EFEMÉRIDE
– João Gonçalves Zarco, navegador e explorador português, morreu no Funchal em
21 de Novembro de 1467. Nascera em 1390.
Pouco
se conhece de concreto sobre os antecedentes de Zarco, sendo provável que tenha
estado na conquista de Ceuta em 1415 e que os bons serviços então prestados
tenham sido decisivos na sua escolha, pelo Infante D. Henrique, para liderar o
projecto de colonização da Madeira, até então despovoada, coberta de florestas
e apenas usada esporadicamente para abastecimento de água e descanso das
tripulações de navios que por ali eventualmente passavam.
Sendo
criado do Infante D. Fernando, Zarco terá participado na tomada de Ceuta em
Agosto de 1415. Teria sido, depois, armado Cavaleiro da Casa do
Infante D. Henrique e nomeado comandante de uma embarcação, cuja missão era
patrulhar a costa sul de Portugal, zona onde eram frequentes actos de
pirataria. Assim, cedo se tornou mestre na arte de marear, reconhecendo – em
1418 – a ilha de Porto Santo (juntamente com Tristão Vaz Teixeira) e, no ano
seguinte, a ilha da Madeira. Presume-se que tenha sido arrastado para a ilha de
Porto Santo quando se preparava para explorar a costa da África e atingir a
Guiné, numa viagem a mando do Infante. Voltado a Portugal, persuadiu D.
Henrique das vantagens em povoar e aproveitar os recursos daquelas ilhas e ali
regressou.
Do
Porto Santo, Zarco passou à ilha da Madeira, a cujo povoamento deu início em
1425. Na qualidade de homem da casa do Infante, participou no cerco de Tânger
em 1437. Depois, de volta à Madeira, aproveitando as ricas matas, fez construir
navios com os quais auxiliou o Infante nas suas expedições de «descobrimentos
para além do Cabo Bojador».
Em
Julho de 1460, por Carta de Concessão de D. Afonso V, passou a ostentar
também o sobrenome de Câmara de Lobos, derivado da designação atribuída
pelo navegador a um local da ilha da Madeira, junto do Funchal, onde
desembarcou e se abrigou, descobrindo grande quantidade daqueles animais.
Era
casado com Constança Rodrigues, de quem teve sete filhos. Os seus descendentes
mantiveram o apelido “Câmara”, mas aboliram “de Lobos”. Faleceu no Funchal, em
ano não confirmado (1467 ou 1471?), sendo sepultado na Capela de Nossa Senhora
da Conceição, que ele próprio mandara construir em 1430.
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