sexta-feira, 8 de novembro de 2013

8 DE NOVEMBRO - JEAN MARAIS



EFEMÉRIDEJean Alfred Villain-Marais, actor francês, morreu em Cannes, de doença cardiovascular, em 8 de Novembro de 1998. Nascera em  Cherbourg no dia 11 de Dezembro de 1913. Tornou-se conhecido por protagonizar muitos filmes dirigidos por Jean Cocteau, seu companheiro e grande amigo. Entre os mais famosos, destacam-se “Beauty and the Beast” (1946) e “Orphée” (1949). Marais interpretou cerca de 100 personagens em filmes de cinema e televisão. Também foi escritor, pintor e escultor. Em 1993, recebeu um César de Honra.
Quando tinha 4 anos, a mãe decidiu partir para Paris com os dois filhos, separando-se do pai que era veterinário. Ela estava frequentemente ausente e o pequeno Jean escrevia-lhe cartas, sendo uma tia que inscrevia a morada nos envelopes. Ele só veio a saber mais tarde que a mãe, cleptómana, estava frequentemente na prisão. Estudou no Liceu Condorcet. Só voltou a ver o pai quarenta anos mais tarde e, mesmo assim, sem ter a certeza que era ele.
Começou como figurante em 1933, em filmes de Marcel L'Herbier. Em 1937, chumbou no concurso para ingresso no Conservatório e foi estudar com Charles Dullin, no Théâtre de l'Atelier. Fazia entretanto de figurante, o que lhe permitia financiar os estudos.
O seu encontro com Jacques Cocteau em 1937, quando de uma audição, marcou o lançamento efectivo da sua carreira. O cineasta e dramaturgo apaixonou-se pelo actor e deu a Jean Marais um papel em “Œdipe Roi”. Seguiram-se várias peças de teatro com sucesso e Marais tornou-se um ídolo da sua geração. Durante a ocupação alemã, ele foi também um símbolo da Resistência. Após a libertação de Paris, em Agosto de 1944, alistou-se no exército, servindo no batalhão do general Leclerc.   
Depois da 2ª Guerra Mundial, Cocteau escreveu para ele “A Bela e o Monstro”, um filme que fez de Jean Marais um actor lendário. Protagonizou depois várias peças e filmes de Cocteau. No fim dos anos 1940, entrou na Comédie-Française, onde foi comediante, encenador e decorador.
Contracenou com as maiores vedetas femininas de então, como Madeleine Robinson, Danielle Darrieux e Michèle Morgan. Foi dirigido por grandes realizadores – Luchino Visconti, Jean Renoir e Sacha Guitry, entre outros.
Na década de 1950, entrou em muitos filmes de “capa e espada”, ganhando grande popularidade em França. Ele mesmo fazia as cenas de acção, que normalmente deveriam ser executadas por duplos. Na década seguinte, interpretou o famoso vilão Fantômas, numa trilogia iniciada em 1964. Em 1963, foi jurado do Terceiro Festival Internacional de Cinema de Moscovo.
Depois dos anos 1970, os trabalhos de Marais no cinema rarearam, tendo optado mais pelo teatro. Manteve-se activo nos palcos até aos oitenta anos, fazendo simultaneamente pinturas e esculturas. Em 1985, liderou o júri do 35º Festival Internacional de Berlim.
Jean Marais foi casado, durante a Segunda Guerra Mundial, com a actriz Mila Parély. Divorciaram-se dois anos depois do casamento. Marais era homossexual e tornou-se amante de Jean Cocteau até à morte do escritor, em 1963. Marais homenageou Cocteau com o texto “O inconcebível Jean Cocteau”, atribuindo a autoria a “Cocteau-Marais”. Também foi autor da sua autobiografia, à qual deu o título de “Histórias da Minha Vida”, livro publicado em 1975. Escreveu igualmente alguns contos e poemas. Em Montmartre, perto da Basílica do Sacré Coeur, em Paris, foi dado o seu nome a uma praça, em 2008, no 10º aniversário da sua morte. 

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