sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

27 DE FEVEREIRO - MOACYR SCLIAR

EFEMÉRIDEMoacyr Jaime Scliar, escritor brasileiro, morreu em Porto Alegre no dia 27 de Fevereiro de 2011. Nascera na mesma cidade, em 23 de Março de 1937. Licenciado em Medicina, trabalhou como médico e como professor universitário. Da sua vasta obra constam contos, romances, ensaios e literatura infanto-juvenil. Também ficou conhecido pelas suas crónicas nos principais jornais brasileiros.
Nasceu no Bom Fim, bairro de Porto Alegre onde se concentra a comunidade judaica. Alfabetizado pela mãe, professora primária, ingressou em 1943 na Escola de Educação e Cultura, transferindo-se – cinco anos depois – para o Colégio Nossa Senhora do Rosário.  
Em 1963, após acabar o curso de Medicina na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, iniciou sua vida de médico, visitando doentes nos respectivos domicílios. Especializou-se depois em saúde pública, como médico sanitarista, iniciando-se nessa área em 1969. Em 1970, frequentou em Israel um curso de pós-graduação. Posteriormente, doutorou-se em Ciências, na Escola Nacional de Saúde Pública. Foi professor na Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre.                                     
Scliar publicou mais de setenta livros. O seu estilo leve e irónico garantiu-lhe um número elevado de leitores. Em 2003, foi eleito para a Academia Brasileira de Letras. Antes recebera vários prémios literários, como o Jabuti (1988, 1993 e 2000), o Associação Paulista de Críticos de Arte (1989) e o Casa de las Américas (1989).
As suas obras abordam frequentemente a imigração judaica no Brasil, mas também tratam de temas como o socialismo, a medicina e a vida de classe média, entre outros. Tem livros traduzidos em doze idiomas.
Em 2002, envolveu-se numa polémica com o escritor canadiano Yann Martel, autor do famoso romance “A Vida de Pi”, vencedor do Prémio Man Booker, dizendo que o livro seria plagiado da sua novela “Max e os felinos”. Moacyr, no entanto, diria mais tarde que a imprensa tinha exagerado no tratamento do caso e que nunca tivera o intuito de processar aquele escritor.    
Entre as obras mais importantes, estão os seus contos e os romances “O ciclo das águas”, “A estranha nação de Rafael Mendes”, “O exército de um homem só” e “O centauro no jardim”, este último incluído na lista dos 100 melhores livros de temática judaica dos últimos 200 anos, feita pelo National Yiddish Book Center nos EUA.
Em 1998, o romance “Um Sonho no Caroço do Abacate” foi adaptado ao cinema, com o título “Caminho dos Sonhos”. O filme participou nos Festivais de Gramado, Miami e Trieste, entre outros. A película narra a história do filho de um casal de imigrantes judeus lituanos, que se estabelece no bairro do Bom Retiro, em São Paulo, nos anos 1960. Apaixona-se por Ana, uma estudante negra. Os jovens encontram no amor a força e a determinação para enfrentarem a discriminação na escola onde estudam e o preconceito entre as famílias.
Em 2002, o romance “Sonhos Tropicais” foi também adaptado ao cinema. O filme relata o combate à febre-amarela no Rio de Janeiro, pelo médico sanitarista Oswaldo Cruz, e a resistência da população à vacinação obrigatória, que resultou na chamada Revolta da Vacina. Em paralelo, é narrada a história de uma jovem judia polaca, que imigra para o Brasil em busca de uma vida melhor, mas que acaba na prostituição.
Em 2011, Scliar foi internado num hospital para a retirada de pólipos do intestino. A cirurgia foi bem sucedida, mas o escritor acabou por ter um acidente vascular cerebral durante o período de recuperação, falecendo cerca de cinquenta dias depois do seu internamento.

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