EFEMÉRIDE - Kenji Mizoguchi,
realizador japonês, nasceu em Tóquio no dia 16 de Maio de 1898. Morreu em
Quioto, em 24 de Agosto de 1956.
Circunstâncias económicas adversas obrigaram o seu pai, que era carpinteiro, a vender a sua irmã mais velha para se tornar uma gueixa, um acontecimento que afectou profundamente a visão do mundo de Mizoguchi ao longo da vida. Manteve uma feroz resistência contra o pai, pelo tratamento que ele deu a sua mãe e irmã durante toda a vida. Deixou a escola, com treze anos, para trabalhar e estudar artes gráficas. O seu primeiro emprego foi como designer publicitário em Kobe. Estreou-se na indústria cinematográfica em Tóquio, como actor, em 1920.Três anos depois, tornar-se-ia um realizador bastante conceituado da Nikkatsu Corporation.
Os primeiros trabalhos de Mizoguchi foram exploratórios, principalmente adaptações de Eugene O'Neill, Tolstói e remakes do expressionismo alemão. Nestes filmes, trabalhou rapidamente, por vezes produzindo uma série de filmes em semanas. Isso explicaria a contagem de mais de cinquenta filmes, entre 1920 e 1930, a maioria dos quais se perderam.
Vários dos seus filmes posteriores foram tendenciosos. Mizoguchi explorou as suas tendências socialistas e neles modelou as suas preocupações. Mais tarde, persistiu em dizer que a sua carreira como realizador sério não havia começado até “Sisters of Gion” e “Naniwa Elegy”, ambos de 1936. Nos seus filmes centrais, Mizoguchi começou a ser saudado como um realizador neo-realista: tais filmes eram considerados como documentos sociais de um Japão em transição do feudalismo para o modernismo. “The Stody of the Last Chrysanthemus” (1939) ganhou um prémio do Departamento de Educação; como os dois filmes anteriormente citados, este último explora o papel secundário da mulher numa sociedade injustamente machista. Durante este tempo, Mizoguchi também desenvolveu a sua famosa aproximação cinematográfica de «um plano por cena»". A meticulosidade e autenticidade do seu cenógrafo Hiroshi Mizutani teria contribuído para o uso frequente de lentes altamente distorcidas nos filmes de Mizoguchi. Durante a guerra, Kenji foi forçado a firmar compromissos com o governo militar, como publicitário. O seu mais famoso filme dessa época foi um remake do clássico “Samurai Bushido” chamado “The 47 Ronin” (1941), um drama histórico/épico.
Mizoguchi foi redescoberto no Ocidente particularmente por críticos, como Jacques Rivette. Depois de uma fase inspirada pelo sufrágio feminino japonês, que produziu filmes radicais como “Victory of the Women” (1946) e “My Love Has Been Burning” (1949), Mizoguchi voltou-se para o «período dramático», reconstituindo histórias do folclore japonês ou do período histórico — junto com o escritor e colaborador de longa data Yoshikata Yoda. Seria a sua mais celebrada série de trabalhos, incluindo “The Life of Oharu” (1952), que ganhou reconhecimento internacional e que ele considerava o seu melhor filme, e “Ugetsu” (1953), que ganhou o Leão de Prata no Festival de Veneza. “Sansho the Bailiff” (1954) tomou a premissa do Japão feudal e trabalhou-a como um conto moralista confucionista.
De aproximadamente 100 filmes que desenvolveu, apenas dois — “Tailes of the Taira Clan” (1955) e “Princess Yang Kwei-Fei” (1955) — são coloridos.
Mizoguchi morreu em Quioto, vítima de de leucemia, aos 58 anos de idade, na época em que havia sido reconhecido como um dos três mestres do cinema japonês, ao lado de Yasujiro Ozu e Akira Kurosawa. De acordo com a sua memória, terá feito ao todo 94 filmes, embora a maioria dos seus primeiros trabalhos tenha sido perdida.
Em 1975, Kaneto Shindo fez um documentário sobre Mizoguchi intitulado “Kenji Mizoguchi: The Life of a Film Director”.
Circunstâncias económicas adversas obrigaram o seu pai, que era carpinteiro, a vender a sua irmã mais velha para se tornar uma gueixa, um acontecimento que afectou profundamente a visão do mundo de Mizoguchi ao longo da vida. Manteve uma feroz resistência contra o pai, pelo tratamento que ele deu a sua mãe e irmã durante toda a vida. Deixou a escola, com treze anos, para trabalhar e estudar artes gráficas. O seu primeiro emprego foi como designer publicitário em Kobe. Estreou-se na indústria cinematográfica em Tóquio, como actor, em 1920.Três anos depois, tornar-se-ia um realizador bastante conceituado da Nikkatsu Corporation.
Os primeiros trabalhos de Mizoguchi foram exploratórios, principalmente adaptações de Eugene O'Neill, Tolstói e remakes do expressionismo alemão. Nestes filmes, trabalhou rapidamente, por vezes produzindo uma série de filmes em semanas. Isso explicaria a contagem de mais de cinquenta filmes, entre 1920 e 1930, a maioria dos quais se perderam.
Vários dos seus filmes posteriores foram tendenciosos. Mizoguchi explorou as suas tendências socialistas e neles modelou as suas preocupações. Mais tarde, persistiu em dizer que a sua carreira como realizador sério não havia começado até “Sisters of Gion” e “Naniwa Elegy”, ambos de 1936. Nos seus filmes centrais, Mizoguchi começou a ser saudado como um realizador neo-realista: tais filmes eram considerados como documentos sociais de um Japão em transição do feudalismo para o modernismo. “The Stody of the Last Chrysanthemus” (1939) ganhou um prémio do Departamento de Educação; como os dois filmes anteriormente citados, este último explora o papel secundário da mulher numa sociedade injustamente machista. Durante este tempo, Mizoguchi também desenvolveu a sua famosa aproximação cinematográfica de «um plano por cena»". A meticulosidade e autenticidade do seu cenógrafo Hiroshi Mizutani teria contribuído para o uso frequente de lentes altamente distorcidas nos filmes de Mizoguchi. Durante a guerra, Kenji foi forçado a firmar compromissos com o governo militar, como publicitário. O seu mais famoso filme dessa época foi um remake do clássico “Samurai Bushido” chamado “The 47 Ronin” (1941), um drama histórico/épico.
Mizoguchi foi redescoberto no Ocidente particularmente por críticos, como Jacques Rivette. Depois de uma fase inspirada pelo sufrágio feminino japonês, que produziu filmes radicais como “Victory of the Women” (1946) e “My Love Has Been Burning” (1949), Mizoguchi voltou-se para o «período dramático», reconstituindo histórias do folclore japonês ou do período histórico — junto com o escritor e colaborador de longa data Yoshikata Yoda. Seria a sua mais celebrada série de trabalhos, incluindo “The Life of Oharu” (1952), que ganhou reconhecimento internacional e que ele considerava o seu melhor filme, e “Ugetsu” (1953), que ganhou o Leão de Prata no Festival de Veneza. “Sansho the Bailiff” (1954) tomou a premissa do Japão feudal e trabalhou-a como um conto moralista confucionista.
De aproximadamente 100 filmes que desenvolveu, apenas dois — “Tailes of the Taira Clan” (1955) e “Princess Yang Kwei-Fei” (1955) — são coloridos.
Mizoguchi morreu em Quioto, vítima de de leucemia, aos 58 anos de idade, na época em que havia sido reconhecido como um dos três mestres do cinema japonês, ao lado de Yasujiro Ozu e Akira Kurosawa. De acordo com a sua memória, terá feito ao todo 94 filmes, embora a maioria dos seus primeiros trabalhos tenha sido perdida.
Em 1975, Kaneto Shindo fez um documentário sobre Mizoguchi intitulado “Kenji Mizoguchi: The Life of a Film Director”.
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