sexta-feira, 19 de julho de 2019

19 DE JULHO - PEDRO ANTONIO DE ALARCÓN


EFEMÉRIDE - Pedro Antonio Joaquín Melitón de Alarcón y Ariza, jornalista, escritor e político espanhol, morreu em Madrid, no dia 19 de Julho de 1891. Nascera em Guadix, Granada, em 10 de Março de 1833. Pertenceu ao movimento realista, sendo um dos seus mais destacados autores.
Alarcón teve uma intensa vida ideológica. Assim como os seus personagens, evoluiu de ideias liberais e revolucionários para posições mais tradicionalistas. Embora tivesse origem fidalga, a sua família era bastante humilde, mas não tanto que o impedisse de estudar Direito na Universidade de Granada, curso que abandonou logo no início para ingressar num seminário. A vida eclesiástica também não o satisfez e, em 1853, foi para Cádis, onde co-fundou “El Eco de Occidente”, com Torcuato Tárrago y Mateos, começando a sua carreira de jornalista na direcção deste jornal.
Alarcón escreveu desde a adolescência. A sua primeira obra de ficção, “El final de Norma”, foi composta aos dezoito anos de idade e publicada em 1855. As suas preocupações levaram-no a juntar-se ao grupo literário Cuerda granadina.
Em 1854 mudou-se para Madrid, aborrecido com o ambiente reaccionário de Granada. Ali criou um jornal satírico, “El látigo”, que também dirigiu, com ideologia antimonarquista, republicana e revolucionária. Era um claro herdeiro da sua experiência no “El eco de Occidente”.
Em 1857, escreveu “El hijo pródigo”, um drama de grande sucesso. Também no mesmo ano, começou a publicar relatos e artigos de viagens, na publicação madrilena “El Museo Universal”. Mais tarde, como soldado e jornalista envolvido na Guerra de Marrocos, recolheu tudo o que acontecia na campanha e na sua vida ali, enviando para o seu editor, numa série de artigos, que foram publicados sob o título “Diario de un testigo de la guerra de África”, em 1859. Este livro é particularmente apreciado pela sua abundante e exacta descrição da vida militar.
Posteriormente, cultivou a literatura de viagens, contando em diversos artigos as suas viagens pela Itália (“De Madrid a Nápoles”, 1861) e a sua Granada natal (“La Alpujarra”, 1873), nos quais o realismo e as descrições contrastam com a ilusão de uma prosa que narra o próximo e o desconhecido. Estes artigos, além do interesse puramente jornalístico, são um exemplo para toda a literatura de viagens.
Como integrante do partido político União Liberal, ocupou vários cargos, sendo o mais importante o de conselheiro de Estado, no reinado de Afonso XII, em 1875, tendo sido também deputado, senador e embaixador na Noruega e na Suécia. Foi igualmente membro da Real Academia Espanhola, a partir de 1877.
Após 1887, convencido de que o caminho do realismo já lhe havia dado tudo, remeteu-se ao silêncio, certo de que não tinha mais nada a oferecer aos seus leitores e amigos.  Faleceu quatro anos depois.

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