quinta-feira, 25 de julho de 2019

25 DE JULHO - CARLOS GALHARDO


EFEMÉRIDE - Carlos Galhardo, de seu verdadeiro nome Catello Carlos Guagliardi, um dos principais cantores da Era da Rádio brasileira, morreu no Rio de Janeiro em 25 de Julho de 1985. Nascera em Buenos Aires no dia 24 de Abril de 1913.
Filho de pais italianos, teve três irmãos, dois nascidos em Itália e uma no Rio de Janeiro. Dois meses depois do seu nascimento, a família mudou-se para São Paulo e, em seguida, para o Rio de Janeiro.
Aos oito anos de idade, com o falecimento da mãe, passou a viver com um parente no bairro do Estácio e aprendeu o ofício de alfaiate. Aos quinze anos, era já um bom oficial, apesar de não gostar muito do ofício. Chegou a a abandonar os estudos (completara a primária), para se dedicar à profissão.
Passou por várias alfaiatarias e, numa delas, trabalhou com o barítono Salvador Grimaldi, com quem passou a ensaiar duetos de ópera.
Apesar de, em casa e para amigos, cantarolar cançonetas italianas e árias de ópera, a sua carreira só foi iniciada numa festa em casa de um irmão, onde se encontravam diversas personalidades. Ali cantou, para os convidados, “Deusa” de Freire Júnior. Aprovando-o, aconselharam-no a tentar a rádio. Foi então apresentado ao compositor Bororó, através do qual, conseguiu uma oportunidade na Rádio Educadora do Brasil, onde cantou “Destino”, de Nonô e Luís Iglesias. No dia seguinte, foi procurado e convidado para fazer um teste na RCA Victor. Aprovado, passou a fazer parte do coro que acompanhava as gravações da empresa.
O seu primeiro disco a solo foi lançado em 1933, com os frevos “Você não gosta de mim”, dos Irmãos Valença, e “Que é que há”, de Nélson Ferreira.
Conhecendo o compositor Assis Valente, gravou muitas canções suas, tais como “Para onde irá o Brasil”, “É duro de se crer”, “Elogio da raça” (em dueto com Cármen Miranda), “Pra quem sabe dar valor” e “Boas festas”, esta última sendo o seu primeiro grande sucesso.
Passou a cantar em várias emissoras de rádio do Rio de Janeiro, tais como: Mayrink Veiga, Rádio Clube, Philips, Sociedade, Cruzeiro, Cajuti, Tupi, Nacional e Mundial.
Em 1935, estreou-se como cantor romântico, com a valsa-canção “Cortina de Veludo”, de Paulo Barbosa e Oswaldo Santiago, obtendo um enorme sucesso.
Durante a sua carreira, gravou também na Columbia, Odeon e Continental. Foi o segundo cantor que mais gravou no Brasil - cerca de 570 músicas (só perdeu para Francisco Alves).
Além das canções carnavalescas, Galhardo foi quem mais cantou temas de outras datas festivas. Participou ainda nos seguintes filmes: “Banana da terra” (1938), “Vamos cantar” (1940), “Entra na farra” (1941), “Carnaval em lá maior” (1955) e “Metido a bacana” (1957).
Em 1945, gravou - juntamente com Dalva de Oliveira e Os Trovadores - a adaptação de João de Barro para a história infantil “Branca de Neve e os sete anões”, com canções de Radamés Gnattali.
Em 1952, passou um ano a actuar em Portugal. Em 1953, a “Revista do Disco” deu-lhe o título de Rei do disco. Também ficou conhecido como “O rei da valsa” e «O cantor que dispensa adjectivos».
Começou a apresentar-se por todo o Brasil, inclusivamente através da televisão. Em 1983, fez a sua última actuação, no espectáculo “Allah-lá-ô”, de Ricardo Cravo Albin, dedicado ao compositor António Nássara, realizado na Sala Funarte - Sidney Miller.
Carlos Galhardo faleceu aos 72 anos e foi sepultado no Cemitério São João Batista. Juntamente com Francisco Alves, Orlando Silva, Vicente Celestino e Sílvio Caldas, formou o quadro de honra dos grandes cantores da era da rádio brasileira.

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