EFEMÉRIDE - Nikolai
Ost Yefimovich Andrianov, ginasta da União Soviética, nasceu em Vladimir no
dia 14 de Outubro de 1952. Morreu na mesma cidade em 21 de Março de 2011.
Nikolai iniciou-se na ginástica aos
onze anos, na escola juvenil de Burevestnik, localizada da sua cidade natal.
Anos após encerrar a sua carreira, em 2001, entrou para o International
Gymnastics Hall of Fame e, no ano seguinte, tornou-se treinador na escola
onde se iniciara.
Nikolai detém o recorde de ginasta
masculino com mais medalhas, tendo conquistado em Olimpíadas um
total de quinze. Ficou também conhecido pelas suas treze medalhas em Mundiais
e as dezoito medalhas europeias, sendo dez delas de ouro. Foi bicampeão olímpico
no solo e nos saltos, bicampeão mundial nas argolas
e tricampeão europeu nos saltos, além de bicampeão europeu
no solo e campeão europeu, mundial e olímpico na classificação
individual geral.
O pai de Nikolai abandonou a
família – ele, a mãe e as suas três irmãs - quando Nikolai ainda era um menino.
A sua reacção foi a rebeldia: fugia das aulas e constantemente entrava em
atrito com os professores. Ao completar onze anos, Zhenya Skurlov, o seu melhor
amigo, convenceu-o a acompanhá-lo numa aula de ginástica. O treinador era Nikolai
Tolkachev, que aceitou ensinar a modalidade ao jovem Andrianov.
Não demorou muito e Tolkachev apercebeu-se
da necessidade de uma figura mais forte e influente sobre o jovem rebelde. O
treinador decidiu que Andrianov deveria morar com ele, para ser melhor
orientado. O resultado veio logo de seguida: o comportamento do jovem melhorou
e, mais do que um treinador, Tolkachev era visto como um pai.
Cinco anos mais tarde, veio a
estreia numa competição, o Espartacus Júnior de 1969, em Yerevan.
Terminados os eventos, Tolkachev voltou com ideias para a reformulação das
rotinas do ginasta. No ano seguinte, Andrianov entrou para a equipa principal,
como reserva. Em contínua melhoria, em 1971, em Madrid, participou no seu
primeiro Campeonato Europeu. Nele conquistou seis medalhas, duas delas
de ouro, e o reconhecimento internacional.
Em 1972, foi considerado a maior
esperança soviética para a Olimpíada de Munique, ao vencer o Campeonato
da URSS. Apesar dos bons desempenhos, o concurso geral olímpico foi
conquistado pelo japonês Sawao Kato. Após uma queda na prova de cavalo com arções,
Andrianov encerrou a sua participação na quarta posição. Ainda que o predomínio
fosse da equipa japonesa, a União Soviética mostrou competitividade ao ter
Nikolai Andrianov como número um no solo.
Nos quatro anos seguintes,
Andrianov conquistou importantes medalhas nacionais e internacionais. Durante
este período, casou-se com a ginasta soviética Lyubov Burda, bicampeã olímpica
por equipas (1968 e 1972). Em 1975, o casal teve o primeiro filho, vindo a ter
o segundo, dois anos mais tarde.
Em 1976, nos Jogos Olímpicos
de Montreal, Andrianov viveu o melhor momento da sua carreira, conquistando
sete medalhas olímpicas, quatro delas de ouro. Por este feito, foi condecorado
com a Ordem de Lenine e nomeado, pelos jornalistas, o Desportista Soviético
do Ano. Quatro anos mais tarde, em Moscovo, Nikolai participou na sua
última Olimpíada, na qual conquistou mais cinco medalhas.
Quando se retirou das competições,
substituiu o seu técnico, Tolkachev, na escola de ginástica, em Vladimir. Um dos
seus alunos foi o próprio filho, Sergei. Nikolai ainda treinou ginastas como
Vladimir Artemov e Alexei Nemov, ambos medalhados olímpicos.
Após a dissolução da União
Soviética, Andrianov mudou-se para o Japão, onde treinou o filho de Mitsuo
Tsukahara - Naoya - campeão olímpico em Sydney. Em 2011, sofrendo de atrofia
sistémica múltipla, que o impedia de falar e movimentar os membros inferiores e
superiores, ficou confinado à sua casa em Vladimir, na Rússia, onde veio a
falecer com 58 anos de idade.
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