EFEMÉRIDE - Alcides
Castilho Maia, jornalista, político, contista, romancista e ensaísta
brasileiro, morreu no Rio de Janeiro em 2 de Outubro de 1944. Nascera em São
Gabriel no dia 15 de Setembro de 1878.
O pai era funcionário público
federal e tinha origem citadina. O vínculo com o sentimento gaúcho, que
marcariam a sua literatura de ficção, veio através da linha materna, pois a mãe
era filha do dono de uma estância em Jaguari, no município de Lavras do Sul, e
de fracções de campo em São Gabriel.
Aos 18 anos, ingressou na Faculdade
de Direito de São Paulo. Porém, as letras e o jornalismo eram a sua
verdadeira vocação e, por isso, abandonou o curso de Direito e voltou a
Porto Alegre em 1896, entregando-se à prática do jornalismo militante, actividade
que exerceria ao longo de toda a vida.
Em 1903, Alcides Maia fez a sua
primeira viagem ao Rio de Janeiro, onde o seu nome já era bem conhecido. A
partir de então, passou a viver e a desenvolver actividades, alternadamente,
ora no Rio de Janeiro, ora em Porto Alegre. No Rio de Janeiro, residia numa “república”,
situada na Rua das Laranjeiras, onde recebeu um dia a visita de Machado de
Assis e, desde então, foi levado a entrar na intimidade do mundo machadiano.
Em “Ruínas vivas”, “Tapera”
e “Alma bárbara”, Alcides Maia descreve a região da campanha, com os seus
usos e costumes, registando a violência no campo, o êxodo rural e a formação
dos bolsões de miséria decorrentes de modificações nos modos de produção das estâncias
gaúchas.
Representou o Rio Grande do Sul
na Câmara dos Deputados, no período legislativo de 1918 a 1921.
Integrante do Partido Republicano, a sua actividade parlamentar era dedicada
à preocupação com os problemas da educação e da cultura.
De 1925 a 1938, residiu em Porto
Alegre, com uma breve incursão no Rio de Janeiro, decorrente da sua
participação na Revolução de 1930. Em Porto Alegre, dirigiu o Museu
Júlio de Castilhos, até se aposentar, e colaborou no “Correio do Povo”.
Voltou ao Rio de Janeiro em 1938, onde viveu os últimos anos da sua vida,
escrevendo para o “Correio do Povo” e frequentando a Academia
Brasileira de Letras quando podia.
Foi o primeiro gaúcho a ingressar
na Academia Brasileira de Letras, sendo eleito em Setembro de 1913.
Cinco anos após o seu falecimento, os restos mortais de Alcides Maia foram
trasladados para o Panteão Rio Grandense, em Porto Alegre.
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