BAÚ DE RECORDAÇÕES – Número especial de “Paris Match” (1988) para relembrar o ano de 1968 e, sobretudo, o “Maio de 68”, vinte anos volvidos.
1968, o ano de todos os perigos - Bob Kennedy foi assassinado como o tinha sido seu irmão, tanques do Pacto de Varsóvia acabaram com um “certo sonho” que germinava na Checoslováquia, no México os Jogos Olímpicos transformaram-se numa tribuna política do “Poder Negro” e na Nigéria imagens de crianças do Biafra faziam lembrar o holocausto. Entretanto a Europa está próspera, mas a juventude aborrece-se da vida que leva e quer mostrar a sua cólera. «Faz o amor e não a guerra» e «É proibido proibir» são slogans da época.
Uma foto corre mundo - um polícia sul-vietnamita abate um prisioneiro, com as mãos amarradas, em plena rua, com um tiro na cabeça; na África do Sul efectua-se o primeiro transplante do coração; morre Gagarine o primeiro astronauta; Luther King é assassinado, Maurice Chevalier apaga as suas "80 velas" em plena forma e toma-se conhecimento da explosão da primeira bomba atómica francesa.
Em França, a contestação começa - as universidades são ocupadas, nada escapa à fúria desta “nova esquerda”. Nem a esquerda tradicional nem a extrema-esquerda. De Gaulle furioso declara que o «tempo do recreio tinha acabado», mas enganava-se… Durante algumas horas ignorou-se mesmo o paradeiro de Charles de Gaulle que afinal estaria fazendo o périplo dos comandos militares, incluindo numa base na Alemanha, para se assegurar do apoio das forças armadas.
Levantam-se barricadas no Quartier Latin, os sindicatos aderem ao movimento e há uma greve geral. Paris está a arder na verdadeira acepção da palavra. A Sorbonne é o quartel-general dos insurrectos que se organizam em comum: creches, cantinas, postos médicos, enfermarias e autodefesa.
Operários ocupam muitas fábricas. A revolta alarga-se a várias cidades francesas. Danos incalculáveis mas apenas cinco mortos.
Em Paris, 9 000 toneladas de lixo apodrecem ao sol. Os supermercados esvaziam-se rapidamente porque todo o mundo quer ter provisões em casa. A gasolina foi racionada. Os bancos condicionam o levantamento de dinheiro. Filas intermináveis.
Quando tudo acabou, para o bem e para o mal, nada seria como antes.
1968, o ano de todos os perigos - Bob Kennedy foi assassinado como o tinha sido seu irmão, tanques do Pacto de Varsóvia acabaram com um “certo sonho” que germinava na Checoslováquia, no México os Jogos Olímpicos transformaram-se numa tribuna política do “Poder Negro” e na Nigéria imagens de crianças do Biafra faziam lembrar o holocausto. Entretanto a Europa está próspera, mas a juventude aborrece-se da vida que leva e quer mostrar a sua cólera. «Faz o amor e não a guerra» e «É proibido proibir» são slogans da época.
Uma foto corre mundo - um polícia sul-vietnamita abate um prisioneiro, com as mãos amarradas, em plena rua, com um tiro na cabeça; na África do Sul efectua-se o primeiro transplante do coração; morre Gagarine o primeiro astronauta; Luther King é assassinado, Maurice Chevalier apaga as suas "80 velas" em plena forma e toma-se conhecimento da explosão da primeira bomba atómica francesa.
Em França, a contestação começa - as universidades são ocupadas, nada escapa à fúria desta “nova esquerda”. Nem a esquerda tradicional nem a extrema-esquerda. De Gaulle furioso declara que o «tempo do recreio tinha acabado», mas enganava-se… Durante algumas horas ignorou-se mesmo o paradeiro de Charles de Gaulle que afinal estaria fazendo o périplo dos comandos militares, incluindo numa base na Alemanha, para se assegurar do apoio das forças armadas.
Levantam-se barricadas no Quartier Latin, os sindicatos aderem ao movimento e há uma greve geral. Paris está a arder na verdadeira acepção da palavra. A Sorbonne é o quartel-general dos insurrectos que se organizam em comum: creches, cantinas, postos médicos, enfermarias e autodefesa.
Operários ocupam muitas fábricas. A revolta alarga-se a várias cidades francesas. Danos incalculáveis mas apenas cinco mortos.
Em Paris, 9 000 toneladas de lixo apodrecem ao sol. Os supermercados esvaziam-se rapidamente porque todo o mundo quer ter provisões em casa. A gasolina foi racionada. Os bancos condicionam o levantamento de dinheiro. Filas intermináveis.
Quando tudo acabou, para o bem e para o mal, nada seria como antes.
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