EFEMÉRIDE – Jean Genet, romancista, poeta e dramaturgo francês, morreu em Paris, no dia 15 de Abril de 1986. Nascera, também em Paris, em 19 de Dezembro de 1910. Filho de pai desconhecido e abandonado pela mãe após o nascimento, foi enviado para uma família de adopção em Morvan, na Borgonha, pois era comum naquela época colocar em regiões rurais as crianças abandonadas na capital. Esta família proporcionou-lhe uma ama, a educação primária e um ambiente agradável.
Jean foi aparentemente feliz, bom aluno e fez parte de um coro, mas era reservado e taciturno. Obteve as melhores notas da sua comuna no final da instrução primária. Datam desta época os primeiros sinais da sua inclinação sexual.
Cometeu o primeiro roubo aos dez anos e abandonou a família adoptiva aos treze. Seguiu uma formação de tipógrafo mas fugiu de novo. Passou parte da juventude em reformatórios e prisões, onde afirmou a sua homossexualidade.
Reencontrou a liberdade aos dezoito anos e alistou-se na Legião Estrangeira. Assim tomou contacto com a África do Norte e com o Próximo Oriente, regiões que o marcaram. Regressado a Paris, viveu de pequenos expedientes e voltou a ser preso. Na prisão, escreveu os primeiros poemas e esboçou os primeiros romances. Perfeccionista e insatisfeito, tinha dificuldade em acabar qualquer trabalho literário, fazendo emendas sucessivas e quase infinitas.
Os seus primeiros livros foram censurados sob a acusação de pornografia. Enquanto ia escrevendo a sua obra, levava uma vida marcada por escândalos, roubos e rixas. Dois dos seus primeiros trabalhos, “Nossa Senhora das Flores” e “O Milagre da Rosa”, chamaram a atenção de Jean Cocteau, mas acabaria por ficar famoso através da influência de Jean-Paul Sartre. Foi amigo de importantes personalidades culturais e políticas, como Jacques Derrida, Michel Foucault, Alberto Moravia, Igor Stravinski, Pierre Boulez, Simone de Beauvoir, Alberto Giacometti, Henri Matisse, Georges Pompidou e François Mitterrand.
Depois do suicídio de um de seus amantes e do amigo e tradutor Bernard Frechtman, ele próprio tentou matar-se. Atravessou a década de "60" vivendo do sucesso dos seus livros. A partir dos anos 70 e até à sua morte, engajou-se na defesa de trabalhadores imigrantes em França, assumindo a causa dos palestinos e envolvendo-se com líderes de movimentos norte-americanos, como os Panteras Negras e os Beatnicks. Foi o primeiro ocidental a penetrar em Chatila, depois dos massacres perpetrados pelas milícias cristãs, aliadas do exército israelita. A este propósito escreveu o seu livro político mais importante “Quatro horas em Chatila”. Publicou também “Diário de um Ladrão”, autobiografia, onde conta as suas aventuras e desventuras pela Europa e as suas paixões e sentimentos.
Genet habitou quase sempre em quartos de hotéis, a maioria das vezes perto de gares, viajando sempre com uma pequena mala cheia de cartas de amigos e de manuscritos. Os seus combates políticos ocuparam-no até ao fim da vida, tomando sistematicamente o partido dos oprimidos, dos fracos e dos pobres.
Numa noite de Abril de 1986, já com uma doença oncológica na garganta, caiu num quarto de hotel parisiense e morreu. Foi enterrado, a seu pedido, num pequeno cemitério espanhol em Marrocos.
Jean foi aparentemente feliz, bom aluno e fez parte de um coro, mas era reservado e taciturno. Obteve as melhores notas da sua comuna no final da instrução primária. Datam desta época os primeiros sinais da sua inclinação sexual.
Cometeu o primeiro roubo aos dez anos e abandonou a família adoptiva aos treze. Seguiu uma formação de tipógrafo mas fugiu de novo. Passou parte da juventude em reformatórios e prisões, onde afirmou a sua homossexualidade.
Reencontrou a liberdade aos dezoito anos e alistou-se na Legião Estrangeira. Assim tomou contacto com a África do Norte e com o Próximo Oriente, regiões que o marcaram. Regressado a Paris, viveu de pequenos expedientes e voltou a ser preso. Na prisão, escreveu os primeiros poemas e esboçou os primeiros romances. Perfeccionista e insatisfeito, tinha dificuldade em acabar qualquer trabalho literário, fazendo emendas sucessivas e quase infinitas.
Os seus primeiros livros foram censurados sob a acusação de pornografia. Enquanto ia escrevendo a sua obra, levava uma vida marcada por escândalos, roubos e rixas. Dois dos seus primeiros trabalhos, “Nossa Senhora das Flores” e “O Milagre da Rosa”, chamaram a atenção de Jean Cocteau, mas acabaria por ficar famoso através da influência de Jean-Paul Sartre. Foi amigo de importantes personalidades culturais e políticas, como Jacques Derrida, Michel Foucault, Alberto Moravia, Igor Stravinski, Pierre Boulez, Simone de Beauvoir, Alberto Giacometti, Henri Matisse, Georges Pompidou e François Mitterrand.
Depois do suicídio de um de seus amantes e do amigo e tradutor Bernard Frechtman, ele próprio tentou matar-se. Atravessou a década de "60" vivendo do sucesso dos seus livros. A partir dos anos 70 e até à sua morte, engajou-se na defesa de trabalhadores imigrantes em França, assumindo a causa dos palestinos e envolvendo-se com líderes de movimentos norte-americanos, como os Panteras Negras e os Beatnicks. Foi o primeiro ocidental a penetrar em Chatila, depois dos massacres perpetrados pelas milícias cristãs, aliadas do exército israelita. A este propósito escreveu o seu livro político mais importante “Quatro horas em Chatila”. Publicou também “Diário de um Ladrão”, autobiografia, onde conta as suas aventuras e desventuras pela Europa e as suas paixões e sentimentos.
Genet habitou quase sempre em quartos de hotéis, a maioria das vezes perto de gares, viajando sempre com uma pequena mala cheia de cartas de amigos e de manuscritos. Os seus combates políticos ocuparam-no até ao fim da vida, tomando sistematicamente o partido dos oprimidos, dos fracos e dos pobres.
Numa noite de Abril de 1986, já com uma doença oncológica na garganta, caiu num quarto de hotel parisiense e morreu. Foi enterrado, a seu pedido, num pequeno cemitério espanhol em Marrocos.
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