sábado, 12 de abril de 2008

EFEMÉRIDE Lucius Annaeus Séneca, filósofo, dramaturgo e homem de Estado romano, morreu em Roma, no dia 12 de Abril de 65 d.C.. Nascera em Córdova (hoje em Espanha), em data imprecisa, entre o ano 4 a.C. e 1 d.C..
A sua obra literária e filosófica é considerada como modelo dos Pensadores Estóicos, durante o Renascimento, tendo inspirado o desenvolvimento da Tragédia na Europa.
Tinha como origem uma família ilustre, em que o pai era um eloquente orador e homem muito rico. Ainda criança, Séneca foi enviado para Roma afim de estudar Oratória e Filosofia. Tendo adoecido em virtude do rigor dos estudos, passou uns tempos no Egipto e só voltou a Roma por volta do ano 31. Iniciou então uma carreira de orador e advogado, chegando a ser Senador.
Em 41, envolveu-se numa ligação amorosa com uma sobrinha do imperador Cláudio, que o levou a ser desterrado na Córsega (hoje em França). No exílio, Séneca dedicou-se aos estudos e escreveu vários dos seus principais tratados filosóficos.
Por influência de Agripina, voltou a Roma em 49 para ser o preceptor do seu filho, o jovem Nero, que o elevou a Pretor em 50.
Assim que Cláudio morreu, em 54, o escritor vingou-se dele com um escrito que foi considerado uma obra-prima das sátiras romanas (“Transformação em abóbora do divino Cláudio”).
Quando Nero se tornou imperador, Séneca foi o seu principal conselheiro, sobretudo nos primeiros cinco anos, e tentou orientá-lo para uma política justa e humanitária. Muitos dos discursos de Nero eram mesmo escritos por Séneca. Durante algum tempo, exerceu influência benéfica sobre o jovem, mas aos poucos foi forçado a adoptar atitudes de complacência.
Em 58, foi difamado por P. Suillius que lhe criticava a sua imensa fortuna (300 milhões de sestércios), mas o facto não teve consequências.
Retirou-se da vida pública em 64, tendo escrito ainda alguns textos importantes. No ano 65, foi acusado de ter participado numa conspiração para assassinar Nero. Sem julgamento, foi obrigado a cometer o suicídio, cortando os pulsos na presença dos amigos, com a mesma serenidade que defendia nas suas obras filosóficas. O corpo foi cremado sem quaisquer cerimónias fúnebres, segundo os desejos expressos quando ainda era rico e poderoso.
Apesar de ter sido contemporâneo de Cristo, Séneca não fez qualquer relato significativo dos fenómenos milagrosos que anunciavam o despoletar de uma poderosa nova religião.
Séneca via no cumprimento do dever um serviço à humanidade. Procurava aplicar a sua filosofia à prática. Deste modo, apesar de ser rico, vivia modestamente. Bebia apenas água, comia pouco e dormia sobre um colchão duro. Séneca, que não via nenhuma contradição entre a sua filosofia estóica e a sua riqueza material, dizia que «um sábio não estava obrigado à pobreza, desde que o seu dinheiro tivesse sido ganho de forma honesta. No entanto, deveria ser capaz de abdicar dele.».

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