EFEMÉRIDE – Malangatana Valente Ngwenya, artista plástico e poeta moçambicano, nasceu em Matalana no dia 6 de Junho de 1936. Morreu no Hospital Pedro Hispano, em Matosinhos, Portugal, em 5 de Janeiro de 2011. Produziu trabalhos em vários suportes e meios, desde desenho e pintura, até escultura, cerâmica, poesia e música.
Passou a infância a ajudar a mãe na fazenda familiar, enquanto frequentava a Escola da Missão Suíça Protestante, onde aprendeu a ler e a escrever. Após o seu encerramento, passou para a Escola da Missão Católica, concluindo a terceira classe. Aos 12 anos, mudou-se para Lourenço Marques (actual Maputo) à procura de trabalho, tendo tido vários ofícios humildes e acabando por ser, em 1953, apanhador de bolas num clube de ténis, o que lhe permitiu retomar os estudos, frequentando aulas nocturnas que lhe despertaram o interesse pelas artes. Um dos membros do clube de ténis, ofereceu-lhe material de pintura e ajudou-o a vender os seus primeiros trabalhos.
Em 1958 ingressou no Núcleo de Arte, uma organização artística local. No ano seguinte, integrou uma exposição colectiva de pintura. Passou a artista profissional graças ao apoio do arquitecto português Pancho Guedes, que lhe cedeu um espaço para instalar o seu atelier, ao mesmo tempo que lhe adquiria dois quadros mensalmente. Em 1961, aos 25 anos, fez a sua primeira exposição individual no Banco Nacional Ultramarino. Em 1963 publicou alguns poemas no jornal “Orfeu Negro” e foi incluído na “Antologia da Poesia Moderna Africana”.
Por essa época, foi indiciado como membro da FRELIMO, ficando preso na cadeia da Machava até ser absolvido em Março de 1966. Em Janeiro de 1971, foi novamente detido, a fim de esclarecer o simbolismo do quadro “25 de Setembro”, o que pôs em risco a sua partida para Portugal, onde obtivera uma bolsa da Fundação Gulbenkian para estudar gravura e cerâmica.
Depois da independência de Moçambique, foi eleito deputado pela FRELIMO em 1990. Em 1998 foi eleito para a Assembleia Municipal de Maputo e reeleito em 2003. Participou em acções de alfabetização e na organização das aldeias comunais na Província de Nampula. Foi um dos fundadores do “Movimento Moçambicano para a Paz” e fez parte dos “Artistas do Mundo contra o Apartheid”.
A sua obra girou à volta de acontecimentos políticos e históricos de Moçambique, focando-se até 1975 nas injustiças do colonialismo português e na luta anticolonial e, depois da independência, nos temas centrais do país, como a guerra civil. Após esse período, começou a versar temas mais amplos e universais, capturando a dureza da vida e os seus aspectos heróicos. A partir dos anos 1980, os seus trabalhos passaram a ter um carácter mais sensual e muito marcado pelo amor.
Fez exposições individuais em Moçambique, Portugal, Macau, Alemanha, Áustria, Bulgária, Chile, Cuba, Estados Unidos, Espanha, Índia e Turquia. Além da pintura, ficou também conhecido pelas suas obras de desenho, aguarela, gravura, cerâmica, tapeçaria e escultura, encontrando-se representado em vários museus e galerias públicas, bem como em colecções privadas, por todo o mundo.
Foi galardoado com a Medalha Nachingwea, pelo seu contributo para a cultura moçambicana, e condecorado em Portugal com o Grande Oficialato da Ordem do Infante D. Henrique. Em 1997, a UNESCO nomeou-o “Artista pela Paz”, sendo-lhe atribuído o Prémio Príncipe Claus.
Em 2010 recebeu o título de Doutor Honoris Causa da Universidade de Évora e a condecoração, atribuída pelo governo francês, de “Comendador das Artes e Letras”.
Passou a infância a ajudar a mãe na fazenda familiar, enquanto frequentava a Escola da Missão Suíça Protestante, onde aprendeu a ler e a escrever. Após o seu encerramento, passou para a Escola da Missão Católica, concluindo a terceira classe. Aos 12 anos, mudou-se para Lourenço Marques (actual Maputo) à procura de trabalho, tendo tido vários ofícios humildes e acabando por ser, em 1953, apanhador de bolas num clube de ténis, o que lhe permitiu retomar os estudos, frequentando aulas nocturnas que lhe despertaram o interesse pelas artes. Um dos membros do clube de ténis, ofereceu-lhe material de pintura e ajudou-o a vender os seus primeiros trabalhos.
Em 1958 ingressou no Núcleo de Arte, uma organização artística local. No ano seguinte, integrou uma exposição colectiva de pintura. Passou a artista profissional graças ao apoio do arquitecto português Pancho Guedes, que lhe cedeu um espaço para instalar o seu atelier, ao mesmo tempo que lhe adquiria dois quadros mensalmente. Em 1961, aos 25 anos, fez a sua primeira exposição individual no Banco Nacional Ultramarino. Em 1963 publicou alguns poemas no jornal “Orfeu Negro” e foi incluído na “Antologia da Poesia Moderna Africana”.
Por essa época, foi indiciado como membro da FRELIMO, ficando preso na cadeia da Machava até ser absolvido em Março de 1966. Em Janeiro de 1971, foi novamente detido, a fim de esclarecer o simbolismo do quadro “25 de Setembro”, o que pôs em risco a sua partida para Portugal, onde obtivera uma bolsa da Fundação Gulbenkian para estudar gravura e cerâmica.
Depois da independência de Moçambique, foi eleito deputado pela FRELIMO em 1990. Em 1998 foi eleito para a Assembleia Municipal de Maputo e reeleito em 2003. Participou em acções de alfabetização e na organização das aldeias comunais na Província de Nampula. Foi um dos fundadores do “Movimento Moçambicano para a Paz” e fez parte dos “Artistas do Mundo contra o Apartheid”.
A sua obra girou à volta de acontecimentos políticos e históricos de Moçambique, focando-se até 1975 nas injustiças do colonialismo português e na luta anticolonial e, depois da independência, nos temas centrais do país, como a guerra civil. Após esse período, começou a versar temas mais amplos e universais, capturando a dureza da vida e os seus aspectos heróicos. A partir dos anos 1980, os seus trabalhos passaram a ter um carácter mais sensual e muito marcado pelo amor.
Fez exposições individuais em Moçambique, Portugal, Macau, Alemanha, Áustria, Bulgária, Chile, Cuba, Estados Unidos, Espanha, Índia e Turquia. Além da pintura, ficou também conhecido pelas suas obras de desenho, aguarela, gravura, cerâmica, tapeçaria e escultura, encontrando-se representado em vários museus e galerias públicas, bem como em colecções privadas, por todo o mundo.
Foi galardoado com a Medalha Nachingwea, pelo seu contributo para a cultura moçambicana, e condecorado em Portugal com o Grande Oficialato da Ordem do Infante D. Henrique. Em 1997, a UNESCO nomeou-o “Artista pela Paz”, sendo-lhe atribuído o Prémio Príncipe Claus.
Em 2010 recebeu o título de Doutor Honoris Causa da Universidade de Évora e a condecoração, atribuída pelo governo francês, de “Comendador das Artes e Letras”.
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