EFEMÉRIDE – Miguel Servet Conesa, teólogo, médico e filósofo aragonês, que se interessou também por astronomia, meteorologia, geografia, jurisprudência, matemática, anatomia e estudos bíblicos, morreu em Genebra no dia 27 de Outubro de 1553. Nascera em Villanueva de Sigena, Espanha, em 29 de Setembro de 1511.
Estudou línguas, como o latim, o grego e o hebraico, ensinado por frades dominicanos. Aos quinze anos, começou a ser ajudante de um frade franciscano chamado Juan de Quintana. Leu a “Bíblia” nas suas línguas originais, a partir dos manuscritos disponíveis naquele momento.
Mais tarde, em 1526, estudou Direito na Universidade de Toulouse. Tornou-se então suspeito, por participar em reuniões secretas e em actividades de estudantes protestantes.
Em 1529, percorreu a Alemanha e a Itália com Quintana, que era então confessor na comitiva imperial de Carlos V. Em Outubro de 1530, visitou Johannes Oekolampad em Basileia, onde permaneceu cerca de dez meses. Em Maio de 1531, em Estrasburgo, conheceu os reformadores Martin Bucer e Capito Fabricius.
Em Julho de 1531, publicou “De trinitatis erroribus” (“Os erros da Trindade”) o que o levou a ficar sob vigilância da Inquisição. Refugiou-se então em Paris com um nome falso. No ano seguinte, escreveu “Dialogorum de Trinitate” (“Diálogos sobre a Trindade”) e “De Justitia Regni Christi” (“Na Justiça do Reino de Cristo”), utilizando o pseudónimo Michel de Villeneuve para evitar a perseguição das autoridades eclesiásticas. Em 1533, estudou no Collège de Calvi em Paris. Abandonou esta cidade em 1534, fixando-se em Lyon. Voltou a Paris em 1536, para estudar medicina e farmácia. A sua carreira médica prosseguiu depois em Viena, cidade para onde foi em 1540. Tornou-se um cientista excepcional, sendo o primeiro a descrever o princípio da circulação sanguínea.
Nos seus livros, Miguel Servet defendia a ideia que a Trindade não tinha fundamento nos documentos bíblicos, sendo antes um ensino enganador da parte dos filósofos gregos. Ele pensava igualmente que a abolição do dogma da Trindade faria com que o cristianismo fosse melhor aceite pelos judeus e pelos muçulmanos, cujas religiões eram radicalmente monoteístas.
Foi preso pela Inquisição em Viena, mas conseguiu evadir-se e refugiar-se em Genebra. Foi detido ao sair de um templo e condenado a morrer na fogueira «pelo crime de heresia, ao negar o dogma da Trindade». Queimado vivo em 27 de Outubro de 1553.
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