EFEMÉRIDE – Pedro de Sousa Holstein, duque de Palmela, político e militar português, morreu em Lisboa no dia 12 de Outubro de 1850. Nascera em Turim, em 8 de Maio de 1781.
Líder destacado dos cartistas (facção mais conservadora do liberalismo português), representou Portugal no Congresso de Viena, foi ministro dos negócios estrangeiros e embaixador de Portugal em Copenhaga, Berlim, Roma, Madrid e Londres.
Foi o primeiro conde (1812), o primeiro marquês (1823) e o primeiro duque de Palmela (1850), sendo também o primeiro duque do Faial (1833).
Pedro Holstein era originário de uma família da mais alta aristocracia, pois era descendente directo da família real portuguesa através de ambos os progenitores. Além disso, por via paterna, descendia também dos reis da Dinamarca, da casa de Schleswig-Holstein-Sonderburg. O pai serviu o país como diplomata. Por essa mesma razão, aliás, Pedro nasceu em Itália e, durante a juventude, percorreu com a sua família diversas cidades europeias. Entre 1791 e 1795, frequentou um internato em Genebra, regressando depois a Portugal, onde estudou na Universidade de Coimbra.
Um ano mais tarde, ingressou no exército e, em 1806, viajou para Roma, onde o pai estava como embaixador junto da Santa Sé. O pai morreu no exercício das suas funções e Pedro Holstein substituiu-o, com apenas 21 anos de idade, tornando-se um dos mais jovens embaixadores portugueses de sempre. Durante a sua estada em Itália, iniciou a tradução de “Os Lusíadas” para francês.
No ano seguinte, regressou a Portugal. Após a ocupação do país pelas tropas napoleónicas, em Novembro de 1807, continuou integrado no exército, tendo participado activamente nas batalhas travadas para libertar o país do jugo francês. No entanto, e uma vez que a sua força residia mais na arte da diplomacia do que na das armas, o príncipe regente D. João nomeou-o embaixador em Madrid. Em 1812, foi colocado como embaixador em Londres e, em 1815, representou o país no Congresso de Viena, onde defendeu veementemente a causa de Olivença, ocupada por Espanha.
Em 1817, foi chamado para exercer o cargo de ministro dos negócios estrangeiros. Como tal, viajou para o Rio de Janeiro, onde a corte portuguesa se encontrava desde as invasões francesas. No entanto, sendo contrário à presença da corte no Brasil, acabou por se demitir. Só após a Revolução Liberal de 1820 e o subsequente regresso do rei, em 1821, aceitou de novo o cargo. Nessa altura, foi incumbido de ir ao Brasil e acompanhar o rei no seu regresso triunfal a Portugal.
Em 1824, na sequência da tentativa de golpe de estado conhecida como Abrilada, promovida pela rainha Carlota Joaquina e pelo infante D. Miguel, foi preso na Torre de Belém sob a acusação de ser líder dos liberais. No entanto, D. João VI viria a libertá-lo, recompensando-o com o título de marquês e, novamente, com o cargo de embaixador em Londres.
Na sequência dos acontecimentos ocorridos após a morte de D. João VI (com a ascensão e imediata abdicação ao trono de D. Pedro IV, a criação de uma regência em favor de sua filha D. Maria da Glória, que deveria casar com o infante D. Miguel, e por fim a usurpação do trono por este último, em 1828), Pedro Holstein resignou ao cargo de embaixador e dirigiu-se ao Porto, onde se encontrou com o duque de Saldanha, tendo desencadeado um movimento revolucionário contra os absolutistas (conhecido como Belfastada). Fracassado o golpe, compreendeu que os liberais teriam que se equipar convenientemente se quisessem vencer D. Miguel. Por isso, abandonou Portugal e partiu para Londres, desta vez como exilado político.
Veio a morrer em Lisboa, sendo sepultado no Cemitério dos Prazeres, no maior mausoléu particular da Europa, com cerca de 200 corpos e restos mortais pertencentes à mesma família, à excepção de dois padres. O seu espaço exterior recria o simbolismo de um templo maçónico e, na capela, no interior da construção, várias estátuas de escultores de renome, como Canova, Teixeira Lopes e Célestin-Anatole Calmels, embelezam os túmulos.
Sem comentários:
Enviar um comentário