EFEMÉRIDE
– Francisco Manuel Trigoso de Aragão Morato, político e escritor
português, morreu repentinamente em Lisboa no dia 11 de Dezembro de 1838.
Nascera, também em Lisboa, em 17 de Setembro de 1777. Foi deputado, ministro,
conselheiro de Estado e par do Reino. Presidiu ao governo português de 1 de
Agosto a 6 de Dezembro de 1826.
Destinado
à carreira eclesiástica, fez os seus estudos preparatórios no Colégio dos
Nobres entre 1790 e 1793, ingressando depois na Universidade de Coimbra,
onde – em 1799 – com apenas 22 anos de idade, se formou em Direito Canónico.
Estudante
brilhante, iniciou seguidamente uma carreira académica que o levou a ocupar o
lugar de lente na Universidade de Coimbra. Publicou diversas obras de
carácter jurídico e histórico, consideradas então de grande mérito,
revelando-se um dos mais relevantes pensadores da política e do Direito
português da época.
Com
o advento do Liberalismo, foi eleito deputado às Cortes Gerais
Extraordinárias e Constituintes da Nação Portuguesa. Teve um papel importante
na reforma e uniformização dos Pesos e Medidas em Portugal, depois de
fazer parte de uma comissão que estava encarregada de examinar os forais.
Tendo-se
retirado de Lisboa em consequência da “Vilafrancada”, voltou à capital para
colaborar na elaboração da Carta Constitucional, que tinha sido
prometida por D. João VI de Portugal e que nunca chegou a ser outorgada. Com a
subida ao poder de D. Miguel, retirou-se da vida pública. Regressou, porém, à
política quando – em Julho de 1833 – Lisboa foi tomada pelas tropas liberais
comandadas pelo 1º duque da Terceira.
Em
1834, com a instauração do regime liberal, foi nomeado par do Reino por Carta
Régia de 1 de Setembro, tendo prestado juramento na Câmara dos Pares
quatro dias depois. Logo na primeira sessão em que participou, em 18 de
Setembro, foi recebida pela Câmara uma comunicação em que D. Pedro IV de
Portugal se declarava, por doença, incapaz de prosseguir a regência, a que se
seguiu, no mesmo dia, a entrada da proposta de resolução da Câmara dos
Deputados, que declarava a maioridade de D. Maria II de Portugal, então com
16 anos. Francisco Trigoso opôs-se a esta resolução, tendo votado vencido.
Por
Carta Régia lida na sessão de 25 de Setembro, foi nomeado vice-presidente da Câmara
dos Pares do Reino. Dado o prolongado impedimento do presidente daquela
Câmara, o duque de Palmela, Francisco Trigoso passou a presidir às sessões,
tendo tido nelas uma participação de relevo.
Na Câmara
dos Pares, especializou-se em matérias do foro jurídico, como o direito
fundiário e as hipotecas, e do foro eclesiástico, como as côngruas dos
párocos e a forma da sua nomeação.
Em
1836, após a Revolução de Setembro, tentou sem resultado a conciliação
dos cartistas com os setembristas. Por essa altura, fez parte –
como conselheiro – de uma comissão que iniciou o diálogo com a Santa Sé no
sentido de normalizar as relações entre o Estado português e a Igreja Católica
Romana.
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