EFEMÉRIDE
– José Simões de Almeida, escultor português, morreu na Amadora em 13 de
Dezembro de 1926. Nascera em Figueiró dos Vinhos no dia 24 de Abril de
1844. É também referido como José Simões de Almeida (Tio), para o
distinguir do sobrinho homónimo, que foi também escultor.
Com
doze anos de idade, matriculou-se na Escola de Belas-Artes de Lisboa
onde, em pouco tempo, alcançou uma posição de relevo. Concluiu o curso em 1865,
com uma elevada classificação, o que lhe permitiu receber do governo uma bolsa
de estudos para se aperfeiçoar em Itália.
Passando
por França, aproveitou a estadia nesse país para cursar a Escola Imperial de
Belas-Artes, onde se conservou até 1870, sob a orientação do escultor
Jouffroy. De tal modo se houve nos estudos, que lhe foram conferidas cinco
medalhas de prata, uma menção honrosa e um prémio pecuniário de 200 francos
atribuídos por ocasião das exposições escolares de 1868 a 1869. Com uma grande
preparação artística, deslocou-se depois para Roma, onde esteve desde Outubro
de 1870 até Fevereiro de 1872. Entre muitos mestres, teve o professor Júlio
Monteverde.
Regressou
a Portugal e, pouco tempo depois, foi nomeado professor interino da Escola
de Belas-Artes, lugar onde se manteve durante três anos. Só em 1881 obteve
uma nomeação efectiva para o mesmo lugar. Simões de Almeida foi professor de Desenho
e, mais tarde, de Escultura.
Era
conhecido como mestre Simões e foi o principal orientador artístico de
várias gerações, tendo discípulos que ficaram famosos pela qualidade das suas
obras. Aparentemente rude nas suas expressões, ele era afinal um espírito
generoso e justo. Toda a sua vasta obra reflecte uma austeridade impecável, no
puro academismo que professava. Ninguém no seu tempo, e mesmo antes e depois da
sua época, o teria excedido quanto ao rigor e à exacta observação das formas.
Como mestre da aula de Escultura, deixou um vazio ainda hoje sentido e
recordado.
A
lista dos seus trabalhos é extensa. Entre eles, O Saltimbanco, Saudade, Inês de
Castro, D. Sebastião, lendo Os Lusíadas, Camões, Infante D. Henrique, Vasco da
Gama, Pedro Álvares Cabral, a estátua monumental do Duque da Terceira, a
Vitória – uma das estátuas que ornamenta o monumento dos Restauradores de 1640,
o túmulo de Guilherme Cossoul no Cemitério dos Prazeres e o famoso
Cristo existente na capela dos Jerónimos, onde está o túmulo de
Alexandre Herculano.
Uma
das suas estátuas mais conhecidas e valiosas é A Puberdade, em bronze,
exposta em Paris (1878) e que está, actualmente, no jardim átrio do Museu de
Arte Contemporânea.
Simões
de Almeida deixou também, na sua terra natal, duas obras magníficas: Cristo
Crucificado, réplica da mesma imagem existente no Mosteiro dos Jerónimos,
e Camões – mármore oferecido pelo autor ao Clube Figueirense e que se
encontra na sala de leitura desta instituição.
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