EFEMÉRIDE
– Elza Cansanção Medeiros (ou Major Elza como preferia ser chamada),
uma das primeiras oficiais enfermeiras do exército brasileiro, morreu no Rio de
Janeiro em 8 de Dezembro de 2009. Nascera, também na capital carioca, em 21
de Outubro de 1921.
Com
os pais, aprendera a fazer tiro, ainda na adolescência. Com as governantas
alemãs que serviram a sua família na década de 1930, aprendeu música e
idiomas. Estreou-se no Teatro Universitário, com a peça “Dama da
Madrugada”. Formou-se na Escola de Enfermeiras da Cruz Vermelha,
licenciando-se ainda em Jornalismo na Faculdade Nacional de Filosofia.
Filha
do médico Tadeu de Araújo Medeiros, amigo de Alberto Santos Dumont e auxiliar
directo de Oswaldo Cruz na campanha contra a febre amarela, foi a primeira brasileira
a apresentar-se como voluntária na Directoria de Saúde do Exército, para
lutar na Segunda Guerra Mundial. Tinha então dezanove anos de idade.
Embora sonhasse vir a lutar na linha de frente, teve de se contentar em fazer
parte, como enfermeira, do Destacamento Precursor de Saúde da Força
Expedicionária Brasileira, uma vez que o exército, na época, não admitia
mulheres como combatentes.
A
sua actuação na Segunda Guerra Mundial começou em Alagoas, prestando
socorro aos náufragos do navio “Itapagé”, torpedeado na costa brasileira
pelo submarino alemão “U-161” .
Durante
o conflito, trabalhou nos hospitais de evacuação em Itália, distantes da frente
de batalha. Foi também oficial de ligação e enfermeira chefe em Livorno. Com o fim da
guerra, foi dispensada assim que regressou ao seu país, tendo ido trabalhar no Banco
do Brasil.
Em
1957, as mulheres foram convocadas, podendo vir a ser militares de carreira.
Elza voltou logo, mas continuou a trabalhar como enfermeira. Esteve também no Serviço
Nacional de Informações (SNI) e nunca mais abandonou a vida militar.
Simultaneamente,
formou-se em História das Américas, Psicologia, Parapsicologia,
Turismo e Relações Humanas. Tinha também conhecimentos de
mecânica, escultura, pintura e tapeçaria, tendo ainda aprendido, aos sessenta
anos de idade, a pilotar ultraleves.
Fundou
e dirigiu duas revistas, tendo colaborado em jornais do Rio de Janeiro e do
Recife. Escreveu três livros sobre a sua participação na Segunda Guerra
Mundial. Apresentou inúmeros trabalhos em congressos de medicina militar. É
a mulher mais condecorada do Brasil, ultrapassando as 200 medalhas.
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