EFEMÉRIDE
– António Pedro da Costa, encenador, escritor e artista plástico
português, nasceu na Cidade da Praia, Cabo Verde, em 9 de Dezembro de 1909.
Morreu em Caminha, Moledo, no dia 17 de Agosto de 1966.
Veio
aos 4 anos para Portugal, onde frequentou o Liceu Pedro Nunes em Lisboa,
mudando-se depois para o Instituto Nuno Álvares, da Companhia de
Jesus, na Galiza, onde foi membro do grupo de teatro e participou em várias
dezenas de peças. O 6.º ano acabou-o em Santarém e o 7.º no Liceu de Coimbra,
cidade onde dirigiu o jornal “O Bicho”. Ingressou depois na Universidade
de Lisboa, tendo frequentado as Faculdades de Direito e de Letras,
não concluindo no entanto nenhum dos cursos.
Viveu
em Paris entre 1934 e 1935, tendo estudado no Instituto de Arte e
Arqueologia da Universidade de Sorbonne.
Em
1933, criou a galeria UP (1933/36), onde apresentou a primeira exposição
de Maria Helena Vieira da Silva em Portugal (1935).
O Surrealismo
surgiu na cultura portuguesa a partir de 1936, em grande parte pela sua mão, com
experiências literárias que efectuava com alguns amigos. Em 1940, organizou –
com António Dacosta e Pamela Boden – aquela que é considerada a primeira
exposição surrealista em
Portugal. A mostra, não oficial, reunia dezasseis pinturas de
António Pedro, dez de Dacosta e seis esculturas abstractas de Pamela. O Surrealismo,
de que se falara vagamente desde 1924, irrompia nesta exposição, abrindo à
pintura nacional novos horizontes.
Em
1941, António Pedro visitou o Brasil. Esteve no Rio de Janeiro e em São Paulo , tendo exposto
os seus quadros em concorridas mostras nas duas cidades. Permaneceu neste país
uns quatro ou cinco meses, o bastante para formar um largo círculo de amigos
entre a elite intelectual brasileira. Regressou a Portugal, deixando no país
irmão um rasto de amizades e muitos admiradores.
Dirigiu
e editou a revista “Variante”, de que saíram dois números (1942/43), e
colaborou no semanário “Mundo Literário” (1946/48).
Entre
1944 e 1945, viveu e trabalhou em Londres na British Broadcasting Corporation
(BBC), onde foi cronista e crítico de arte, tendo feito parte do Grupo
Surrealista de Londres.
Fez
parte ainda do Grupo Surrealista de Lisboa, criado em 1947 por Cândido
Costa Pinto, Marcelino Vespeira, Fernando Azevedo e Mário Cesarini, entre
outros, tendo participado na I Exposição Surrealista em Lisboa (1949).
Com
uma forte ligação ao teatro, foi director do Teatro Apolo (Lisboa) em
1949 e director, figurinista e encenador do Teatro Experimental do Porto
entre 1953 e 1961.
Viveu
os últimos anos de vida em Moledo, uma praia junto de Caminha. Grande parte da
sua obra como pintor perdeu-se em 1944, quando dum incêndio no seu atelier.
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