segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

1 DE DEZEMBRO - ESTÁDIO DA LUZ (1954/2003)

EFEMÉRIDEO Estádio da Luz, estádio multi-usos situado em Lisboa, pertencente ao SL e Benfica e utilizado por este clube entre 1954 e 2003, foi inaugurado simbolicamente em 1 de Dezembro de 1954. Chegou a ter uma capacidade aproximada para 120 000 espectadores, sendo nessa época o maior estádio da Europa e o terceiro maior do Mundo. A demolição deste estádio iniciou-se em 2002, para dar lugar ao novo Estádio da Luz, construído a sudoeste do antigo.
Desde a sua fundação em 1904, o Benfica tinha jogado sempre em campos arrendados, tais como as Terras do Desembargador (1905/06), o Campo da Feiteira (1908/11), o Campo de Sete Rios (1913/17), o Campo de Benfica (1917/22) e o Estádio do Campo Grande, construído em terrenos arrendados ao histórico rival Sporting CP (1941/54). O Estádio das Amoreiras (1925/40), um recinto com capacidade para 20 000 adeptos, pertencia ao clube, mas foi demolido para dar lugar à Avenida Duarte Pacheco.
Após um longo processo negocial com a Câmara Municipal de Lisboa, foi finalmente estabelecido, em Maio de 1946, que o clube iria abandonar o espaço arrendado no Campo Grande e regressar à freguesia de Benfica. O então ministro das Obras Públicas, Duarte Pacheco, é citado como tendo dito: «O Benfica é de Benfica e é para lá que deverá regressar».
Foi identificado um terreno apropriado, com boas acessibilidades e espaço para futuras expansões, perto da Igreja e Largo da Luz, no extremo nordeste da freguesia de Benfica.
Tinha sido sempre objectivo do clube ser proprietário, não só do estádio, mas também dos terrenos onde este foi erigido, mas inicialmente os terrenos foram cedidos pela câmara apenas em “direito de superfície”. A aquisição plena dos terrenos deu-se apenas em 1969. Os projectos do estádio tinham sido elaborados a partir de finais dos anos 1940 por João Simões, antigo jogador do clube.
Motivados pelo presidente do clube, Joaquim Bogalho, os sócios suportaram uma quota suplementar destinada a custear a construção do novo estádio, para além de terem contribuído generosamente com doações ou mesmo através de trabalho voluntário durante os fins-de-semana. Foi realizada também uma Campanha do Cimento, através da qual foram oferecidas ao clube grandes quantidades de sacos de cimento. Os trabalhos de construção iniciaram-se oficialmente em Junho de 1953.
Menos de dois anos depois e a um custo de pouco mais de 12 milhões de escudos, o estádio foi inaugurado. A data escolhida foi o dia 1 de Dezembro de 1954, feriado nacional comemorativo da Restauração da Independência de Portugal.
O estádio tinha então uma capacidade para 40 000 pessoas, em dois anéis completos. Os continuados êxitos desportivos do Benfica durante os anos 1950 e especialmente 1960 fizeram sentir a necessidade de aumentar a sua capacidade. A primeira fase da construção do famoso “Terceiro Anel” foi concluída em 1960 e aumentou a capacidade para 70 000 espectadores. A iluminação artificial havia sido implementada dois anos antes.
O “fecho” do terceiro anel foi concluído em 1985, passando a capacidade oficial do estádio para 120 000. Dada a inexistência de lugares individuais até meados dos anos 1990, este número foi ultrapassado em algumas ocasiões. O “jogo do título”, por exemplo, realizado frente ao FC do Porto em 4 de Janeiro de 1987, teve uma assistência recorde calculada em 135 000 espectadores.
A introdução de assentos individuais, em meados dos anos 1990, reduziu a capacidade do estádio para cerca de 78 000. Em 1992, foi criada a loja desportiva e um conjunto de restaurantes.
Após o conturbado período vivido pelo futebol do Benfica durante os anos 1990, tanto a nível de resultados desportivos como a nível financeiro, o clube teve de ponderar como enfrentar a candidatura ganha pela Federação Portuguesa de Futebol para a realização do Campeonato Europeu de 2004.
De início, foi ponderada a realização de extensas obras de adaptação e modernização do velho estádio, incluindo a cobertura integral das bancadas. Dois projectos, ambos do arquitecto Tomás Taveira, chegaram mesmo a ser apresentados aos sócios, mas acabaram por ser abandonados. Durante um breve período de tempo, foi considerada a retirada da candidatura do estádio do clube da lista de estádios anfitriões do Europeu.
Finalmente, em 28 de Setembro de 2001, a Assembleia-Geral de sócios do clube votou favoravelmente a construção do novo estádio. Não se tratou de uma decisão fácil, dado que a velha “Catedral” teria de ser demolida para dar lugar ao novo complexo. A solução foi, no entanto, considerada necessária para assegurar a sustentabilidade financeira do projecto. Na proposta aprovada podia ler-se: «A Direcção decidiu apresentar aos associados a construção de um novo estádio, tendo plena consciência de que esta é a solução que melhor serve os interesses e aspirações do clube, sendo económica e financeiramente sustentável, e permitirá aos associados muito melhores condições para seguir os eventos desportivos do clube, em particular da equipa de futebol, e reavivar a sua base de suporte.».
Foi num estádio parcialmente demolido (a bancada sul já tinha sido retirada para permitir a construção do novo estádio) que a equipa jogou parte da sua última temporada. Foi num estádio cheio (com a capacidade reduzida para cerca de 50 000 adeptos) que o último jogo se efectuou em 22 de Março de 2003. O Benfica terminou essa época jogando os seus jogos caseiros no Estádio Nacional. A “Nova Catedral” foi inaugurada em Outubro de 2003. 

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