Lucie Aubrac de seu nome original
Lucie Bernard, era filha de um viticultor da região da Borgonha. Desde jovem
militou na Juventude Comunista, formou-se em História e
exercendo a profissão de professora em Estrasburgo. Em 1939, casou com Raymond
Samuel (nascido em 1914) o qual ela conhecera em Estrasburgo. Raymond Samuel
seria conhecido durante e depois da Segunda Guerra Mundial como Raymond Aubrac,
uma vez que ‘Samuel’ era um nome judeu e nessa época os alemães perseguiam
todos os que tivessem origens judias.
Depois da queda da França, Lucie
juntou-se ao grupo de Resistência, Libération-sud,
em Lyon, depois deste ser formado pelo seu marido. Mais tarde, seguiu-o para o
grupo de Charles Delestraint. Em Agosto de 1940,
organizou a primeira fuga de Samuel da prisão de Sarrebourg,
no leste da França. No mesmo ano, organizou com o
jornalista Emmanuel d’Astier um pequeno grupo clandestino,
“A Última Coluna”, e criou um jornal intitulado “Libération”,
que também circulava na clandestinidade.
A partir de Novembro de 1942,
dirigiu um comando que organizava fugas de detidos
ligados à resistência e, em Maio de 1943, conseguiu libertar o marido, detido dois meses antes.
No dia 21 de Junho de 1943, a Gestapo
capturou Raymond juntamente com Jean Moulin, um dos
líderes da Resistência, e outros dez activistas. Foi então levado para a
prisão de Montluc. Lucie e os seus camaradas
resgataram Raymond e treze outros membros da Resistência
no dia 21 de Outubro de 1943, durante uma transferência de presos. Em Fevereiro
de 1944, sabendo que era procurada intensamente pela
polícia política nazi, a Gestapo, fugiu para Londres
com o marido, um filho pequeno e grávida da sua filha. O nome Aubrac
foi o último pseudónimo que usaram antes de voar
para o Reino Unido e o único que conservaram mais tarde.
No final da guerra em França,
voltou ao país com o marido, que primeiro foi nomeado
comissário da República (delegado do Governo) em Marselha e depois teve outros
cargos políticos em Paris.
Depois da guerra Lucie Aubrac
serviu os comités consultivos do governo provisório de
Charles de Gaulle. As suas habilitações para ensinar História
foram restauradas e ela voltou a leccionar. Também participou em campanhas
pelos Direitos Humanos.
Lucie Aubrac continuou a sua
acção militante na Amnistia Internacional e numa organização de mulheres
pela igualdade que, entre outras acções, se destacou recentemente devido
à actuação em prol dos
imigrantes ilegais.
Em 1984 Lucie Aubrac publicou as
suas memórias sob o título “Ils partiront dans l’ivresse”
(“Eles partirão com arrogância”). O título francês refere-se à frase-código que os Aubracs ouviram pelo rádio, para saberem que era seguro para eles partir para Londres. De qualquer forma, o livro foi
traduzido para o inglês como “Outwitting the Gestapo”
(algo como “Passando a perna na Gestapo”).
A sua vida inspirou o filme “Lucie
Aubrac”, no ano de 1997. Este filme baseia-se
vagamente nos eventos que rodearam a libertação do seu marido.
Lucie Aubrac morreu em
Issy-les-Moulineaux, próximo de Paris, aos 94 anos de idade.
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