Era filho de António Homem de
Mello de Macedo e de sua mulher, Maria do Pilar da
Cunha Pimentel Homem de Vasconcelos, além de sobrinho de Manuel Homem de Mello
da Câmara, 1º conde de Águeda. O seu pai pertenceu ao círculo íntimo do poeta
António Nobre.
Criado numa família que lhe incutiu ideais monárquicos, católicos e conservadores, as raízes do seu lirismo bem português
mergulham na própria vivência íntima e na profunda sintonia
com o povo, cuja alma se lhe abria através do folclore, tendo por cenário a paisagem
do Minho.
Iniciou o curso de Direito
na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, acabando por
se licenciar na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa,
em 1926.
Tendo iniciado a sua carreira
como advogado, optou posteriormente por se dedicar ao
ensino do Português em escolas técnicas do Porto (Mouzinho da Silveira e Infante D. Henrique),
tendo sido director da Mouzinho da Silveira.
Poeta da Presença, em cuja
revista colaborou, foi também colaborador das revistas “Altura” (1945) e
“Prisma” (1936/1941), do semanário “Mundo Literário” (1946/1948)
e na revista “Litoral” (1944/1945).
Apesar de reconhecida por
numerosos críticos, a sua vasta obra poética, eivada de
um lirismo puro e pagão, claramente influenciada por António
Botto e Federico García Lorca, está injustamente votada ao esquecimento.
Não obstante, permanecem até hoje muito populares os
seus poemas cantados “Povo que Lavas no Rio” e “Havemos de Ir a Viana”,
imortalizados na voz de Amália Rodrigues, e “O Rapaz
da Camisola Verde”, já interpretado por Amália Rodrigues, Frei Hermano
da Câmara ou Sérgio Godinho.
Entusiástico
e estudioso do folclore português, dedicou a este campo diversos ensaios
como “A Poesia na Dança e nos Cantares do Povo Português”, “Danças
Portuguesas” e “Danças de Portugal”, além de um programa na RTP.
Nesse âmbito, chegou a criar e a patrocinar alguns
ranchos folclóricos do Minho e colaborou com o Orfeão Universitário do Porto
no âmbito de recolhas etnográficas para os seus grupos folclóricos.
Foi membro dos júris dos prémios
do Secretariado da Propaganda Nacional.
Afife (Viana do Castelo) foi a
sua terra de adopção. Ali viveu durante anos num local paradisíaco, no Convento
de Cabanas, junto ao rio com o mesmo nome, onde escreveu parte da sua obra,
‘cantando’ os costumes e as tradições de Afife e da Serra de Arga.
A Câmara Municipal de Lisboa
homenageou o poeta dando o seu nome a uma rua em Chelas.
Em 24 de Agosto de 1985, foi
agraciado, a título póstumo, com o grau de comendador da Ordem do
Infante D. Henrique.
Pedro Homem de Mello era casado
com Maria Helena de Sá Passos Rangel Pamplona, com quem teve dois filhos.
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