sábado, 5 de março de 2022

5 DE MARÇO - PEDRO HOMEM DE MELLO

EFEMÉRIDE - Pedro da Cunha Pimentel Homem de Mello, poeta, professor e folclorista português, morreu no Porto em 5 de Março de 1984. Nascera na mesma cidade em 6 de Setembro de 1904.

Era filho de António Homem de Mello de Macedo e de sua mulher, Maria do Pilar da Cunha Pimentel Homem de Vasconcelos, além de sobrinho de Manuel Homem de Mello da Câmara, 1º conde de Águeda. O seu pai pertenceu ao círculo íntimo do poeta António Nobre.

Criado numa família que lhe incutiu ideais monárquicos, católicos e conservadores, as raízes do seu lirismo bem português mergulham na própria vivência íntima e na profunda sintonia com o povo, cuja alma se lhe abria através do folclore, tendo por cenário a paisagem do Minho.

Iniciou o curso de Direito na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, acabando por se licenciar na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, em 1926.

Tendo iniciado a sua carreira como advogado, optou posteriormente por se dedicar ao ensino do Português em escolas técnicas do Porto (Mouzinho da Silveira e Infante D. Henrique), tendo sido director da Mouzinho da Silveira.

Poeta da Presença, em cuja revista colaborou, foi também colaborador das revistas “Altura” (1945) e “Prisma” (1936/1941), do semanário “Mundo Literário” (1946/1948) e na revista “Litoral” (1944/1945).

Apesar de reconhecida por numerosos críticos, a sua vasta obra poética, eivada de um lirismo puro e pagão, claramente influenciada por António Botto e Federico García Lorca, está injustamente votada ao esquecimento. Não obstante, permanecem até hoje muito populares os seus poemas cantados “Povo que Lavas no Rio” e “Havemos de Ir a Viana”, imortalizados na voz de Amália Rodrigues, e O Rapaz da Camisola Verde”, já interpretado por Amália Rodrigues, Frei Hermano da Câmara ou Sérgio Godinho.

Entusiástico e estudioso do folclore português, dedicou a este campo diversos ensaios como “A Poesia na Dança e nos Cantares do Povo Português”, “Danças Portuguesas” e “Danças de Portugal”, além de um programa na RTP. Nesse âmbito, chegou a criar e a patrocinar alguns ranchos folclóricos do Minho e colaborou com o Orfeão Universitário do Porto no âmbito de recolhas etnográficas para os seus grupos folclóricos.

Foi membro dos júris dos prémios do Secretariado da Propaganda Nacional.

Afife (Viana do Castelo) foi a sua terra de adopção. Ali viveu durante anos num local paradisíaco, no Convento de Cabanas, junto ao rio com o mesmo nome, onde escreveu parte da sua obra, ‘cantando’ os costumes e as tradições de Afife e da Serra de Arga.

A Câmara Municipal de Lisboa homenageou o poeta dando o seu nome a uma rua em Chelas.

Em 24 de Agosto de 1985, foi agraciado, a título póstumo, com o grau de comendador da Ordem do Infante D. Henrique.

Pedro Homem de Mello era casado com Maria Helena de Sá Passos Rangel Pamplona, com quem teve dois filhos.

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