Membro do Partido Socialista,
Lionel Jospin chegou em 1981 ao cargo de primeiro-secretário de sua agremiação
política, substituindo o recém-empossado presidente François Mitterrand. Entre
1988 e 1992, foi ministro da Educação. Nesse período, foi também o
número dois nos governos de Michel Rocard.
Após atravessar um período sem
exercer cargos governativos, em 1994 anunciou a sua candidatura à presidência, frente
a Jacques Chirac e na sequência de Jacques Delors ter abdicado de apresentar a
sua própria candidatura. Jospin perdeu as eleições, mas conquistou 47,5% dos
votos.
De derrotado nas presidenciais,
Jospin passou a vencedor nas legislativas. Como na época o mandato presidencial
tinha a duração de sete anos e as legislaturas duravam apenas cinco, Chirac
decidiu dissolver a Assembleia Nacional e convocar eleições legislativas
antecipadas após dois anos no poder. O presidente acreditava que, graças aos
seus índices de aprovação, seria possível vencer a disputa e, dessa forma,
garantir o domínio da direita no parlamento durante todo o seu período como
chefe de Estado.
O resultado do pleito viria a
frustrar os objectivos do presidente, sagrando como vencedora a coalizão
oposicionista liderada por Jospin. Em consequência, o socialista assumiu o
cargo de primeiro-ministro no dia 2 de Junho de 1997, no terceiro caso de
coabitação da história republicana francesa.
O seu governo baseou-se numa
aliança de diversos partidos progressistas baptizada de Esquerda Plural e
composta pelo Partido Socialista, pelo Partido Comunista, pelos Verdes
e pelo Partido Radical de Esquerda.
Em 2002, Jospin foi mais uma vez
candidato à presidência da república, sendo tido na ocasião como o favorito
para disputar o segundo turno contra Chirac, que se apresentava para a
reeleição. As eleições foram marcadas pelo facto dos partidos que garantiam a
base parlamentar do governo socialista terem lançado candidatos próprios à
presidência, como Noël Mamère (Verdes), Robert Hue (PCF) e
Christiane Taubira (PRG).
A dispersão de votos à esquerda e
o surpreendente desempenho de Jean-Marie Le Pen, candidato do partido de
extrema-direita Frente Nacional, relegaram Lionel Jospin para o terceiro
lugar na primeira volta do escrutínio, excluindo-o da disputa. Decepcionado com
tal insucesso eleitoral, Jospin anunciou a sua retirada do mundo da política
logo após a apuração dos votos e a confirmação dos resultados.
Na ocasião, declarou: «Para
além da demagogia da direita e da dispersão da esquerda que tornaram possível
esta situação, eu assumo plenamente a responsabilidade deste fracasso e tiro
dele as conclusões, retirando-me da vida política após o fim da eleição
presidencial.».
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